terça-feira, maio 27, 2008

Rocky Balboa


"...O mundo não é ensolarado e cheio de arco-íris. É um lugar muito rude e traiçoeiro que vai lhe deixar de joelhos e fazer você ficar de joelhos pra sempre se você deixar. Nem você, nem eu, nem ninguém dá porradas mais fortes do que a vida. Mas não importa o quão forte é a porrada que você dá; o que importa é quanta porrada você pode tomar e continuar marchando. Quanto você consegue aguentar e continuar seguindo em frente. É assim que se vence. Agora, se você sabe o quanto você vale, então vai lá e lute pelo que você merece. Mas você tem que estar disposto a aguentar a porrada, e não ficar apontando o dedo dizendo que você não consegue por causa dele, dela ou de ninguém..."


Rocky Balboa é um personagem fantástico, o trabalho feito por Sylvester Stallone como criador roteirista produtor diretor e interprete do personagem é magnífico e deve ser reverenciado. Nos seis filmes sobre o personagem a trajetória foi de altos e baixos, mas começou com um filme excelente, super premiado e com retorno financeiro sensacional, teve a sequencia com os ótimos segundo e terceiro filme, o bom quato filme, o quinto filme e o estupendo sexto filme fechando a saga. Ele veio fechar a história do grande Rocky Balboa, da forma como ele merecia, permitindo que os fãs pudessem dar (e receber) o "Adeus" ao ídolo de um jeito tão altivo e bacana, como fez por exemplo o Guga em Rolland Garros, jogando já sem condições, mas com brilhantismo como retratado neste vídeo ou no artigo publicado por Mats Wilander na imprensa francesa.

(desculpem a ênfase no paralelo para a vida real)

É uma pena que a crítica não tenha se despido dos preconceitos para avaliar este último filme. Não que tenham apedrejado o filme, isso não ocorreu, mas não lhes renderam as homenagens que ele merecia, enfim...
Festivais de cinema costumam premiar pessoas "pelo conjunto da obra" ou com um outro prêmio especial como uma forma de tentar reparar injustiças de premiações anteriores. Por tudo que ele é eu acho que Rocky Balboa enquanto personagem merece um prêmio pelo conjunto de sua história, um prêmio de melhor personagem.

Eu poderia, aqui, discorrer sobre os recados que o Stallone tentou passar com os filmes, dar detalhes tecnicos das produções ou destacar os panos de fundo históricos de cada filme e as ideologias reforçadas por eles, mas não o farei. Poderia também, como muitos outros fãs resenhistas, traçar o paralelo entre as trajetórias do Rocky e do seu criador Stallone (essas resenhas são ótimas), mas também não irei por aí...

Vou escrever sobre como minha visão sobre ele evoluiu com o passar do tempo. O personagem e o primeiro filme foram criados alguns anos antes de eu nascer, o segundo filme foi feito no ano em que eu nasci, os doi seguintes durante a minha infância, o quinto durante minha adolescência e o último feito agora quando eu me aproximo dos trinta anos.

Ainda criança, eu, enquanto conhecia o Rocky apenas de ouvir falar, não simpatizava com o personagem, considerava-o aquele prototipo de herói americano, desde sempre tão batido. Quando eu enfim vi o Rocky, percebi que era diferente do que eu esperava, e achei o filme muito bom, e o personagem era fantástico. Não é que o Rocky não fosse um herói americano, ele era; mas não era como o "Capitão América" ou o "Super-Homem", como era comum naquela época. O Rocky era mais como "Homem-Aranha", um cara que vencia não por causa de sua qualidades, mas apesar das suas fraquezas. E a luta ainda termina empatada, para sair, ainda mais, do lugar comum. Fantástico galera.

O Segundo filme, acabou se tornando uma necessidade, com o empate na luta do primeiro filme, sentimos a necessidade de um tira-teima entre o Rocky Balboa e o Apollo Creed e ele vem no segundo filme, que segue a mesma fórmula, com a mesma estética , o que poderia fazer o filme ficar repetitivo ou enfadonho, porém excelentemente bem construído, o filme envolve o espectador em seu início, e faz a platéia chegar ao fim do filme como torcedores do Rocky. Ele enfim vence a luta e se torna pela primeira vez o campeão mundial dos pesos pesados. Se o Rocky já era um personagem bacana, alí ele já começava a ficar etrnizado na história do cinema.

Para o terceiro filme eu tinha motivos para ter preconceitos negativos sobre o filme, a insistência na fórmula e o Mr T. por exemplo, mas com a experiência que eu já tinha em Rocky, não me arrisquei a criticar ante de ver, no que fui muito feliz. Rocky, no início, perde o título mundial, o treinador morre e Rocky fica deprimido, e o Apollo Doutrinador é quem vem para treinar o Rocky para recuperar o título. O filme coloca, de forma ainda mais forte que nos outros, o Boxe como apenas um esporte, importante para os personagens, mas apenas uma parte de suas vidas. Neste filme também fica completamente descontruída aquela imagem de que os adversários representam o mal, são apenas pessoas, as vezes com objetivos avessos uns dos outros, mas que podem mudar como o de qualquer um, e portanto o adversário de um dia pode ser aliado no dia seguinte, sem que para isso alguém tenha que ter sido corrompido. Mais um pítulo fantástico na saga do Rocky.

O quarto capítulo, se peca pelo fundo Guerra Fria, prima pela forma brilhante que retrata a amizade que surgiu entre Rocky e Apollo. O filme tem lá seus defeitos, mas a saga do Rocky prossegue ele continua cada vez mais carismático, é verdade que imaginar os russos gritando o nome dele na luta contra o Draco em Moscou, é realmente superestimar o carisma dele, mas no fim é mais um filme bacana do Rocky.

O Boxe é o esporte mais retratado no cinema em todos os tempos. E muitos dos personagens dos filmes de boxe estão entre os maiores da história do cinema, e dentre todos eles Rocky é o personagem mais forte. E ainda tinha mais.

O quinto episódio é de todos o pior,mas tem suas contribuições, mais do que os outros mostra um Rocky com problemas de pessoas normais, é o menos romântico dos seis filmes, e era triste enquanto pensávamos que era o capítulo final da história, pois o Rocky merecia mais...

E teve mais, destinado desde sempre a apoteoses fantásticas Rocky Balboa aparece no Sexto filme, já velho aposentado, e sua grande luta é em princípio contra os efeitos da passagem do tempo, e acaba se tornando uma jornada de auto-conhecimento e aceitação. Sua grande mensagem é aquela citada em epígrafe. O filme é sensacional e fecha essa saga fantástica de forma excepcional.

É mais um sinal da inexorabilidade da passagem do tempo se mostra para nós, Rocky Balboa enfim parou definitivamente, assim como Fidel Castro se aposentou, só o Silvio Santos continua Sécula Seculorum Amen...



quarta-feira, maio 14, 2008

PHILIP K DICK, RIDLEY SCOTT, E O CAÇADOR DE REPLICANTES

O Gênero ficção científica, é dentre todos, o que mais é capaz de gerar polêmica em seu público, por dois grandes motivos, o segundo é pela forma bem caracteristica em que a crítica da sociedade contemporânea a obra feita. O primeiro, e mais primordial, é a própria crítica. Assumindo, esta primeira premissa, fica fácil definir que o gênero teve, na história da humanidade, quatro grandes gênios: Júlio Verne, o precursor de todos eles, Arthur C. Clarke, Isaac Asimov e Philip K. Dick, são os grandes representantes novescentistas (o século mais afeito a este tipo de linguagem).

(Aqui cabe explicar aos não iniciados, que o gênero ficção científica consiste em elaborar uma realidade alternativa, em via de regra no futuro,, e dentro desta realidade criar uma trama para destilar uma crítica consistente velada sobre uma característica presente e determinante da sociedade em que está inserido o autor da obra de ficção). Dentro disso os quatro nomes citados são grandes monstros sagrados incomparáveis, cada um em seu estilo característico, em especial, Philip K Dick, objeto deste ensaio.

Já li bastante coisa do Dick (entre elas: "Do Androids Dream of Eletric Sheep" ou numa tradução livre "Será que Andrides Sonham com Ovelhas Elétricas) e vi ainda algumas outras coisas adaptadas para o cinema. De tudo que eu vi, o Philip deve se nenhuma injustiça ser classificado como um gènio escritor de ficção científica ou, um esquizofrênico incontrolável (ou pelo menos integrante de um grupo de risco para assim ser classificado).

(Aqui cabe nova explicação; pela qualidade, profundidade ,tipo e enfoque das críticas realizadas em obras de ficção científica, os grupos de pessoas que se interessam pela obra são facilmente identificáveis e classificáveis como NERDS, ARTISTAS, FILÓSOFOS, LOUCOS ou cientistas que tenham em sua linha de pesquisa algum parâmetro similar ao de algo que tenha sido citado na obra), exatamente por isso as pessoas que tomam estas obras como referências importantes sejam, injustamente não levadas a sério pelas pessoas em geral, assim como seus autores, que muitas vezes ficaram estigmatizados como autores menores, pelos críticos de seu tempo.

Determinadas todas as qualidades da proposições filosóficas que Philip K Dick é capaz de nos colocar, e todas as condições que levam (ou levaram) os intelectuais (ou pseudo-intelectuais) a menosprezar sua obra, quero aqui dizer alguma coisa sobre o grande tratado de filosofia e sociologia que é "Do Androids Dream of Eletric Sheep". Quero dizer principalmente, que se trata de um livro que através das técnicas bem desenvolvidas de literatura de ficção científica, desnuda completamente a condição, os desejos e as necessidades humanas, em contraposição as regras determinações e politicas vigentes em seu tempo. Enfim, em toda sua obra Philip é genial, neste produto em especifico é simplesmente sublime.

Ridley Scott é um diretor de cinema raro. Não é um fantástico diretor de atores, como foi o sensacional Glauber Rocha, que definia cobrava e exigia cada detalhe das atuações. Não Scott pelo contrário dá toda liberdade para os atores viverem as realidades de seus personagens,nunca perdendo o controle sobre a história que será contada, porque todo o mundo em que se passa a história, o roteiro, os detalhes de como a história será contada e até a escolha do elenco que viverá os personagens da história ficam sob responsabilidade deste diretor, que sempre monta cenários perfeitos, com enquadramentos e ritmos muito bem colocados, para atores escolhidos com esmero inigualável. Enfim para sobrepujar este grande diretor em qualquer dos seus trabalhos, o mínimo que seria necessário é a genialidade, e essa pode ser suficiente para superá-lo em quase toda a sua obra, mas não no caso desta obra em que trato nestas linhas.

A história contada na tela Grande, de Deckard e os replicantes que ele é incumbido de caçar é simplesmente inigualável sobre todos os aspectos, não é somente uma obra prima do escritor do livro, do roteirista que adaptou, do diretor, do produtor, de um dos atores ou todos os atores; mas um caso único de obra prima de todos os envolvidos, desde o diretor aos contra-regrados atores aos figurinistas, do compositor da trilha sonora aos maquiadores. É insuperável.

Enfim, Blade Runner é uma história fantástica, contada por um sensacional contador de histórias, com uma equipe magnífica, numa jornada extremamente bem aventurada.


Para mim que conheço profundamente a obra, e já apreciei três versões que foram lançadas do Blade Runner e um documentário sobre a produção, além de diversos textos e outras críticas em mídias diversas, o que eu mais gostaria e desejo ver, seria a primeira versão (a de quatro horas), a totalmente sem cortes, que o Ridley e seus assistentes mais próximos viram antes de fazer os primeiros cortes para levar aos financiadores. Deve ser Quaquer coisa.





ED


domingo, maio 04, 2008

Blog

Você que agora me lê já parou para pensar no que leva uma pessoa a escrever um Blog?

Existe blog para todo gosto: discutir tecnologia politica esporte, para fazer propaganda de algum produto ou idéia, para exaltar filhos, cônjuges, parentes, amigos ou grupos de amigos, ou instuições que fazem parte da vida do autor, como escola empresa ou igreja. Se exalta e se discute e até se disponibilizam midias de artistas e obras que são motivos de outros blogs. Tem gente que faz um blog como se fosse um diário. Tem gente que o faz para auto-promoção. Tem pornográfico, non-sense, enfim...

Muitos blogs sem nenhum objetivo econômico, e outros criados com o claro objetivo de faturamento, apesar de que eu acho que tanto os blogs que tentam vender produtos quanto os blogs jornalísticos, me parecem dar menos retorno que outras formas que essas pessoas poderiam utilizar para ganhar dinheiro. Quem utiliza de publicidade para tentar faturar, vá lá , é logico que é válido, e enfim, pode ser uma forma até interessante de ganhar um extra.

Eu vi outro dia, o Diogo Mainardi, no Manhattan Conection tipo de mídia como fonte de informação, por causa da falta de um certo controle, da proteção do anonimato do escritor, ou da falta de se impor uma responsabilidade a quem publicita informações ao mundo inteiro através da internet, as vezes, sem cuidados, que são desejáveis.

Mas esse não é o foco deste artigo, então, retomemos...

Financeiramente, não creio que seja um negócio assim tão lucrativo, para explicar a existência destes blogs, apenas pelo retorno financeiro que eles dão. E dos muitos blogs que não lucram, será que há algum fator que explica a disseminação desta mídia.

Dirão alguns, que o fator prepoderante seria a intimidade do blogueiro com com as novas ferramentas tecnológicas de mídia. Nesta explicação eu não acredito. Tenho conhecimento de muitas pessoas muito mais linkadas a tecnologias modernas de comunicação, que têm muita coisa a dizer, e não tem blogs. Além de outros tantos muito menos afeitos do que eu, à informática e à rede mundial de computadores, que muitas vezes nem tem tanto a dizer e que mantêm seus blogs.

Minha teoria é a seguinte (e pode-se chamar de teoria do bigode):

A causa pode ser uma sinapse mutante que acontece num ponto do cérebro, sem explicação conhecida, que leva o portador a tomar uma decisão ilógica, como deixar crescer o bigode, ou criar um blog.


Acho que essa explicação me satisfaz.


E O MALA CASOU

Acontecimento cheio de significados simbólico.
Não é meu primeiro amigo que se casa, mas mais fortemente do que outros, me joga na cara (de novo) a questão da passagem do tempo (tô falando de mais nisso, e pior vou continuar falando para frente).
Foi uma cerimônia bacana, uma oportunidade legal de rever uns amigos e até de conhecer pessoas novas.
Mas mais do que tudo, foi para mim mostrado, pelos noivos, cada um a sua maneira, uma profissão de fé de esperança. não vou explicar isso. Quem os conhece acredito que entendeu.

Márcio e Júlia, parabéns para vocês. E toda sorte do mundo.


quinta-feira, maio 01, 2008

O Blog na Rede (mês de abril de 2008)

Este mês foi apenas uma publicação, mas que publicação! Vê ela aí:


Foi muito bacana tudo até aqui, e tomará fique sempre cada vez mais bacana daqui pra frente, seguindo nossas diretrizes que repito novamente:






Apresentação


Este Blog é espaço para um tributo à liberdade de todos nós.
Discutiremos tudo. Sem censura. Escreva pra mim. Eu publico seu texto e respondo. (concordando ou discordando que da MINHA liberdade eu não abro mão) .

Como também não abro mão da SUA liberdade o assunto você decide (futebol politica e religião são bem vindos, não temos medo de polemica).

MANTENHAMOS UM BOM NÍVEL, POR FAVOR.

Quer publicar um texto?
Escreva para: 
blogdoed@gmail.com

Polemize aqui não haverá linha editorial ou tendência exponha seus argumentos e os veja confrontados (ou reforçados). Quer falar bobagem? Expor sua arte? Tente colocá-la aqui.

Nosso lema: "Defenderei até a morte o direito de dizê-lo, mas não concordo com nada do que disse."

Muito obrigado pela sua atenção.

ED
Publicado originalmente em 14/04/2006