quinta-feira, março 20, 2008

Arthur C. Clarke

Eu não ia ter como escrever tudo que eu acho que merecia a ocasião. Não pode passa em branco a despedida deste homem que foi um ídolo da minha infância, que com certeza foi figura importante na formação do meu caráter e do meu pensamento na vida adulta. Colocarei aqui textos de dois outros Blogs, que me foram enviados pelo amigo e chefe Coutinho. Meu sentimento é imprescionantemente parecido com o dos redatores. Espero que se eles souberem da minha citação, não fiquem chateados.

"Arthur C. Clarke, O Profeta do Futuro
“Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica.”
Morreu ontem no Sri Lanka um dos maiores escritores de ficção científica de todos os tempos, o grande e imortal Sir Arthur C. Clarke, que profetizou em mais de uma centena de livros muitas invenções que se tornaram realidade como o satélite artificial, o ônibus espacial, os super computadores e os sistemas de comunicação instantânea que todos nós conhecemos tão bem.
Nos anos 40, Sir Arthur defendeu a tese de que o homem iria pisar na Lua até o ano 2000, algo que era considerado impossível naquela época. Algum tempo depois, foi convidado para participar como comentarista das transmissões das missões lunares da Apollo 12 e Apollo 15.
Além de ter influenciado a criação de diversas tecnologias que usamos no dia a dia, Sir Arthur também foi uma enorme influência para diversos escritores, diretores de cinema e produtores de séries de TV. Em 1964 trabalhou com o grande diretor de cinema Stanley Kubrick para adaptar seu conto “O Sentinela”, que acabou se tornando o magistral filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”.
Seus escritos despertam a paixão pela tecnologia em milhões de crianças ao redor do mundo, inclusive no blogueiro que digita estas linhas. Eu tenho uma enorme dívida de gratidão com Clarke por ele ter criado obras geniais como por exemplo “Encontro com Rama”, e posso dizer que se não tivesse tido um contato precoce com as obras de Sir Arthur e do seu velho amigo Isaac Asimov, eu jamais teria criado um blog sobre novidades tecnológicas.
Ele e Asimov inclusive criaram um tratado pessoal muito curioso, que estabelecia que sempre iriam indicar o outro como o melhor escritor de ficção científica do mundo. Nada mais justo, afinal, ambos estavam certíssimos.
Sir Arthur também é famoso pelas suas frases, simplesmente geniais. Citando o mestre: “Se nós tivermos aprendido algo da história de invenções e descobertas, é que, a longo prazo – e muitas vezes a curto prazo – as profecias mais audaciosas parecem ridiculamente conservadoras.”
Outro assunto que mexia com Sir Arthur era a questão da religião e o absurdo do Criacionismo, ele cunhou esta pérola: “Eu até defenderia a liberdade de adultos criacionistas praticarem qualquer perversão intelectual que eles quisessem na privacidade de suas casas, mas também é necessário proteger os jovens e os inocentes.”
Ainda falando sobre religião, Sir Arthur disse: “O conceito de que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança é como uma bomba relógio nas fundações do Cristianismo”.Sir Arthur cunhou as Leis de Clarke, que estipulam:
1. Quando um cientista renomado e experiente diz que algo é possível, ele está quase certamente certo. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.
2. O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se além dele, através do impossível.
3. Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica.
Em reconhecimento ao seu legado, Clarke ganhou os prêmios Nebula Award em 1972, 1974 e 1979; e o Hugo Award of em 1974 e 1980, além de ter se tornado o Grande Mestre dos Escritores de Ficção Científica da América em 1986.
Seu último livro, The Last Theorem, co-escrito com Frederik Pohl, deve ser lançado no final deste ano.
Sir Arthur viverá para sempre no coração dos seus fãs, e nas estrelas de onde buscou inspiração para sua magnífica obra. Descanse em paz, Mestre, nós sentiremos muito a sua falta."
Visite o site da Clarke Foundation.
Confira aqui uma entrevista com o mestre, feita em 2004.
Via AP e BBC.
Do blog DIGITAL DROPS - http://www.digitaldrops.com.br


"Arthur Clarke (16.12.1917-19.03.2008)
Ele morreu e, como meus maiores ídolos (Sagan, Asimov…), não quis funeral religioso.
É bom, porque adoram inventar que grandes ateus da história humana ficaram religiosos perto do fim. O que não é verdade.
Arthur Clarke foi grande. Mudou minha vida, junto com alguns outros autores relevantes de ficção e divulgação científica. Quando eu era adolescente, cheio de idéias subversivas de que o mundo não era exatamente como andavam me dizendo que era, foram ele, Asimov, Sagan, Stephen Jay Gould e alguns outros cientistas e escritores que me ajudaram a entender que eu não estava só. Que aquelas idéias não eram tão estranhas e absurdas. Tendo sido criado numa família católica, eles foram minha vela na escuridão.
Todos foram embora. Ontem foi a vez de Clarke, o último deles. Deixou um legado indiscutível."
Do Blog de Alexandre Maron -http://www.alexmaron.com.br


A Lenda

Eu vi a lenda.
Em seu terno prateado,
eu vi a lenda.
Empunhando a sua guitarra,
eu vi a lenda.
Atacando ferozmente o piano,
eu vi a lenda.

Eu vi a lenda e sua lendária voz
quase sumindo.
Eu vi a lenda num hercúleo esforço
para cantar.
E eu vi que todos viram o mesmo.
E vi que as pessoas reconheceram
e reverenciaram o seu esforço.

Eu vi e ouvi a lenda
cantando as suas lendárias canções.
Vi e ouvi todos cantarem juntos
a plenos pulmões.
Eu vi a lenda tocar dezenas de novas músicas.
E relegar dezenas de clássicos a ficarem ressoando
apenas na memória dos fãs.
Como se a sua história começasse ali.
Como se a lenda não fosse lenda.

Eu vi a lenda e sua lendária sisudez.
Eu vi a lenda e sua energia magnética.
Eu vi a lenda e o brilho em todos os olhares.
E os corações crepitando de entusiasmo.
E senti o Mundo pulsando em seus acordes e letras.
Eu vi a lenda e senti todos os gigantes dos séculos
tocando a mão sobre a sua cabeça
e dizendo: "Estamos contigo."

Eu vi a lenda, e vi que a lenda é mortal.
Eu vi a lenda e que ele é apenas um garoto das terras do Norte.
Eu vi a lenda e que ele é apenas mais um homem triste e solitário.
Eu vi a lenda. E a lenda se chamava Bob Dylan.





Mendelson



segunda-feira, março 10, 2008

ENTREVISTA COM UM MÉDICO

Um médico sincero foi questionado sobre vários conselhos que sempre nos são dados...

Pergunta: Exercícios cardiovasculares prolongam a vida, é verdade?
Resposta: O seu coração foi feito para bater por uma quantidade de vezes e só... não desperdice essas batidas em exercícios. Tudo gasta-se eventualmente Acelerar seu coração não vai fazer você viver mais: isso é como dizer que você pode prolongar a vida do seu carro dirigindo mais depressa. Quer viver mais? Tire uma soneca !!!

P: Devo cortar a carne vermelha e comer mais frutas e vegetais?
R: Você precisa entender a logística da eficiência... .O que a vaca come? Feno e milho. O que é isso? Vegetal. Então um bife nada mais é do que um mecanismo eficiente de colocar vegetais no seu sistema. Precisa de grãos? Coma frango. A carne de porco pode fornecer 100% da sua cota diária recomendada de vegetais.

P: Devo reduzir o consumo de álcool?
R: De jeito nenhum. Vinho é feito de fruta. Brandy é um vinhodestilado, o que significa que, eles tiram a água da fruta de modo que vc tire maior proveito dela. Cerveja também é feita de grãos. Pode entornar!

P: Quais são as vantagens de um programa regular de exercícios?
R: Mi nha filosofia é: Se não tem dor...tá bom!

P: Frituras são prejudiciais?
R: VOCÊ NÃO ESTÁ ME ESCUTANDO!!! !... Hoje em dia a comida é frita em óleo vegetal. Na Verdade ficam impregnadas de óleo vegetal. Como pode mais vegetal ser prejudicial para você?

P: Flexões ajudam a reduzir a gordura?
R: Absolutamente não! Exercitar um músculo faz apenas com que ele aumente de tamanho.

P: Chocolate faz mal?
R: Tá maluco? !!!! Cacau!!!! Outro vegetal!! É uma comida boap´ra se ficar feliz !!! E lembre-se: A vida não deve ser uma viagem para o túmulo, com a intenção de chegar lá são e salvo, com um corpo atraente e bem preservado. Melhor enfiar o pé na jaca - Cerveja em uma mão - tira gosto na outra - muito sexo e um corpo completamente gasto, totalmente usado, gritando: VALEU !!! QUE VIAGEM!!!!!! !!!!!!


domingo, março 09, 2008

PASSEIO SOCRÁTICO

Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. "Quem trouxe a fome foi a geladeira", disse. O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável. É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo,criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico. A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais. Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela. Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos "Manuscritos econômicos e filosóficos" (1844), ele constata que "o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós." O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social. Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão. Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, tem alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígene cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém. Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia? Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife. Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela... Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade. Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela mas não é ela: bens, cifrões, cargos etc. Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas. Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira. Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói." E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja. Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia:
"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".

Frei Beto


sábado, março 01, 2008

O Blog na Rede (mês de fevereiro de 2008)


  • Agora em fevereiro foram 5 publicações, que orgulhosamente
  • apresentamos:


  • OK RADIOHEAD
  • PALINDROMO
  • AMANHÃ A NOIVA NÃO IRÁ AO ALTAR
  • ACIDENTES ECOLÓGICOS: TRISTE DIVERTIMENTO
  • Colunista britânico defende 'Plano Marshall' para salvar a Amazônia



    E é com o mesmo orgulho, e com muita alegria que apresentamos
    também esse espaço e o motivo a que viemos:





    Apresentação


    Este Blog é espaço para um tributo à liberdade de todos nós.Discutiremos tudo. Sem censura. Escreva pra mim. Eu publico seu texto e respondo. (concordando ou discordando que da MINHA liberdade eu não abro mão).

    Como também não abro mão da SUA liberdade o assunto você decide(futebol politica e religião são bem vindos, não temos medo de polemica).

    MANTENHAMOS UM BOM NÍVEL, POR FAVOR.


    Quer publicar um texto?
    Escreva para: blogdoed@gmail.com


    Polemize aqui não haverá linha editorial ou tendência exponha seus argumentos e os veja confrontados (ou reforçados). Quer falar bobagem? Expor sua arte? Tente colocá-la aqui.

    Nosso lema: "Defenderei até a morte o direito de dizê-lo, mas não concordo com nada do que disse."

    Muito obrigado pela sua atenção.

    ED


    Publicado originalmente em 14/04/2006