segunda-feira, agosto 31, 2009

Políticos brasileiros sonham em ser Obama no Twitter, mas não passam de um Mercadante

Política e Twitter. Eis um assunto que vem ganhando cada vez mais interesse. O Twitter ganhou credibilidade como importante meio político na última eleição americana. Com suficiente antecedência, a campanha de Obama soube construir a imagem do candidato através de mídias sociais. Essa interação na rede mostrou um candidato diferente, que se aproxima dos eleitores e sabe ouvi-los. Além disso, "humanizou" o político, normalmente estampado estaticamente em santinhos e cartazes. Se a televisão e o rádio exibem um político distante, protegido pela distância da comunicação de massa, o Twitter oferece a sensação de intimidade.

Enquanto isso, no Brasil o Twitter aparece na política apenas como paródia. Conscientes do poder midiático e interativo dos novos meios digitais, nossos políticos começam a divulgar seus perfis em serviços da Web 2.0. Mas, não sabem eles, as mídias sociais não fazem milagres eleitorais. São de fato um potente canal de interação, não apenas uma vitrine reluzente. Veja-se por exemplo as trapalhadas do senador Mercadante (sim, aquele que já apoiou Renan Calheiros). Sua equipe está ciente de que blogs e Twitter pautam a mídia de massa e de que as mensagens com 140 caracteres podem ter grandes efeitos. Por outro lado, esqueceram que a ferramenta não é suficiente. De que adianta uma mensagem forte e de impacto instantâneo se o responsável pelo perfil é inseguro e a todo momento trai os seus princípios?

No Twitter tudo é rápido. Um pseudo-protesto do senador, que avisava que iria deixar a liderança do PT no senado em caráter "irrevogável" (risos, muitos risos!), transformou-se pouco tempo depois em um atestado de óbito. Discursando para um plenário vazio (bem, isso não é novidade no senado), o senador vacilão atestava em viva voz que aquilo que se lera em seu Twitter era uma mentira virtual de um covarde real. Pobre política nacional, pobre Twitter. Pobre eleitor brasileiro.

Gostamos muito de elogiar o uso do Twitter pelo Obama. Mais ainda de mostrar a importância desse meio nos protestos do Irã. Por outro lado, muitos criticam o uso da tag #forasarney. É como se lá fora o Twitter realmente movimenta o debate público, enquanto no Brasil ele não passa de uma ignição para modas passageiras. Sim, Sarney não vai arredar o pé. Ele está "blindado" (palavra asquerosa que virou bordão na imprensa). Mesmo assim, continuo crendo que tanto a tag #FORASARNEY (sim, as maiúsculas é para indicar que estou GRITANDO) quanto os debates em blogs tem um impacto no espaço de debates. Certamente alguns estamparam a tag pouco sabendo quem é o senador bigodudo e os colegas que o apóiam. Mesmo assim, o tema estava circulando, provocando reflexões.

A insistência das mensagens na blogosfera e na Twittosfera pedindo a necessária saída de Sarney nunca teria sozinha a força de afastá-lo do cargo. Mesmo assim, o debate no ciberespaço é mais uma força, não a única, nem a mais forte. Quero crer que esses movimentos no mínimo despertam a curiosidade de jovens eleitores. Mais do que isso, ajudem a fortalecer a crescente insatisfação de nosso povo com seus representantes políticos. Essas mudanças são lentas. Mesmo assim, olhando para trás podemos ver o quanto nossa política já evoluiu. Pode parecer que estamos indo ladeira abaixo, em direção àquele imenso lamaçal. Mas hoje podemos expressar livremente nossas opiniões, sem sermos exilados, perseguidos ou torturados. E podemos testemunhar em tempo real como os políticos que elegemos roubam nossos bolsos e saqueiam nossa dignidade. Quem sabe essa total visibilidade e tanto debate nos conduzam a escolhas melhores no futuro.

Enfim, blogs e Twitter não são nossa salvação na política, nem a estratégia eleitoral certeira. Os debates que lá ocorrem tampouco são mudos, sem real impacto. São, na verdade, mais um elemento do debate político.

(por ALEXPRIMO em http://www.interney.net/blogs/alexprimo/2009/08/25/politicos_brasileiros_sonham_em_ser_obam/ )


domingo, agosto 30, 2009

Vanusa assassina o Hino Nacional

Mas ela não está lendo a letra?



http://www.youtube.com/watch?v=TfzyqxWHrQo


Incrível. Lamentável. Extraordinário.

A sensação é que ela emendou uma espécie de improviso quando sentiu que tinha se perdido completamente. Não. Pensando melhor, ela não deve nem saber onde está. Vai entender.

Tem vários momentos sensacionais. Mas eu adoro quando eles agradecem à cantora Vanusa e ela continua cantando no fundo.

Esse é aquele link que veio de todos os cantos no Twitter,

Publicado por Alex Maron em:
http://www.alexmaron.com.br/2009/08/30/vanusa-assassina-o-hino-nacional/


Eu e o Cinema

Enquanto mero espectador das mudanças que alteravam o cenário da cidade, eu procurava me divertir para superar a redução em meu círculo de amizades, afinal a vida continuava. As opções resumiam-se ao parque na praça Cândido Mendes, diante de minha casa ao lado do cartório do velho e calvo Daniel Rego, e ao Cine Carolina, duas quadras atrás da praça, cujo altofalante gritava os nomes dos filmes nas noites e matinês dos finais de semana.

Ali assisti ao meu primeiro filme. Não foi uma boa experiência. Não havia àquele tempo qualquer classificação dos filmes por faixa de idade ou restrição à presença de criança nas sessões. Valia tudo. Os filmes eram antigos, com anos de atraso. A maioria das películas em preto-e-branco, de tanto manuseio, tinha inúmeros riscos brancos dificultando a identificação da cena.

Mas era um filme.

E o cinema causou tanto impacto quando chegou a Carolina que enlouqueceu um homem ou, na melhor das hipóteses, ele achou uma razão prática para a sua loucura. Foi o Bia Louro. Quando viu Charles Chaplin, quis sua vida em preto-e-branco. Rápido arranjou um paletó retrô, uns sapatões de palhaço e um chapéu-coco. A bengala, de um tio falecido décadas atrás, completou o conjunto. Não mais admitiu em sua vida outras cores que o preto e o branco. Cultivou um bigodinho que o deixava não com a cara de Carlitos, mas como a sombra do ditador germânico que arrastou o mundo à conflagração da década de 1940. Sem respeito algum, muitos frequentadores do cinema chamavam-no Hitler. Paravam diante dele à entrada principal — onde religiosamente se postava todo dia desde os primeiros anos da década de 1950 —, perfilavam, jogavam abruptamente o braço para o alto e gritavam com um riso sardônico: Heil Hitler! Ele enrijecia o corpo, como tocado por uma corrente elétrica, segurava com firmeza à mão esquerda a bengala assentada no chão, abria um sorrisinho idiota que distendia o bigodinho e parecia realizado. Aos primeiros sons do altofalante ele chegava, surgido de uma bruma do passado, e ali na rua, diante do cinema, bamboleava o corpo incansavelmente de um lado a outro com passinhos miúdos, parecendo pato novo. Quando os espectadores saíam da sessão, a escuridão da noite já o havia engolido.

Foi no meu primeiro filme que vi aquela figura senil, decrépita, o bigodinho não mais preto, mas gris —formando um triste conjunto com o velho paletó e o chapéu-coco —, amargando o escárnio público. Foi um choque tão grande quanto o meu primeiro filme. Passei arredio, dando voltas para evitá-lo, enquanto algumas pessoas cumprimentavam-no à moda nazista.

Mesmo assim entrei com gosto pela primeira vez no cinema. Eu e Paulo. Mais velho três anos que eu, acredito que ele fosse assíduo nas matinês. Minha mãe nos havia arrumado, não esquecendo de conferir com o zelo habitual todos os detalhes da roupa, o cabelo — curto e gomalinado — brilhando. No bolso, o dinheiro para a pipoca na porta do cinema e as tradicionais recomendações de cuidado que não ouvi pois era grande a minha ansiedade.

O filme era de terror, por sinal um ordinário terror. Homens com paletós de gola alta e cartolas esgarçavam a boca a todo o momento, mostrando os grandes dentes de vampiro —mais para amedrontar a plateia que os inimigos. Ao mau espetáculo os presentes opunham gritos de medo e suspiros que davam maior peso ao suspense vagabundo, nem um pouco ligando para a qualidade do filme.
Eu contorcia as mãos de medo, encolhia-me na cadeira de madeira compensada, agradecendo que a escuridão da sala não permitisse verem o meu vexame. Na hora em que alguns homens de paletós pretos abriram uma cova e preparavam-se para estocar com um pedaço de pau o vampiro dentro do caixão, não resisti: escondi a cabeça entre as pernas e assim fiquei até o final do espetáculo. Remoía uma certeza enquanto ouvia os gritos dos atores se misturarem aos da plateia: ‘não vou enlouquecer como o Bia Louro, não vou!’

Fora do prédio, ao final da sessão, Paulo questionou o meu suor. Restou-me dizer, desconversando, que a sala era muito abafada e suara além do comum.
Em casa, naquela noite de domingo, o medo me dominou. Não podia ficar sozinho, estava sempre grudado em meu pai ou minha mãe, pois do contrário me sentiria à mercê dos homens de cartolas pretas e grandes dentes de vampiro. Queriam cravar-me também uma estaca no peito por minha intromissão no filme deles, acreditava. Desconfiava que a loucura do Bia Louro fora forjada em circunstâncias idênticas.

Por algum tempo evitei ir ao cinema. Se cinema era aquilo, esconjuro!, não era para mim. Não conseguiria dormir à noite, como não consegui naquele dia sonhando com vampiros e homens de paletós de gola alta.

Paulo foi por muito tempo sozinho ou na companhia de minha irmã Josete, mais velha que eu, ou de João. Antes de o espetáculo começar ele ficava à frente do cine, onde as pessoas se concentravam, conversando com os amigos, trocando revistas que comprara, lera e passava adiante, ou comendo pipoca. Tinha muitos gibis: Superman, Homem-Aranha, Cavaleiro Negro, Fantasma.

Na volta, eu ia encontrá-lo ainda na praça, para conferir quais as novas revistas que trazia e disfarçadamente saber se o Bia Louro ainda fazia plantão por lá junto com os vampiros de paletó.

Postado por jjLeandro no jjLeandro em 6/27/2009 11:00:00 AM no
http://jjleandro-jjleandro.blogspot.com/


O FIM DA ARTE (como meio de conhecimento)

Não temos a capacidade de destilar em palavras as experiências visuais que fazem o belo repousar naquilo que é apreendido pelo olhar. Uma obra de arte é tudo que ela contém: forma, textura, cor, linhas, conceitos, relações, etc. É aquilo que se vê, e o que se diz não corresponde exatamente ao que se vê. Não representa nada como imagem de outra coisa. E para ler um trabalho de arte é necessário se partir de um modelo (referências, informações...). Existem códigos a priori (aqueles utilizados pelo artista) e códigos a posteriori (aqueles utilizados pelo espectador).

A virtude da arte é afirmar um conhecimento, propondo instrumentos que seduzem a inteligência. A invenção de uma linguagem é o resultado de um exercício paciente de contemplar outras linguagens. Como todo discurso é resultado de outros discursos. Exige-se um método. A arte é o que está além dos limites de tudo o que se considera cultura; não pode se restringir a um exótico experimento ou aparência da superfície de um trabalho, que fica para trás, como uma coisa vazia, no primeiro confronto com o olhar que pensa.

A arte, entendida, como meio de conhecimento, hoje em dia, vem cedendo lugar a uma experiência ligada ao lazer e a diversão, que envolve outros profissionais como responsáveis pela sua legitimação: o curador, o empresário patrocinador e organizador de eventos, marchands, profissionais de publicidade, administradores culturais e captadores de recursos. Com as leis de incentivo a cultura e a presença marcante da iniciativa privada, paradoxalmente, levou a arte a um limite, o fim da obra, do trabalho ligado a um saber. E o artista, nem artesão e nem intelectual, sem dominar qualquer conhecimento, está cada vez mais sujeito ao poder do outro. As grandes mostras são grandes empreendimentos para atender à indústria do entretenimento, (mais empresarial e menos cultural), que movimentam uma quantidade significativa de recursos e envolve um número assustador de atravessadores.

As contradições modernidade / tradição, contemporâneo / moderno, neste início de século, cede lugar a uma outra contradição: artistas que pertencem ao metier e artistas estranhos ao metier, inventados por empresários da cultura, cujos trabalhos se prestam para ilustrar uma tese ou teoria imaginária de um suposto intelectual da arte e garantir o retorno do que foi investido pelo patrocinador e pelo comerciante de arte. Uma mercadoria fácil de investir, sem risco de perda, basta uma boa campanha publicitária. O artista pode ser substituído por um ou por outro, a obra é o menos importante. Aliás, é o que a indústria do marketing tem feito com as mostras dos grandes mestres como: Rodin, Manet, etc., pouco importa as obras desses artistas e sim o nome e o patrocinador. A publicidade leva consumidores/espectadores como quem leva a um shopping center. A quantidade de público garante o sucesso. O público é como o turista apressado, carente de lazer cultural que visita os centros históricos com o mesmo apetite de quem entra numa lanchonete para uma alimentação rápida.

Na “sociedade do espetáculo”, regida pela ética do mercado, o artista sem curador, sem marchand, sem patrocinador, é simplesmente ignorado pelas instituições culturais, raramente é recebido pelo burocrata que dirige a instituição. Seus projetos são deixados de lado. Também pudera, essas instituições, sem recursos próprios, tem suas programações determinadas pelos patrocinadores. Numa sociedade dominada pelo império do marketing, a realidade e a verdade são mensagens veiculadas pela publicidade que disputa um público cada vez maior e menos exigente. A vida é vivida na especulação da mídia, na pressa da informação. E neste meio, a arte é uma diversão que se realiza em torno de um escândalo convencional, deixando de lado a possibilidade do pensamento.

O fantasma do “novo”, que norteou a modernidade foi deslocado para o artista que está começando, pelo menos novo em idade, o artista/atleta, a caça de novos talentos e de experiências de outros campos sociais. Totens religiosos, a casa do louco, a rebeldia do adolescente... Tudo é arte, sem exigir de quem faz o conhecimento necessário. Todo curador quer revelar um jovem talento, como se a arte dispensasse a experiência. Um “novo”, sinônimo de jovem ou de uma outra coisa que desviada para o meio de arte, funciona como uma coisa “nova”. Um novo sempre igual, a arte é que não interessa. Praticamente trinta anos depois do aparecimento da chamada arte contemporânea no Brasil, recalcada nos anos 70 pelas próprias instituições culturais, um outro contemporâneo surgido nos anos 90 passou a fazer parte cotidiano dos salões, bienais, do mercado de arte, das grandes mostras oficiais e de iniciativa privada. Uma contemporaneidade sintomática.

Estamos vivendo um momento em que qualquer experiência cultural: religiosa, sociológica, psicológica, etc. é incorporada ao campo da arte pelo reconhecimento de um outro profissional que detém algum poder sobre a cultura, (tudo que não se sabe direito o que é, é arte contemporânea). Como tudo de “novo” na arte já foi feito, o inconsciente moderno presente na arte contemporânea implora um “novo” e nesta busca insaciável do “novo”, experiências de outros campos culturais são inseridos no meio de arte como uma novidade. Deixando a arte de ser um saber específico para ser um divertimento ou um acessório cultural. Neste contexto, o regional, o exótico produzido fora dos grandes centros entra na história da arte contemporânea. Nos anos 80, foi o retorno da pintura, o reencontro do artista com a emoção e o prazer de pintar. Um prazer e uma emoção solicitados pelo mercado em reação a um suposto hermetismo das linguagens conceituais que marcaram a década de 70. Acabou fazendo da arte contemporânea, um fazer subjetivo, um acessório psicológico ou sociológico. Troca-se de suporte nos anos 90 com o predomínio da tridimensionalidade: escultura, objeto, instalação, performance, etc., mas a arte não retomou a razão.

Na barbárie da informação e da globalização, estamos assistindo ao descrédito das instituições culturais e da dissolução dos critérios de reconhecimento de um trabalho de arte. Tudo é tão apressado que acaba no dia seguinte, os artistas vão sendo substituídos com o passar da moda, ficam os empresários culturais e sua equipe. Uma corrida exacerbada atrás de uma “novidade”, que não há tempo para se construir uma linguagem. O chamado “novo” é a experimentação descartável que não chega a construir uma linguagem elaborada, mesmo assim, é festejado por uma crítica que tem como critério de julgamento interesses pessoais e institucionais. A arte pode ser qualquer coisa, mas não são todos os fenômenos ditos culturais, principalmente os que são gerados à sombra de uma ausência de conhecimento.



Almandrade (artista plástico, poeta e arquiteto)


quarta-feira, agosto 26, 2009

A Despedida que não Houve (pelo menos por enquanto)

O escritório em que trabalho lá na empresa há pouco mais de três anos está reduzindo suas atividades (e chegou-se a pensar no fechamento), eu participei de quase toda a história desse escritório, e esse redução chateia um pouco. Eu e outros colegas temos tentado arrumar outra colocação na empresa, e outro dia desses cheguei a participar de uma seleção. Não fui selecionado, o que também chateia, mas de fato eu ainda não queria sair ainda e então não foi tão triste assim, mas na verdade teve um momento em que eu que achei que seria selecionado e então sairia, nessa hora eu estava no ônibus indo para o trabalho, lendo o meu Nietzsche, quando começaram a me brotar as palavras de uma despedida que eu pretendia enviar às mais de cem pessoas que fizeram parte da história desse ambiente. Interrompi a leitura, peguei uma caneta, um rascunho e comecei a escrever numa torrente de pensamentos incontroláveis, achei que ficou bacana, mas quando saiu o resultado e eu não fui selecionado, acho que fiquei mais triste foi de não me despedir das pessoas e desse processo da forma como eu tinha planejado. Enfim... pode ser que eu ainda saia e aí enviarei a carta a todos, pode ser que não, de qualquer forma fica a carta aqui e aí todos poderão ler se por acaso pararem aqui... aliás se você é uma dessas pessoas e parou por aqui por acaso, e gostou, divulgue o endereço para os outros colegas que você tenha contato. Segue o texto da cartinha...



"Estou de saída. Mas quero falar é desde quando eu cheguei, há pouco mais de três anos. Selecionado que fui pelo comitê anterior: Ewerton, Zé Roberto e Maria Helena, eles e depois os outros os outros três do comitê atual me impuseram questões tais, que tal com Platão o diz, em seu dialogo com Teeteto, agiram como parteiras, que fizeram nascer de mim, o profissional e o analista melhor que me tornei hoje.

Mas não é disso que que quero falar. Quero dizer da experiência que aqui tive, ao ver essa estrutura nascer, crescer e se desenvolver. De partirmos praticamente do nada e construirmos tudo isso que nós chegamos a ser. O crescimento pessoal e profissional que pude ver de tantas pessoas. Os diversos momentos de descoberta e de alegria que aqui vi e vivi. Os momentos ruins e de perdas que também acontecem, é a vida seguindo o seu curso. Tudo isso me tornou um homem melhor e mais preparado, mais cônscio da minha força, das minhas qualidades e também das minhas fraquezas e dos meus limites.

Mas também não é disso que quero realmente falar. Quero dizer é das pessoas, e de todo prazer e do orgulho que tive e tenho de ter aqui retomado a minha relação já de onze anos com meu amigo Gustavo Borges. De ter aqui continuado as minhas relações um pouco antes estabelecidas com o Mauro, o Lucas, o Mendel, a Iara e o saudoso Gut. E também de ter aqui construído outras tantas relações bacanas, como com o Marcone, o Coutinho, o Bernardo, o Caio, a Samantha, a Leila, a Vanessa, o Walle, a Vera, a Lígia, o Márcio, o Serjão, a Elcione, o Carlos, o Washington, o Ronaldo, o Cleberson, o Wesley, o Alessandro e a Carla (injustiças foram cometidas, eu sei, mas quando se propõe a citar, quase sempre, acontece), estes, talvez em maior grau,, mas no fim todos mesmo, me deram e me dão tanto prazer e orgulho, como já disse, desse contato que temos e/ou tivemos que eu sou hoje uma pessoa muito mais feliz do que eu era até 31/07/2006.

Eu sei que parte dessas relações se perderão no tempo, como lágrimas na chuva, mas também sei que algumas dessas relações me acompanharão por algum tempo, talvez de forma mais distante, enquanto outras, atravessarão esse teste da distância com louvor, se tornando até mais sólidas, presentes e próximas no fim. E isso me enche ainda mais de alegria.

Me despeço daqui com o sentimento do dever cumprido, com orgulho e alegria em relação a minha participação nesse processo que foi a Mesa, mas também já com certo pesar e saudade. Agora estou dando um passo para trás, não para dar dois a frente depois, mas para evitar de dar dois passos para trás agora. Mas espero e torço que a nova jornada a minha frente seja rica, valorosa, edificante e divertida como a que ora finda.

Sentirei muita falta daqui, do trabalho,do ambiente e das pessoas, mas sei também, que no microssegundo antes da minha morte, quando minha vida inteira passar pela minha mente, vou focar minha atenção a momentos importantes da minha vida, e ali me me lembrarei com carinho, desses últimos três anos e de vocês que me acompanharam nesse caminho.

Felicidades e sucesso a todos. Um beijo no coração de cada um, e que possamos nos encontrar por essa empresa e pelo mundo, em situações cada vez melhores, se Deus, assim, o permitir. "


"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar,
trucidar
Meu coração fecha aos olhos e sinceramente chora...

Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intencão e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadura à proa
Mas o meu peito se desabotoa

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"


Francisco Buarque de Hollanda & Ruy Guerra





terça-feira, agosto 25, 2009

Olha a turma aí, gente...

Publicado em 25/08/2009 por Prof. C. Justino da Silveira cjustino@uol.com.br


Caros amigos, de nada vai valer nos debruçarmos sobre a vergonha atitude dos nossos senadores, que produziram uma verdadeira sacanagem com a população, ao urdirem uma verdadeira palhaçada, ao procederem ao arquivamento sumário das onde acusações contra que o presidente de Senado Sr. José Sarney e em contra partida arquivaram também a acusação contra o líder do PSDB senador Arthur Virgílio.
Que nos desculpem os profissionais do riso, os nossos queridos palhaços, estes que são profissionais e nos trazem alegrias até mesmo que estão com coração doído, com suas atividades nos picadeiros da vida, com muita categoria nos alegram em razão de seu ofício maior, a palhaçada resultado do vosso trabalho é a mais salutar possível...
A “Palhaçada” que nos referimos é a resultante do comportamento idiota, irresponsável, sem respeito algum pelos eleitores, quando nossos senadores no Conselho de Ética (sic, será que eles sabem o que significa), tentam varrer para debaixo do tapete da canalhice, todas as acusações que pesavam contra o presidente da casa, sem ao menos investigá-las, barganhadas com a liberação do Senador Arthur Virgilio, numa demonstração de que “o corporativismo político” é um mal que assola o nosso país.
Terminada toda a apresentação desta comédia bufa de um “teatro de quinta categoria”, onde os bufões se alternaram em cena, recitando as falas já definidas e negociadas prèviamente, a tal ponto que, entre mortos e feridos, os trombadinhas de votos segue em frente, conforme a determinação do “Molusco mor”, que impôs sua vontade ao Senado da República, como se fosse imperador do Império de Corrupnópolis...
A decepção é tamanha, que só nos resta repelir com veemência os pseudos representantes da população, que representam a maioria dos senadores, com as raríssimas exceções, e excluí-los quando vierem à procura dos nossos votos, o que não será tarefa fácil, pois estes pilantras contam com seus currais eleitorais pelo Brasil afora...
O pior em toda esta sacanagem, é que o governo não aceitou a derrota sofrida no final de 2008, quando foi enterrada a famigerada C.P.M.F., e mesmo com a manutenção da arrecadação em níveis normais, eis que a turma do Planalto volta à carga com o Sinistro Temporão enviando para o legislativo a continuidade da C.P.M.F. agora com outro nome o de C.S.S. (Contribuição Social para a Saúde)...
A nova sacanagem chamada C.S.S. nada mais é do que a antiga C.P.M.F. agora com a alíquota de 0,1% sobre todas as movimentações financeiras, e considerando as negociatas pelas quais o Planalto mantém sobre suas rédeas a chamada “Base Aliciada” reforçada pelos trabalhos do jaguncismo político da “tropa de choque”, precisamos ficar alertas e cobrar um posicionamento correto do nosso legislativo contra esta nova aberração...
A antiga desculpa de que precisamos garantir verba para os serviços de saúde, para que a saúde possa atender às necessidades da população, é pura balela e conversa para enganar trouxa, visto que durante os anos em que a famigerada C.P.M.F. foi arrecada, de nada valeu para a população, que continuou recebendo um atendimento de péssima qualidade, o verdadeiro e real problema da saúde é a falha administração dos recursos existentes...
Aliás, o oportunismo político é tamanho que o Sinistro da Saúde chegou a valer-se das vítimas da “gripe suína” para defender a aprovação da C.S.S., dizendo de forma desavergonhada que estes recursos ajudariam na erradicação desta doença, desculpe-me senhor sinistro, o que faltou como sempre acontece, foi levar a sério e epidemia que assola o mundo inteiro.
A população brasileira deverá sair da sua letargia, arregaçar as mangas, sair às ruas e exigir que os nossos representantes, que mais parecem representantes do governo federal, votarem contra esta reedição de um imposto disfarçado de contribuição que penaliza a toda a população brasileira...
O “Moluscão Mor” em uma de suas verborréias mentais, disse “após a rejeição da C.P.M.F. não vi nenhum empresário reduzir seus preços em 0,38%”, o que nos permite lembrá-lo de que:
1- durante a arrecadação da C.P.M.F. o atendimento da saúde manteve-se tão ruim, quanto era...
2- a arrecadação federal após a suspensão da C.P.M.F. não sofreu a queda, que era usada como o mote para a sua manutenção...
3- o maior problema deste país não é falta de arrecadação, o verdadeiro problema são os gastos desnecessários e supérfluos que desperdiçam os recursos arrecadados...
4- a carga tributária brasileira é a maior do planeta, está em torno de 37% do P.I.B. (produto interno bruto) e os serviços que são obrigação do estado tais quais: segurança, saúde, educação e infra-estrutura são de péssima qualidade, o que demonstra que gastos muito e de forma errada...
Acooorda Brasiiil, vamos todos lutar contra esta nova tentativa de espoliação da população brasileira, vamos dizer “NÃO a C.S.S”...

Carlos Justino da Silveira, graduado em Pedagogia, Mestre em Administração de Empresas e Controladoria, atua na área de ensino há 35 anos, e atualmente em Consultoria e treinamento de pessoal, sendo Professor de Administração e Gestão Manufatureira e de Serviços do Centro Universitário de Santo André – UNIÁ


quarta-feira, agosto 19, 2009

A Politica, A Imprensa, O Povo e O Futuro (ou o início da morte de um partido)

Hoje foi um dia bastante prolífico em notícias, na politica brasileira. Conforme estava previsto, foram arquivadas definitivamente, todas as representações contra o presidente do senado, o Excelentissimo Sr José Sarney. Isso acontece a despeito, dos muitos indícios que pipocaram, e apesar da opinião pública, estar bem convencida até mesmo da culpa de Sarney em algumas das denúncias. Aconteceram, algumas manifestações no congresso, e muitas, muitas mesmo, através da internet, seja por e-mails, blogs ou microblogs.

Eu outro dia dei uma entrevista a um jornal aqui de bh (o Hoje em dia http://www.hojeemdia.com.br/v2/index.php?sessao=13&ver=1¬icia=7512 ) à repórter Denise Mota, e depois republicada na internet no blog caraspintadasrs ( http://caraspintadasrs.blogspot.com/2009/07/caras-pintadas-deixam-as-ruas-e-hoje.html ), onde eu falei um pouco sobre a efetividade que eu acredito terem essas manifestações. Falei também a veja (essa declaração não publicada) aos repórteres Maria Maia e Leonardo Coutinho. Antes de continuar a falar sobre hoje, reproduzirei aqui a matéria do Jornal e a minhe declaração a revista.

"Caras-pintadas deixam as ruas e hoje protestam na Internet
Denise Motta, para o jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte.
Repórter


O ano era 1992. O clima político era de instabilidade. As manifestações eram reais. Estudantes foram às ruas protestar contra o presidente da República, Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTB de Alagoas. Passeatas coloridas, estudantes com rostos pintados de verde e amarelo se espalharam pelo país, em favor do impeachment de Collor por suspeita de crimes como enriquecimento ilícito, evasão de divisas e tráfico de influência.


O ano é 2009. O clima político, no Senado, é de instabilidade. As manifestações agora são virtuais, pela Internet. Uma campanha contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AC), intitulada “#forasarney”, ganha dimensões mundiais graças ao Twitter, rede de relacionamentos virtual, uma espécie de microblog que, entre suas ferramentas, lista os dez assuntos mais comentados no mundo. No último dia 29 de junho, o “#forasarney” ocupou a vice-liderança de tópicos mais comentados e chamou atenção de blogs em todo o planeta. As manifestações sumiram das ruas e ganharam as telas dos computadores.


O Twitter é uma rede de relacionamentos onde uma pessoa escolhe quem seguir. Cada usuário tem seus seguidores, e os que ele mesmo segue. O que o usuário escreve, no máximo 140 caracteres, aparece na página dos seguidores. Há variações de privacidade, com mensagens privadas. A frase do campo de texto pergunta o que você está fazendo agora? O usuário segue este roteiro ou não. Famosos, como apresentadores de TV, atores e jornalistas disputam seguidores. Quanto mais tiver (seguidores), a audiência é maior.


Levantamento divulgado pelo jornal “USA Today” indica que, em todo mundo, mais de 10 milhões de pessoas aderiram ao Twitter, um verdadeiro fenômeno na Internet que, conforme avaliação do apresentador Marcelo Tas, “revolucionou o mundo”. Tas é um dos campeões de seguidores no Twitter no Brasil. Até a última quarta-feira, possuía 144.209 seguidores.


“Essa história do Sarney está interessante. Acredito que, no momento em que o Lula se posicionou a favor, cresceu o lado contra. Não é só contra o Sarney, mas contra o sistema. Faz as pessoas pensarem: preste atenção, o presidente assina embaixo tudo o que esse cara faz. No quesito informativo, é genial. Tomara que seja uma ação com resultados”, afirmou a paulistana Cecília Lotufo, 34 anos, conhecida como a musa dos caras-pintadas.


Capa dos principais jornais do país, com a face pintada com um “fora” em vermelho, em 1992, hoje, Cecília descobriu na Internet uma forma de se mobilizar socialmente. Ela se dedica a lutar pela recuperação de praças e criou um blog para divulgação das ações. Uma das lideranças do Movimento Boa Praça, que reúne moradores do Alto da Lapa, Pinheiros e Sumarezinho, em São Paulo, a musa dos caras-pintadas se rendeu aos protestos virtuais.


Outro cara-pintada que hoje se rendeu aos encantos da rede mundial de computadores é o mineiro Edmundo Fontela Emediato Grieco. “Me lembro que, na época dos caras-pintadas, meus professores iam ao aeroporto esperar os deputados para cobrar alguma coisa. Hoje, nós mandamos um e-mail”, compara. O bancário, hoje tem 30 anos, foi cara-pintada aos 13.
Grieco considera enfraquecida algumas ações na Internet por causa da pulverização, mas é confiante de que a pressão virtual tem efeito real na imagem dos candidatos. “Quando votaram a favor da CPMF, circulou um e-mail com os nomes dos parlamentares. Acho que isso facilita a avaliação do eleitor”.


Sobre o movimento contra Sarney, o ex-cara-pintada é confiante de que a pressão pode sim contribuir para que o político deixe o cargo de presidente do Senado. Como Cecília, Grieco possui um blog onde escreve suas impressões sobre os mais variados assuntos, não apenas política.
Há jovens que não acompanharam os caras-pintadas, mas, hoje, se inspiram neles para agitar a rede de computadores. Um exemplo vem de um grupo de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Chamado “Os Caras-Pintadas do Rio Grande do Sul”, o movimento gerou um site criado em 28 de março de 2008 e recebeu, até agora, 40 mil acessos.
A intenção dos “caras-pintadas” gaúchos, conforme o estudante Marcus Rocha, é pressionar para que haja investigação na gestão da governadora Yeda Crusius (PSDB).“Estamos pressionando, faltam duas assinaturas para a instalação de uma CPI. Desde que passamos a pressionar, ela (a governadora) enfraqueceu. Hoje, é a mais mal avaliada no país”.


Outra iniciativa de mobilização na Internet com resultados diz respeito à reforma política. O Movimento ProReforma , fruto da união de entidades paulistas, nasceu antes mesmo do escândalo do mensalão, diz um dos organizadores, Daniel Monteiro Lima. A divulgação dos assuntos referentes à reforma política é reunido em um lugar, o portal (www.proreformapolitica.com.br). “O movimento da reforma política surgiu em 2003 ou 2004. Já naquela época, antes do mensalão, já avaliávamos que se não fosse feita alteração no sistema político atual teríamos problema de crise institucional. E foi o que ocorreu”.
Obama tem 1,69 milhão de seguidores


As mobilizações pela Internet acontecem nos mais variados espaços virtuais. Mas o diferencial vem sendo mesmo o Twitter, ferramenta que deu imensa visibilidade ao então candidato Barack Obama (presidente dos EUA, hoje) durante sua campanha. Obama, inclusive, é uma das personalidades de maior visibilidade na ferramenta. Até a última quarta-feira, possuía 1,69 milhão de seguidores.


Para se ter ideia da dimensão do Twitter, basta analisar os números. No dia em que Sarney ocupou a vice-liderança de tópicos comentados, foram escritas 13.436 menções de “#forasarney” no Twitter. O total de menções, nos últimos 30 dias, foi de 39.619, conforme o site blablabra, que monitora o conteúdo do Twitter no Brasil. A média de menção diária é 1.722, e o alto volume na segunda-feira, 29 passada, se deve ao envolvimento de artistas, que possuem muitos seguidores.
Após a empolgação inicial nas telas dos computadores, os internautas passaram a tentar viabilizar uma mobilização nas ruas para pedir a saída de Sarney. Ficou na tentativa. As ações para levar o “#forasarney” às ruas foram consideradas fracassadas na própria rede. Mas há intenção em transformar novamente um protesto virtual em real ? Para a pesquisadora Liliane Dutra Brignol, professora de Jornalismo e especialista em Internet, a web permite que um determinado assunto vire pauta na sociedade e não apenas notícia.
“É uma forma de experimentar a política em outro ambiente. Não é mais passeata, não tem mais palavra de ordem, mas as pessoas estão se posicionando, dando visibilidade a temas importantes. O Sarney não está no Twitter, mas, de alguma forma, isso reflete sim nele”. Liliane ainda lembra, como temas recentes com destaque na rede, o caso do Irã, país que passou por eleição presidencial conturbada, além de Honduras, onde a informação só circulou pela Internet”. "

"PARTICIPEI EM 1992 DAQUELE MOVIMENTO DO FORA COLLOR, COISA DA QUAL TENHO ORGULHO, E QUE ACHEI NA ÉPOCA, (DEVIDO MESMO A PRÓPRIA INGENUIDADE DA JUVENTUDE) QUE AQUELE EPISÓDIO RETRATAVA A VOLTA DA PARTICIPAÇÃO POPULAR EM QUESTÕES POLITICAS NO BRASIL (TAL COMO É FEITO NA ARGENTINA, POR EXEMPLO) DE FATO NÃO FOI ISSO QUE EU VI ACONTECER DEPOIS (TALVEZ COM EXCESSÃO DA ELEIÇÃO DE 2002, EM QUE EU VI DE NOVO UMA MOBILIZAÇÃO NA RUA - MAS ESSA MESMA NEM TEVE CONTINUIDADE JÁ NA SEGUNDA ELEIÇÃO DE LULA, JÁ MUITO PROVAVELMENTE DEVIDO AO ESCANDALO DO MENSALÃO QUE OCORREU DURANTE O PRIMEIRO MANADATO DO PT). ENTRE O PROCESSO DO IMPEACHMENT E A PRIMEIRA ELEIÇÃO DO LULA NÃO VI MAIS A POPULAÇÃO BRASILEIRA SE ENVOLVER DE FATO COM ALGUMA QUESTÃO POLITICA. E NEM DEPOIS DA ELEIÇAÕ DE LULA VI MOVIMENTAÇÕES POPULARES NA RUA.


QUANDO EU OLHO A SITUAÇÃO DE HOJE E VEJO NA MESMA TRINHEIRA SARNEY, COLLOR, RENAN CALHEIROS E LULA, FICO PREOCUPADO. PREOCUPADO COM A PRÓPRIA MATURIDADE POLITICCA DO PAÍS, PORQUE ME LEMBRO DA ELEIÇÃO DE DE 1989, E ME LEMBRO QUE ERAM TODOS ADVERSÁRIOS UNS DOS OUTROS, LEMBRO-ME DE COMO TANTO LULA QUANTO COLLOR BATERAM FORTEMENTE NO GOVERNO E NA PESSOA DO SARNEY DURANTE A CAMPANHA, E O QUANTO SE ACUSARAM ENTRE SI, QUANDO MUDA-SE A CONFIGURAÇÃO DO PODER NO BRASIL E O PT ALCANÇA O GOVERNO, VENDENDOAQUELA ILUSÃO DE SER UM PARTIDO COM MÉTODOS E PRIORIDADES DIFERENTES (QUE ILUDIU INCLUSIVE A MIM), E AÍ O QUE SE VÊ SÃO ELES TODOS JUNTOS E DEFENDENDO POSTURAS INDEFENSÁVEIS DO EX PRESIDENTE, FORJADO COMO CACIQUE AINDA NA REPUBLICA VELHA, E O PT BASEANDO SEU GOVERNO NO MESMO FISIOLOGISMO EM QUE SE BASEOU OS GOVERNOS SARNEY, COLLOR E FERNANDO HENRIQUE, E QUE PODE SER COMPROVADO PELO PESO DA PARTICIPAÇÃO DO PMDB (UM PARTIDO SEM PROJETO, TOTALMENTE ESFACELADO E FORJADO SOMENTE EM INTERESSES REGIONAIS) NA BASE DE APOIO DESSES GOVERNOS.

A ESPERANÇA QUE TENHO É QUE VEJO HOJE UMA OUTRA FORMA DE MOBILIZAÇÃO, AS DISCUSSÕES QUE EXISTEM HOJE, ATRAVÉS DA INTERNET, ATRAVÉS DE SITE DE RELACIONAMENTO, BLOGS, PELO TWITTER E PELO ENCAMINHAMENTO DE E-MAILS (NÃO SPAMS MAS PELO ENCAMINHAMENTO DE MENSAGENS INFORMATIVAS ENTRE PESSOAS QUE SE CONHECEM, E CUJA REPUTAÇÃO É RESPEITADA PELOS RECEPTORES DAS MENSAGENS). NESSE PROCESSO VEJO UMA NOVA JUVENTUDE QUE SE INFORMA E DIVULGA SUAS OPINIÕES, CRIANDO UMA REDE QUE ACABA PO INFLUENCIAR A OPINIÃO PÚBLICA COMO UM TODO, DE UMA FORMA ATÉ MAIS COMPETENTE QUE AQUELA MOBILIZAÇÃO DE 1992.

O MUNDO HOJE É OUTRO E ESSE TIPO DE COMUNICAÇÃO E INFLUÊNCIA JÁ MOSTROU SUA FORÇA, TEMOS COMO EXEMPLOS A CRIAÇÃO DE TODA A REPUTAÇÃO DO PRESIDENTE OBAMA, QUE FOI FEITA DURANTE A CAMPANHA NA PRÉ-CANDIDATURA, E DEPOIS DA CANDITATURA, SENDO BASEADA PRINCIPALMENTE NESSE CONTATO ENTRE OS ELEITORES, E NA DIVULGAÇÃO REALIZADA POR PESSOAS COMUNS, SEM A DEPENDENCIA DA INDUSTRIA DA MÍDIA, OUTRO EXEMPLO FOI A ÚLTIMA ELEIÇÃO AQUI EM BELO HORIZONTE, ONDE O CANDITATO QUE LIDEROU O PRIMEIRO TURNO TEVE SUA REPUTAÇÃO COMPLETAMENTE DESTRUÍDA NUMA CAMPANHA QUE SE DEU PRINCIPALMENTE ATRAVÉS DO ENCAMINHAMENTO DE E-MAILS QUE QUESTIONAVAM ALGUMAS POSTURAS, ATITUDES E A IMAGEM DESSE CANDIDATO QUE ACABOU TENDO MENOS VOTOS NO SEGUNDO TURNO QUE NO PRIMEIRO.

VEJO HOJE SARNEY, COLLOR RENAN E ATÉ MESMO LULA IGNORANDO O SENTIMENTO DO PÚBLICO NESSA CRISE DO SENADO, MAS VEJO TAMBÉM A SOCIEDADE REAGINDO, DISCUTINDO E DIVULGANDO AS SITUAÇÕES E POSTURAS DE CADA UM, E CREIO EM DUAS COISAS, PRIMEIRO QUE AS URNAS ACABARÃO POR PUNÍ-LOS, MESMO QUE OS PARES NÃO O FAÇAM. E ANTES MESMO DISSO, QUE OS PRÓPRIOS PARES SE SINTAM AMEAÇADOS DE NÃO PUNÍ-LOS TEMENDO A REAÇÃO DAS URNAS."

EDMUNDO FONTELA EMEDIATO GRIECO

Meu pensamento, sobre essa questão está bem explicitado, e quero dizer aqui, que o resultado da sessão hoje no conselho de ética do senado, não me surpreendeu, mas me chateou um pouco, a desconexão existente entre o povo brasileiro e os seus representantes eleitos é bastante triste.

Mas não foi de tudo triste esse dia. O anúncio da senadora Marina Silva, que saiu do PT, deve migrar para o PV e ser candidata a presidente, numa novidade realmente interessante para o país e para as eleições do ano que vem, e já me comprometo em votar com ela nesse momento. A discussão na época da eleição será muito mais interessante, e surge um nome e um outro lado, diferente desses dois que foram governantes nesses quatro últimos mandatos presidenciais.

Outra coisa importante para mim, foi a declaração do senador Flávio Arns do PT do Paraná, onde ele exaltou o senador pelo Amazonas Arthur Vírgilio, como um orgulho para o seu estado e para o senado. Enquanto o seu partido, era o motivo de sua vergonha e decepção. Coloco aqui o link para o fim deste pronunciamento:

http://www.youtube.com/watch?v=PE8vxMvBsyc

Este nobre Senador que eu nem mesmo conhecia até então, mostrou que realmente há gente na politica que leva a sério o que faz. E este é outro que deve nas próximas eleições pedirá votos por outro partido.

O Pedro Simon resumiu bem o dia quando disse que foi o dia em que o PT Perdeu a Marina Silva e abraçou Collor e Sarney, através da postura do Presidente Lula e do Presidente do Partido o Berzoini. Minha esperança é como no fim de minha declaração a Veja que as urnas encerrem as carreiras das pessoas envolvidas nos desvios, e que seja a derrocada do PT do poder, e que quando alijados do poder estiverem. que retornem para sua postura o discurso que sempre tiveram, e que já me seduziu, pra quem sabe, numa futura experiência de ascenção ao poder este partido mantenha na postura e na atuação, a defesa da ética, que sempre esteve no discurso do partido, mas que quase nunca esteve presente em suas administrações.


segunda-feira, agosto 10, 2009

Uma garota apenas

(só copiando do http://dialetica.org/agridoce/2008/09/08/uma-garota-apenas/ porque eu achei muito sensacional) by luciana


Se eu fosse a Garota de Ipanema, eu teria dado uma chance ao Tom Jobim. Se eu fosse a Garota Papo Firme que o Roberto falou, eu entraria no seu carro, na estrada de Santos e você sabe o resto. Se eu fosse uma das Garotas Que Dizem Ni, eu queria ser a Vivi Griswold. Se eu fosse garota de programa, eu queria ser a Vivian, de Uma Linda Mulher, só por causa daquela cena do piano. Se eu fosse uma garota marota travessa, eu não levaria você ao show da Alcione, e sim aos Lençóis Maranhenses, dentro de mais uma das minhas associações malucas. Se eu fosse Uma Garota Muito Especial eu ia querer você mesmo sem brincos de brilhantes. Se eu fosse a Garota de Rosa Shocking, eu iria ao baile de azul que combina mais comigo. Se eu fosse a Garota Dourada eu não lhe diria “nem que sim nem não”. Se você perguntasse a alguém Who’s That Girl?, eu não seria nem a Madonna nem uma Material Girl. Se eu fosse a sua garota, você poderia cantar pra mim aquela música, My Girl. Se eu dançasse carimbó, eu seria a sua garota do tacacá. Se eu fosse a Garota de Bauru, eu seria da cidade onde tudo começou. Se eu fosse uma Garota Sangue Bom eu não teria medo de agulha e doaria sangue. Se eu fosse Garota Cracatoa eu seria realmente boa. Se eu fosse garota da capa eu seria realmente uma gata. Se eu fosse a Garota de Berlim, o Supla cantaria no meu jardim. Se eu fosse Tati, a Garota, sairia do meio de um folhetim. Se eu fosse a Garota Nacional, deridaundaundaun. Se eu fosse garoto, queria ter sido O Garoto em preto e branco do Chaplin. Se eu fosse garota propaganda, queria ser a da Ofner, pra me acabar de comer Especial de Morango. Eu não fui a Garota do Fantástico e esse não foi o meu fim. “Quem sabe eu ainda sou uma garotinha” não combina comigo, então não me venha com esse papo de “Por isso, garota, façamos um trato”. Se for pra me dizer “Garota, eu vou pra Califórnia”, me leve junto com você. Não me transforme em uma Garota Interrompida por conta do seu medo. Se você me acha uma tremenda Garota Enxaqueca, me esqueça. Mas, acredite, se eu fosse a Garotinha Ruiva, eu faria o Charlie Brown feliz…


Mas acontece que eu sou uma garota apenas.


PS - Uma garota apenas era o nome do meu blog antes do Cintaliga, que era o meu blog antes do Agridoce. Uma saudade…