quarta-feira, setembro 23, 2009

Brasileiro reclama de quê?

publicado por Simas em bicudanacanela

O brasileiro é assim…

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
5. - Fala no celular enquanto dirige.
6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
7. - Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.
8. - Viola a lei do silêncio.
9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.
10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.


11. - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.
12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
13. - Faz gato de luz, de água e de tv a cabo.
14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.
16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.
18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
21. - Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.
22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis…. como se isso não fosse roubo.
27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
28. - Falsifica tudo, tudo mesmo.. só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado…
29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem…
30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos?

Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas?

Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo… ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal?

Ou vai dizer que você nunca fez nada dessa lista? Heim?

COMENTÁRIO MEU:

Há seis desses ítens que eu tenho que adimitir que os cometo/cometi/tenho cometido... (em casos que nem sei se considero errado, de fato...). Mas excelente é a discussão sobre a moral que o povo brasileiro quase na totalidade tem (ou deixa de ter) para poder cobrar de alguém depois...


Síndromes e psicologices

por LUÍS NASSIF, Coluna de 2005 (republicada no blog)


Dia desses fui atrás do meu neurologista. Julgava ser vítima do transtorno de hiperatividade e déficit de atenção. No ano passado, saiu um livro sobre o tema, que virou best-seller. Já tinham me alertado de que era um embuste, com muito marketing e quase nada de ciência.

Mesmo assim havia um conjunto de fatores que identifiquei em mim. E toca a visitar Daniele Riva, neurologista, filósofo, intelectual sólido. Perdi a consulta, porque não tinha nada, mas ganhei em conhecimento.

É da natureza da medicina a categorização das doenças. É a partir disso que se definem os procedimentos médicos.

Quando se trata de sintomas de comportamento, esse visão “cabeça de planilha” do médico patina. O comportamento pode ser afetado pela educação do indivíduo e, em muito, pelos próprios valores da sociedade moderna. Entre o comportamento “estranho” e a patologia, há um universo de gradações, sem a compartimentalização que caracteriza outros tipos de doença. Só que, nos últimos anos, a praga do marketing passou a assolar a psiquiatria e, com ela, o recurso de categorizar os sintomas.

A dispersão e o esquecimento são características desses tempos de hiperinformação. A mente não consegue processar todas as informações recebidas não por qualquer síndrome do indivíduo, mas porque existe uma superdosagem de informações. Além disso, a formação da maior parte das pessoas visa o sucesso profissional, o que gera ansiedade, dedicação desmedida ao trabalho.

Nossos pais trabalhavam tanto quanto nós e não tinham por hábito o lazer. Hoje esse perfil seria tratado como “compulsão pelo trabalho”, e a busca do lazer, imposta como necessidade médica. Homens namoradores eram tidos como “galinhas”. Hoje, viraram “compulsivos sexuais”, especialmente após o episódio Michael Douglas. O gosto pelo chocolate transforma as pessoas em “chocólatras”. E a gula virou “compulsão pela comida”.

Quando se analisam sintomas de síndromes diversas, se verão muitos pontos em comum. O que parece é que o médico pega um conjunto de características, comuns aos tempos modernos, monta o quebra-cabeça a seu gosto e cria o seu diagnóstico, que pode ser de borderline, síndrome da atenção ou qualquer outra.

Aliás, nos anos 70 tornou-se famosa em São Paulo a história do dono de uma construtora flagrado pela mulher no sofá da sala com a empregada. Sua reação foi um ataque de risos, seguido de uma fuga rápida. Dois dias depois um amigo dele, psiquiatra, procurou a mulher e informou-a de que ele tinha rido devido a um ataque nervoso, de que estava disposto a voltar para casa, mas ela não poderia em hipótese nenhuma relembrar o episódio, pois colocaria em risco sua sanidade mental.

Por trás disso tudo, existe uma rentável indústria do psicologismo, contra a qual os consumidores têm poucas defesas. A subjetividade do tema, o fato de os analistas atuarem em grupos, uns indicando outros, e o receio dos pacientes de denunciar os manipuladores tornam o homem moderno não apenas vítima das doenças modernas mas também dessa indústria da terapia.


O governo Collor e João-Bafo-de-Onça

DO BLOG DO LUIS NASSIF:

Da coluna da Mônica Bérgamo:

“Mas, se ganha, não governa”, continuou Lula. “Outro dia, eu viajei com o Collor pra Alagoas. E eu perguntei pra ele: “Mas, Collor, como você foi nomear um cara como o João “Bafo de Onça” para o seu ministério [referindo-se a João Santana, nomeado por Collor secretário de Administração], um cara, sabe, que não ganhava nem eleição para diretório do PT?” E o Collor me disse: “Eu não tinha quadros”. É isso. Sem quadros, você não governa.”

Comentário do Luis Nassif:

Ainda está por merecer uma análise sóbria o governo Collor. O despreparo da equipe era evidente. O João “Bafo-de-onça”, mencionado por Lula, era o João Santana, primeiro indicado Secretário de Administração, depois Ministro da Infra-estrutura – um superministério que juntava quatro ou cinco ministérios de peso.

Na época, João era um meninão. Freqüentávamos o Bar Brasil, dos irmãos Caruso. Cada vez que arrumava uma namorada bonita, o João se comportava como um ser superior, que nem olhava para o lado, para gargalhada de uma turma de sacanas empedernidos, como o Percival Maricatto e outros.

Era um meninão, apenas isso, de idade e de cabeça. Seu cargo anterior mais relevante tinha sido o de uma espécie de guarda-costas do ex-Ministro Dilson Funaro.

Eleito presidente, Collor o indicou para a Secretaria da Administração. O estrago que ele fez levou anos para ser parcialmente corrigido. Conseguiu, inclusive, liquidar com o censo decenal do IBGE.

Na Infra-estrutura, Santana declarou certa vez à Gazeta Mercantil que caberia a ele definir o sistema de celular da Telesp. Fiz uma crítica duríssima a ele. Me chamou em Brasília, esticou um documento na minha frente e perguntou: “O que você acha agora desse modelo de licitação?”. Havia recuado da posição anterior e queria o aval de um jornalista para o novo modelo de licitação que estava preparando.

Não acreditei no que ouvia. Perguntei se ele estava brincando. Não, estava falando sério. Expliquei com toda calma que pude que não era advogado, não era especialista em licitação e não era avalista de ninguém. Se quisesse, divulgasse a minuta do edital e recolhesse as repercussões pela imprensa.

São dois episódios que mostram, por alto, a estrutura extremamente precária que Collor levou para seu governo. Sem contar sua Ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, possivelmente a pessoa mais despreparada a ocupar esse cargo na história moderna do país.

Por outro lado, embora os métodos de Collor fossem conhecidos – e em nada fossem diferentes do que veio antes e depois -, antes do seu processo de demonização muitos políticos relevantes aceitaram os acenos feitos para que fossem compor a sua equipe.

No PSDB, por exemplo, Fernando Henrique Cardoso e José Serra quase aceitaram o convite. Foram impedidos por Mário Covas – na época, duramente criticado pelo então governador do Ceará, Ciro Gomes, por sua intransigência.

Não estou “acusando”FHC , Serra e Ciro de quase terem se tornado colloridos. Aliás, acho que o país teria ganhado muitíssimo se tivessem ido para o governo. Apenas mostro que houve dois Collors, o anterior ao período de demonização e o que foi demonizado pela imprensa e virou maldito.

Depois que ele caiu, nenhum dos quase aliados ousou sequer mostrar partes positivas de seu governo, por medo do patrulhamento. A mesma imprensa que o incensara, depois o amaldiçoara, jogando-o no limbo da história.

Aquela máxima das apelações na polêmica – invocar Hitler e o nazismo para liquidar a discussão – aplicou-se a Collor. Basta comparar um argumento ou situação com o Collor para liquidar com a discussão.

O tema Collor, aliás, mostra um dos pontos pobres da discussão pública. Não se pode analisar o personagem com seus defeitos e qualidades. A pobreza retórica faz com que se isole o elogio, o sujeito seja taxado de “pró-Collor” e estamos conversados.

E, assim, esse blogueiro, jornalista mais perseguido por Collor – tirou meu programa do ar em Brasília e no Rio, seu pessoal me processou várias vezes – teve que dar a cara a bater e defender isoladamente, nesses anos todos, que o governo Collor teve aspectos positivos e uma visão de futuro não igualada por seus sucessores, e só proporcional à sua falta de cintura política.

PS – Quem for patrulhar, devagar que hoje é o início da Primavera.

COMENTÁRIO MEU:

Cara-pintada que eu fui, tendo estado na rua pedindo o impedimento do presidente, devo dizer duas coisas, fica provado pela passagem do tempo, que não foi a corrupção quem tirou Collor do poder, haja visto os escândalos de maior gravidade, e sem punição alguma ou punições menores (meras maquiagens) que se seguiram na cena política nacional nos últimos 15 anos. Sendo a demonização que houve da figura do ex-presidente fato muito mais midiático do que jurídico.
A segunda coisa é que hoje, quando o Brasil alcança a terceira avaliação de grau de investimento (ou Investment Grade, para quem assim preferir), se formos olhar bem, quem lançou as bases para que o Brasil se modernizasse e aparecesse hoje como um player a ser levado a sério, foi exatamente o presidente Collor com as reformas que seu governo implementou.

Não me arrependo de nada que fiz naquela época, mas avaliando corretamente, Collor foi sim bom para a economia. Agiu mal no tratamento da coisa pública, e por isso mereceu o impedimento. Se fosse mantido o raciocíno tanto FHC, como Lula, repetiram a trajetória, tanto no que diz respeito a economia, tanto quanto no trato da coisa pública.


Os perigos de Marina

Por Dora Kramer para o Estado de São Paulo (trecho reproduzido no blog do noblat)

Pergunte-se a um integrante do comando do PSDB ou a dirigente nacional do PT qual dos dois partidos se sente mais prejudicado com a entrada de Marina Silva na disputa presidencial, a resposta será a mesma.

"Acho que ela tira mais votos de nós", concluem ambos, que só não falam em coro porque a análise é feita em dia e local diferentes. O tucano diz a frase numa terça-feira no bairro Morumbi e o petista a repete na noite de sábado em Higienópolis, em São Paulo.

A coincidência de opiniões não representa uma certeza absoluta. Até que as próximas pesquisas desenhem melhor o comportamento do eleitorado, tanto o PT quanto o PSDB vivem na dúvida a respeito de quem sofre mais perdas com a candidatura "verde".

Que Marina leva desvantagem para um dos lados, todos concordam, já que sua entrada em cena acabou com o plano do presidente de fazer da eleição um plebiscito. Mas ninguém sabe ao certo quem perde mais.

Em princípio, cada um dos lados se sente a maior vítima.

A primeira impressão do PSDB é a de que Marina Silva conquista aquele eleitor decepcionado com o PT e que ficaria com os tucanos só por falta de opção, um contingente nada desprezível com o qual estava contando a oposição.

Já o PT acha que esse mesmo eleitorado poderia hesitar, mas não estava perdido. Antes de Marina aparecer como alternativa, os petistas mantinham a esperança de que, na hora da polarização entre PT e PSDB, prevalecesse a rejeição aos tucanos em geral e ao governo de Fernando Henrique Cardoso em particular.

Com a ex-ministra do Meio Ambiente na disputa, os petistas desiludidos teriam onde desembarcar.

Mas, o fato de reconhecerem de maneira igualitária os danos provocados por uma candidatura do PV não quer dizer que PT e PSDB tenham a mesma visão a respeito de como lidar com a questão durante a campanha.

Os tucanos parecem enxergá-la como uma possível aliada. Já os petistas - os engajados no projeto de Lula para Dilma Rousseff , bem entendido - a veem como uma bomba a ser desarmada, caso suas intenções de voto venham a crescer de maneira preocupante.

Como não é possível cooptá-la - para o posto de vice, por exemplo -, a única opção seria explorar seus pontos fracos. Do ponto de vista do PT, os seguintes: radicalismo na questão ambientalista, defesa inflexível dos movimentos sociais, MST incluído, questionamentos sobre a conduta de dirigentes do PV, identificação religiosa com teses repudiadas pelos "modernos", como a posição dela contra o aborto.

Se Marina crescer muito, há no PT o sentimento de que o PSDB se aliaria ao bombardeio. Uma das armas tidas como poderosas é a filiação (e militância) do deputado Sarney Filho no Partido Verde. Pensa-se em apresentar a candidata como "companheira" do "filho de Sarney".

Um ato ousado para o partido que salvou o pai de ser processado pelo Senado por quebra de decoro parlamentar.

Além de uma ação de execução complicada essa de "desconstrução" de imagens, pois há sempre o risco - como se viu na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2008 - de o feitiço fazer picadinho do feiticeiro.

COMENTÁRIO MEU:

De fato Marina Silva vem modificar totalmente o quadro, e destruir o caráter plebsitário, que não apenas o governo, mas também a oposição procuravam. Para mim ela é um player importante nesse cenário, e pode de fato levar a ambos um grnde prejuízo. Quero crer que a discussão não se tornará no palanque de quem Marina subirá no segundo turno, mas que o povo brasileiro definirá no primeiro turno, quem subirá no palanque da Marina na disputa do segundo turno.

Tomara


domingo, setembro 20, 2009

Mundo Moderno

"Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio -- maior maldade mundial. Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matumbo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, mercedes, motorista, mãos... Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meiágua, menos, marquise. Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda. "

(I see trees of green........ red roses too
I see em bloom..... for me and for you
And I think to myself.... what a wonderful world.

I see skies of blue..... clouds of white
Bright blessed days....dark sacred nights
And I think to myself .....what a wonderful world.)
Chico Anysio (no programa do Jô)


(para Marina, menina, esteje bem)


10 coisas que a internet está destruindo

Claudio R S Pucci (Publicado no Blog do Luis Nassif por Sérgio Troncoso)

Há 30 anos, ninguém imaginava que o computador iria revolucionar a vida das pessoas como faz hoje. Tarefas que antes levavam dias para serem completadas, hoje são acabadas em minutos. Dezenas de papéis que iam e vinham nas famosas “comunicações internas” viram seu fim com o advento do e-mail. O fluxo de informações também aumentou e é possível achar dados de qualquer assunto pela web. Só que, como tudo na vida, existe o lado negativo da internet e assim relacionamos 10 coisas que estão desaparecendo ou mudando, não necessariamente para melhor, graças à rede mundial:

10) A língua portuguesa: Ronald Golias tinha um quadro na década de 70 onde discorria sobre o más, mas e mais e suas diferenças (elas são más, mas têm mais qualidades que defeitos, por exemplo). Isso sumiu com os comunicadores eletrônicos. Só o MAIS existe. Além disso nos acostumamos a abreviar. “Você” é “vc”, “Por que” é “pq” e até um gostoso beijo é “bj”. Não podemos também deixar de lado a nova gramática internética que produz pérolas como “podexá qui to sussa lah nu msn”.

9) Álbum de fotografia: antigamente para você ver as maravilhas que registrou na sua viagem ou festa de aniversário tinha que mandar revelar o filme e aí era só montar o álbum e mostrar para todo mundo. Hoje não. Sem a limitação de chapas a serem batidas, podemos disparar mais de 1.000 vezes e depois jogar tudo no Facebook, Picasa, Flickr ou seja qual for o site que pretende se expor e deixar lá para quem quiser ver.

8 ) Expectativa pelo resultado do jogo: bons tempos aqueles onde você mal esperava o momento para comprar o jornal e finalmente ver como foi XV de Piracicaba versus Bangu, direto de Limeira. Agora é só entrar na net e conferir em um dos milhares de sites de esportes.

7) Hora do almoço: quantas vezes você sai a pé no almoço para espairecer, tomar um sol ou respirar ar de verdade ao invés de ficar atualizando seu Orkut, Facebook etc ou lendo seus e-mails pessoais?

6) Ler jornais: comprar um “solta-tinta” na banca ou assistir um telejornal à noite eram as únicas maneiras de se manter diariamente informado. Agora as notícias são apresentadas em tempo real e se você não as ler no exato momento em que saíram, em uma hora já está caduca.

5) Dezenas de cartões de Natais em sua caixa de correio: era tão bom quando chegava o fim do ano e você recebia cartas e cartões de gente que não via há décadas. Naquelas mal traçadas linhas, sentia um calor imenso no peito por ter sido lembrado. Hoje tem o impessoal e-mail, fácil de enviar, fácil de apagar. E as linhas não são mais mal traçadas porque tem corretor autográfico.

4) As emoções da pornografia: lembra quando você era moleque e tinha uma alegria imensa em colocar suas mãos em uma revista de sacanagem que ficava devidamente escondida em algum rincão escuro do seu armário ou debaixo do colchão? Era uma transgressão imensa, não é mesmo? Isso acabou. Hoje qualquer garoto pode acessar sites adultos e achar de vietnamitas anãs lésbicas a homens que se vestem de Pato Donald com apenas alguns cliques. E ainda limpar os rastros com uma facilidade imensa (sim, eventualmente nossas mães achavam as revistas).

3) Comprar um disco ou CD por causa de uma música: você escutava na rádio alguma música que gostava e eram horas pensando se valia a pena adquirir a duras custas o LP (esse é velho) ou CD daquele artista, mesmo porque não era barato. Atualmente existem os sites que vendem música a música e os recursos do download ilegal, que fazem com que “os artistas de um sucesso só” se multipliquem como coelhos.

2) A visita à biblioteca: quando você estava na escola e precisava fazer um trabalho sobre a influência do asfalto na cultura de aspargos em Zâmbia, tinha que ir para a biblioteca do colégio, já que sua coleção da Conhecer não abordava esse importante tópico. O Google (e agora o Bing) acabou com isso e o recurso do Copiar/Colar ainda faz com que a molecada nem leia o texto. Sem contar que, nem toda a informação da internet é verdadeira e nem toda verdade está na internet.

1) A privacidade: além dos softwares que registram o que você acessa e procura e mandam para os imperadores da internet todas as informações a seu respeito, as redes sociais se tornaram verdadeiras vitrines com pessoas se expondo de uma maneira que nem seus pais conheciam. A falta de bom senso também impera naqueles que se abrem de maneira explícita (os famosos “apague essa mensagem” do Orkut) e nos cafajestes que adoram publicar fotos de ex-namoradas nuas em páginas especializadas em amadoras.


sábado, setembro 19, 2009

Rádio-Ed Número 4

Escrevi antes sobre a busca da ressonancia, e eis que tive um dia nessa semana um dia (e foi a quinta) que eu me senti assim, não com algo que eu tenha emitido, mas com coisas que recebi.


Eu tinha me preparado hoje para fazer um belo pre-âmbulo, onde eu ia linkar, como o que hoje eu sinto, penso, a minha atitude, a minha percepçãone tudo sobre o momento que eu vivia estava demonstrado nesses textos lhes que reproduziria. Mas agora a mente bloqueou e perdi a condição de demonstrar-lhes a teia que minha mente construiu quando li estes dois textos e ouvi a música que também segue...

Um outro dia talvez eu retome, mas por enquanto, segue apenas os textos e a música e o comentário de como de repente me vi neles todos.

“O Beijo da Mulher Aranha”

"Finalmente estamos a sós. Como ninhada desmamada que grita de longe por colo. Somos tristes, contudo, quem mais pode-se dizer feliz, se a crosta terrestre derrete-se lentamente; o céu está estranho. A internet assusta com suas previsões e previsíveis profecias. Precisamos beijar.

Um apanhado de nostálgicos escritores escrevem coisas bonitas, entretanto, a biologia anuncia a decadência da ciência e da poesia. Não há clones humanos; não haverá teletransporte humano. Política mundial, sim, cessará a crise. Comeremos frutas e lagostas.

O sol continuará nascendo e se pondo. Oriente e ocidente se dando bom dia e boa noite em horários diferentes. Depois do sol, o negror.

(Tanto faz, se para o poeta é sempre noite – boêmias cavernas virtuais).

O biólogo beija a astronomia, que flerta com a telecinética; enquanto isso as pernas das prostitutas sentem frio. E levitam seus sonhos neste mundo louco, clima estranho, elas dizem. As coisas mudaram, concluem. Precisamos beijar.

As formigas, ao menos, são um povo organizado, enquanto nós nos cansamos do açúcar. Amargo. Queremos o sabor amargo da violência, afinal, a televisão é para isso.

Desligo o sinal e vou ao cinema. The Spirit, o HQ pode transportar você por enquanto. Velozes e Furiosos 4 poderia fazer-me voar. Mas é em preto e branco que eu encontraria, em Veneza, aquele diretor argentino.

Ou, ainda temos o Hitchcock no banheiro da memória, o box terror, o box! Sua lápide irônica; e os biônicos pênis dos robôs prostitutos da Atlântica.

Ainda são estrelas aqueles pontos lá no céu. É de solidão que queremos falar. Ou queríamos. Quem há de ficar a sós, quando na mão se tem uma caneta! Mas apenas os poetas cantam. Nós, eu, tão somente borro no papel, a perplexidade desses tempos.

Para Manoel Puig"

(publicado por Daisy Carvalho no A Fênix Apoplética Blog da Dai:)

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Dos paradoxos do amor

Olha, um dia eu fui tímida.

Eu sei, você deve estar rindo e desacreditando, mas é verdade.

Eu era tímida que nem você e por isso mesmo você me chamou tanta atenção quando nos conhecemos. Porque você era eu aos 14 anos – só que você já tinha 28…

Com 14 anos me apaixonei perdidamente – pra se apaixonar tem que ser perdidamente – por um rapazinho chamado Duda – já falei nele em outro texto, o do meu primeiro beijo.

Pois bem.

Mesmo depois que nos afastamos, eu continuei a gostar do Duda por um tempão. Aí, vieram os Jogos Estudantis e eu resolvi assistir a todos os jogos dele – e torcer por ele, claro – mesmo ele sendo de outro colégio que não o meu.

Eu ia aos ginásios, via os jogos, torcia pelo colégio alheio, o Duda me via, mas logo que terminava o jogo eu ia embora.

Até que chegou o dia dele jogar contra o time do colégio onde eu estudava. Foi terrível. O placar foi 120 a 20 pro meu colégio, mesmo eu torcendo muito pelo colégio do Duda.

Foi a única vez que, terminado o jogo, me aproximei do Duda, na arquibancada. Fiquei lá, parada, sentada ao lado dele, sem dizer nada diante da cara triste que ele fazia.

Quando cheguei em casa escrevi uma carta, dizendo o quanto lamentava pela derrota e o quanto queria ter dado um abraço grande nele após o jogo.

Passou um tempo e um dia resolvi entregar não só essa, mas todas as outras cartas que escrevia e guardava – fora os poemas de um certo caderno preto… Se eu tivesse quatorze anos hoje, escreveria tudo em um blog!

Depois de ler tudo, o Duda conversou comigo e a coisa mais marcante desse papo ao telefone foi ele dizendo que eu deveria ter dado aquele abraço no dia do jogo, porque ele bem que precisava naquela hora.

Me lembro com nitidez de ter me sentido a garota mais puramente idiota do mundo inteiro naquele momento.

E me lembro de, dali em diante, nunca mais ter deixado passar nada que me desse vontade real.

Hoje é engraçado ver você estranhar o meu jeito atirado, o meu jeito sem jeito de gritar todo esse amor que eu sinto por você, mas saiba que eu te amo porque você, ainda hoje, tem essa timidez que eu tinha aos 14 anos.

E se eu não tivesse deixado de lado a minha timidez seria bem provável que até hoje você não soubesse do que sinto e que um monte de cartas – hoje em dia mails, né? – se acumulassem mais uma vez em minhas gavetas.

Publicado por Luciana no Agridoce
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Sonhos Sonhos São
Chico Buarque

Negras nuvens
Mordes meu ombro em plena turbulência
Aeromoça nervosa pede calma
Aliso teus seios e toco
Exaltado coração
Então despes a luva para eu ler-te a mão
E não tem linhas tua palma

Sei que é sonho
Incomodado estou, num corpo estranho
Com governantes da América Latina
Notando meu olhar ardente
Em longínqua direção
Julgam todos que avisto alguma salvação
Mas não, é a ti que vejo na colina

Qual esquina dobrei às cegas
E caí no Cairo, ou Lima, ou Calcutá
Que língua é essa em que despejo pragas
E a muralha ecoa

Em Lisboa
Faz algazarra a malta em meu castelo
Pálidos economistas pedem calma
Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
E no alto da torre exibo-te o varal
Onde balança ao léu minh’alma

Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá
Que sonho é esse de que não se sai
E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho

Sei que é sonho
Não porque da varanda atiro pérolas

E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha

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Hoje será difícil entender, mas eu mesmo pouco me entendo...


sexta-feira, setembro 18, 2009

Cruzeiro é eleito o melhor time brasileiro do século 20, segundo a IFFHS

Levantamento foi divulgado nesta sexta-feira no site oficial da Federação Internacional de História e
 Estatísticas do Futebol ( fonte: GLOBOESPORTE.COM )

Ser o mehor clube brasileiro do século 20 servirá de estímulo para o time no Brasileirão O Cruzeiro é o melhor time brasileiro do século 20. Um levantamento realizado pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), que baseou o estudo qualificando os clubes da América do Sul que disputaram competições internacionais no século passado, a exemplo do que fez na Europa, coloca o clube mineiro como o melhor do país no período. As informações estão publicadas no site oficial do time celeste.

Dono da taça em sete competições sul-americanas no século passado (Taça Libertadores da América 1976 e 1997, Supercopa dos Campeões da Libertadores da América 1991 e 1992, Recopa Sul-Americana 1998, Copa Ouro 1995 e Copa Master da Supercopa 1995), o Cruzeiro soma 295,5 pontos e ocupa o sétimo lugar da lista, que tem o Peñarol como líder, com 531 pontos. O São Paulo é o segundo clube brasileiro da lista, com 242, e o Palmeiras vem em seguida, com 213.

O ranking leva em conta o desempenho dos times em jogos internacionais ao longo do século 20. Os critérios determinam oito pontos por vitória sobre times estrangeiros na Libertadores da América e quatro pontos por empate. Na Supercopa da Libertadores e na Recopa Sul-Americana, as vitórias valem seis pontos e o empate, quatro. As Copas Mercosul e Merconorte, já extintas, também serviram como critério. Nelas, o triunfo valia cinco pontos e a igualdade 2,5.

No entanto, o Fluminense, do Rio de Janeiro, acabou ignorado da lista. No período, a equipe carioca disputou as Libertadores de 71 e 85, além da Copa Conmebol em 1992 e 93. De acordo com os critários de pontuação, o Tricolor das Laranjeiras estaria com 49 pontos, na frente do Botafogo, que é o 37º no ranking.

Segue a cópia do Ranking:

club country points

1. CA Peñarol Montevideo Uruguay 531,00
2. CA Independiente Avellaneda Argentina 426,50
3. Club Nacional de Football Montevideo Uruguay 414,00
4. CA River Plate Buenos Aires Argentina 404,25
5. FC Olimpia Asunción Paraguay 337,00
6. CA Boca Juniors Buenos Aires Argentina 312,00
7. EC Cruzeiro Belo Horizonte Brasil 295,50
8. São Paulo FC Brasil 242,00
9. CD América Cali Colombia 220,00
10. SE Palmeiras São Paulo Brasil 213,00
11. CR Flamengo Rio de Janeiro Brasil 200,00
12. CA Estudiantes de La Plata Argentina 175,00
13. CDC Atlético Nacional Medellín Colombia 158,50
14. Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense Brasil 157,00
15. Racing Club Avellaneda Argentina 149,00
16. Santos FC Brasil 140,00
17. CSD Colo Colo Santiago Chile 139,50
18. Cerro Porteño FBC Asunción Paraguay 110,00
19. CR Vasco da Gama Rio de Janeiro Brasil 109,50
20. Barcelona SC Guayaquil Ecuador 108,00
21. CA San Lorenzo de Almagro Buenos Argentina 98,50
22. CA Mineiro Belo Horizonte Brasil 95,50
23. Asociación Deportivo Cali Colombia 95,00
24. CD »Los Millonarios« Bogotá Colombia 91,00

25. CA Vélez Sarsfield Argentina 88,00
CD Universidad Católica Santiago Chile 88,00

27. CD Cobreloa Calama Chile 84,00
28. Universitario de Deportes Lima Perú 78,00
29. AA Argentinos Juniors Buenos Aires Argentina 71,00
30. CA Rosario Central Argentina 65,00

31. SC Corinthians Paulista São Paulo Brasil 60,00
SC Internacional Porto Alegre Brasil 60,00

33. CA Newell's Old Boys Rosario Argentina 56,00

34. CD Universidad de Chile Santiago Chile 50,00
Sporting Cristal Lima Perú 50,00

36. Deportivo Unión Española Santiago Chile 48,00
37. Botafogo FR Rio de Janeiro Brasil 44,00
38. CS Emelec Guayaquil Ecuador 43,75
39. Guaraní FC Asunción Paraguay 40,00

40. CA Lanús Argentina 36,00
Independiente Santa Fe CD Bogotá Colombia 36,00

42. Club Alianza Lima Perú 29,00
43. Liga Deportiva Universitario Quito Ecuador 28,00
44. CPD Junior Barranquilla Colombia 26,00
45. CC Deportivo Municipal Lima Perú 25,50

46. Club Bolívar La Paz Bolivia 24,00
Danubio FC Montevideo Uruguay 24,00

48. Club Mariscal Santa Cruz La Paz Bolivia 20,00

49. CCD Tolima Ibague Colombia 16,00
Club Jorge Wilsterman Cochabamba Bolivia 16,00

51. Club El Nacional Quito Ecuador 15,00

52. CA Talleres de Córdoba Argentina 14,00
Centro Sportivo Alagoano Maceió Brasil 14,00

54. Club Libertad Asunción Paraguay 12,00
EC Bahia Salvador Brasil 12,00

56. CA Atlanta Buenos Aires Argentina 10,00
CD América de Quito Ecuador 10,00
Club de Gimnasia y Esgrima La Plata Argentina 10,00
Club Deportivo Italia Caracas Venezuela 10,00
Estudiantes de Mérida FC Venezuela 10,00
Sampaio Corrêa FC São Luís Brasil 10,00
São Raimundo EC (AM) Brasil 10,00

63. CA Huracán Buenos Aires Argentina 8,00
CD Palestino Santiago Chile 8,00
CSCD Blooming Santa Cruz Bolivia 8,00
Portuguesa FC Acarigua Venezuela 8,00

67. CD Litoral La Paz Bolivia 6,50

68. CA Colón de Santa Fe Argentina 6,00
Deportivo Portugués Caracas Venezuela 6,00
The Strongest La Paz Bolivia 6,00

71. Caracas FC Venezuela 5,00

72. CA Bella Vista Montevideo Uruguay 4,00
CA Colegiales de Asunción Paraguay 4,00
Carabobo FC Venezuela 4,00
CD Independiente Medellín Colombia 4,00
CD Oriente Petrolero Santa Cruz Bolivia 4,00
CD Santiago Wanderers Valparaíso Chile 4,00
Club Atlético San Cristóbal Venezuela 4,00
Club Cerro Corá Campo Grande Paraguay 4,00
Club Sol de América Asunción Paraguay 4,00
Club Sport Luqueño Luque Paraguay 4,00
Criciúma EC Brasil 4,00
CSDC Español de Buenos Aires Argentina 4,00
Deportivo Municipal La Paz Bolivia 4,00
EC Vitória Salvador (Bahia) Brasil 4,00
IA Sud América Montevideo Uruguay 4,00
Minervén FC Puerto Ordaz Venezuela 4,00
Paraná Clube Curitiba Brasil 4,00

89. CA Bragantino Bragança Paulista Brasil 2,00
CD Aurora Cochabamba Bolivia 2,00
Club Juan Aurich de Chiclayo Perú 2,00
Deportivo Wanka Huancayo Perú 2,00
Rampla Juniors FC Montevideo Uruguay 2,00
Sociedad Deportivo Quito Ecuador 2,00
Sport Boys Association Callao Perú 2,00


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Meu comentário:

Bem, taí o Ranking, estão descritos os critérios e eles são objetivos. E contra fatos não há argumentos.

ED


Brasil um País de Tolos

Amigos, quero tratar de um assunto aqui, mas já não quero mais, elaborar um texto, então vou colocar aqui a cópia do e-mail que mandei para o Luis Nassif:


Chegando hoje para trabalhar la no Banco do Brasil hoje de manhã, recebi um "comunicado a funcionários" com uma pequena propaganda um abaixo assinado em apoio a tal PEC da alimentação (nunca tinha ouvido falar), achei que era mais uma vez uma propaganda governamental nos canais da empresa e nem li com muita atenção. Uns minutos depois recebi no meu e-meil pessoal de um colega de trabalho, esse mesmo convite para o abaixo assinado. Depois disso fui ver do que se tratava, e me indignei. Começou aí um diálogo via e-mail, vou trancrevê-lo:

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Proposta de Emenda à Constituição - alteração do art. 6º - Direitos Sociais

Mobilizar movimentos sociais, governos e cada um dos brasileiros em nome de mais um direito social é o principal objetivo da campanha "Alimentação: direito de todos", organizada pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). A Campanha conta com o apoio de várias instituições públicas, privadas e da sociedade civil.
Apesar de o Brasil já ter ratificado diferentes tratados internacionais, o Consea avalia como prioritária a inclusão explícita do direito à alimentação na Constituição brasileira, por intermédio de uma Proposta de Emenda à Constituição - PEC. A aprovação da chamada PEC nº 047/2003 levará à alteração do Artigo 6º. Para o Conselho, esse passo é fundamental para fortalecimento do processo de institucionalização do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e para o conjunto de políticas públicas pertinentes ao assunto já em andamento. Quem desejar contribuir para essa causa, pode manifestar seu apoio em http://www4.planalto.gov.br/consea/pec-alimentacao/abaixo-assinado. O apoio público à PEC, com o conjunto de assinaturas colhidas, será entregue aos parlamentares num ato público que acontece ainda este mês.
===> RECEBI ESTE COMUNICADO EM MENSAGEM CORPORATIVA AQUI NO BANCO. ACHEI INTERESSANTE REPASSAR PARA QUE TODOS POSSAM PARTICIPAR. NÃO DEIXE DE ACESSAR O ENDEREÇO (é rapidinho...vc vai ver que o site é realmente do planalto - quem quiser pode acessar a partir dele - site seguro, tipo https://, etc...) REPASSE AOS SEUS CONHECIDOS. VAMOS INTERROMPER O DESCANSO DOS DEPUTADOS E SENADORES PARA A APROVAÇÃO DE ASSUNTOS DE INTERESSE DA NOSSA SOCIEDADE...

Abraços,
Walter Maia
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Sei não turma, olha o que fazem com nosso dinheiro. (e o salário de um deputado não é pequeno, ainda tem todos o funcionários que dão suporte, mais os insumos do congresso, água luz telefone, enfim uma burra dum dinheiro). Este projeto de emenda constitucional PEC 47-2003 está tramitando no congresso desde 30/04/2003. E PASMÉM DEPOIS DE SEIS ANOS DE UM TRABALHO QUE DEVE REALMENTE TER SIDO EXTENUANTE, OLHA O QUE ELA MODIFICA NA CONSTITUIÇÃO:

(atualmente)

ARTIGO 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

(se aprovada a emenda)

ARTIGO 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Percebeu que estão te fazendo de palhaço?
Você sustenta toda uma estrutura de burocracia estatal para os seus congressistas gastarem seis anos e meio para isso?

ONDE É QUE EU ASSINO PARA DIZER QUE SOU CONTRA ISSO , CONTRA ELES, CONTRA TODOS OS QUE ACHAM QUE O DINHEIRO DOS IMPOSTOS QUE EU PAGO DÁ EM ÁRVORES?

EDmundo Fontela Emediato Grieco
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Amigo, Ed...
Quando fizerem uma lista das pessoas que são contrárias à corrupção, à desídia com que nossos representantes vivem em seus gabinetes, à queima desenfreada da grana pública, etc, se a sua assinatura for a primeira, pode saber que a minha vem logo depois.

É realmente vergonhoso que propostas e mais propostas, projetos e mais projetos se amontoem no Congresso à espera da atenção daqueles que "precisam do nosso carinho", como disse um desses sem-vergonha... Não discordo em nada do que você disse, que eles estão nos enganando, mas aqui não se trata disso... A discussão é outra.

A PEC não está simplesmente acrescentando uma palavra no nosso email, mas no texto Constitucional.
Incluir uma simples palavra no texto Constitucional pode sim, mudar muita coisa. Ao incluir o verbete, mais do que estender uma conversa ou encher uma linguiça, cria-se uma obrigação positiva do Estado, ou seja, o Estado vai ter que garantir aquilo ali.

Atualmente o Estado oferece assistência? sim, oferece... alguns julgam que pouca... outros já o acham assistencialista. Talvez não mude em nada, na prática e imediatamente, a intensidade com que o Estado se faz presente nos assuntos... mas entende que gera um dever? E todo dever, toda obrigação é exigível, pode ser reclamada.

Aliás, os direitos que você possui e de que se vale, às vezes sem refletir sobre eles, devem estar garantidos para que assim possa ser. Pode ser por uma condição material, uma realidade, um "costume" - em geral é assim que começa - ou por um texto formal - onde, como uma conquista histórica (nesse caso 6 anos - rsrsrsrs), acaba por chegar. E te digo meu amigo, nesta hora, uma palavra faz muita diferença.

Se o Estado quiser "tomar" sua casa amanhã para construir um viaduto ou um monumento ao José Sarney, ele o fará... mas mediante JUSTA e PRÉVIA indenização... ninguém vai tirar sua casa e te pagar daqui a 50 anos, apenas por causa da palavra PRÉVIA. E a indenização tem que ser justa... Se você não achar justa, pode questionar o valor na justiça, mas apenas por existir a palavra JUSTA no texto... percebe?

No próprio artigo 6º... Se não houvesse a palavra SAÚDE, aquele que está morrendo por falta de um medicamento não poderia cobrar judicialmente do Estado E RECEBER (porque está acontecendo, pode confiar) por imposição do judiciário...

Qualquer palavra no texto Constitucional tem muito significado, muito valor e deve ser considerada com uma conquista de um povo. Por cada um dos nossos Direitos já rolaram muitas cabeças na história... inclusive pelo seu e pelo meu direito de pensamento, de opinião, que também está lá assegurado no texto Constitucional.

É uma consulta ao povo, esse mesmo que você descreveu como enganado... trata-se de uma oportunidade de se manifestar... Achei importante apor ali minha assinatura, minha opinião, em um "papel" em que valha a pena.

Abraço,
Walter Maia
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Amigo Walter, conheço você, sei da sua boa intenção, e respeito você considerar importante o seu apoio a esta medida,

Do meu ponto de vista, acho que há outras prioridades, e vou explicar, aguarde, no fim sobre esse processo de colocar essa palavra no texto da constituição precisar de um processo de 6 anos e meio, com todo o custo que um homem hora médio do congresso significa, é totalmente imperdoável.

Mas vamos falar das palavras do texto; como você disse no caso do estado faltar com assistencia a saúde do cidadão ele pode ser processado e tem perdido (tá certo que nem 1% das vezes em que o estado falta com o atendimento acontece de fato uma ação contra o estado - mas essa eu deixo passar 1 x 0 para você). Que mais que temos no texto atual... educação vamos lá com o sistema atual de promoção automática os alunos tem recebido seus certificados, sem receber os conhecimentos, você como professor sabe disso, pergunto eu, você tem notícia de alguma ação de algum aluno com diploma de ensino médio e com sérias dificuldades para ler e para fazer contas (para ficar no mais básico do curriculo escolar), que por isso não consegue se colocar no mercado de trabalho, e que também não tem mais vaga na escola, ganhar uma ação contra o estado por este se recusar a dar a educação (e não o certificado) que ele em princípio teria direito. (ok 1 x 1). Vamos continuar... Moradia, Lazer, Segurança, Infância... preciso dizer alguma coisa sobre isso? Qual é o placar agora?

O artigo sexto da constituição federal, é um artigo genérico, e não leva o estado a responsabilização de fato. Escreva lá Alimentação... por acaso, no dia seguinte o mendigo que mora debaixo da ponte aí perto da sua casa vai receber almoço e jantar fornecidos pelo estado? (acho que não) Não conseguindo se alimentar por suas próprias fontes e o estado não chegando com o alimento para ele, ele será indenizado? (acho que não) E dizendo que vá sim ser indenizado, ele estará vivo quando chegar a hora de receber (com certeza não). É por isso que considero uma total perda de tempo, desperdício de dinheiro e uma afronta a minha inteligência e paciência esta iniciativa. Não a sua que é positiva quando mira no país ideal, mas a da burocracia estatal brasileira, que quer o factóide, para algumas pessoas aperecem bem na foto na mídia, e não uma solução para um problema que existe.

É por isso que não aponho minha assinatura nesse papel. É por isso que quero saber quem foi que propôs, quem é que trabalha a favor disso, para que esses nunca recebam o meu voto. Tanto quanto não vou dar o meu voto a quem esteja envolvido com corrupção, também não vou dar meu voto a quem desperdiça o tempo do parlamento com palavras vazias (sim nesse caso é apenas uma palavra vazia, no momento em que o estado não se resposabiliza, de fato, por garantir o direito que a constituição "garante" ao cidadão) e jogo de cena.

Mas esse é só o meu ponto de vista... que venho espalhar é pra mostrar que se é para a sociedade se mobilizar, o foco deveria ser outro, o de fazer as coisas funcionarem de fato. O problema está nas raízes da democracia brasileira. Já a outra PEC incluindo a palavra comunicação neste artigo, daqui uns dias vem outro desocupado desses e propõe incluir outra, mas e daí? Quando a gente vê os deputados correndo para o plenário como ontem para derrubar a proposição do senado de proibir candidaturas de politicos com a ficha suja, nada poderá ser levado a sério...

Espero que o sr não me considere extremamente chato pela firmeza de minha posição nesse caso....
Grande abraço.
EDmundo Fontela Emediato Grieco
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Olá Walter,

Concordo que esta simples palavra muda muito e trará benefícios para a população mais carente.
Acredito até que o direito à alimentação é o mais importante de todos os descritos. Ele é um pilar da sobrevivência juntamente com a saúde.

Agora, seis anos para chegar a uma conclusão tão óbvia, é motivo para ficar muito indignado. O que esses caras andam fazendo em Brasília????????

[]’s,
Jefferson Campos
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É, meu amigo...

vamos continuar concordando apenas que as coisas não vão bem com os representantes que temos, seja na Educação, Moradia, Segurança e tudo mais, além da Alimentação...

abraços a todos,

Walter Maia

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Por que quis vir aqui e relatar isso? Porque quis, talvez, ampliar a discussão com os leitores, até mesmo para eu refletir, a luz de mais informações e pontos de vista, se é meu coração que está muito duro, ou se de fato, essa história tem um quê de non sense.

Agradecido.
EDmundo Fontela Emediato Grieco


quinta-feira, setembro 17, 2009

Kid A, Quase uma década… ou: Radiohead no Brasil



Um dia você acorda e descobre que a sua banda de rock foi escolhida por todos como a mais importante da sua década, o que você faria?

Thom Yorke e seus companheiros de banda, o Radiohead, preferiram se isolar e sumir por mais de dois anos. Após o desaparecimento eles tentaram graver um disco, mas a imensa sombra de seu trabalho anterior, o já clássico “Ok, Computer”, projetada sobre suas mentes fez os criativos “cabeças de radio” travarem.

Em quase sete meses de estúdio nada saía. Ou pior, o que saía soava ruim, abaixo das suas capacidades e a sombra ia aumentando, deixando o futuro da banda mais adorada do momento – e você tem que lembrar que essa década era a do rock agressivo dos grunge - negro.

Até que um dia Thom Yorke acordou com uma idéia genial: vamos gravar de uma forma nova: cada membro vai para um estúdio diferente – espalhado pelo mundo - os trechos do que é gravado por cada um, por dia, é enviado por computador. No outro dia, aquele trecho recebe novos intrumentos em outro estúdio e segue para outro até que a canção fique completa.

Como chamar uma idéia maluca como essas? Nome perfeito: “Kid A” – uma lenda entre os pesquisadores do genoma que afirmavam que os nazistas já haviam tentado a experiência de clonar um ser vivo, e que esse projeto se chamava Kid A.

E logo no título do álbum, o Radiohead dizia o que pretendia: achar um som tão perfeito quanto o do seu disco anterior, nem que pra isso seus membros se afastassem e tentassem o seu melhor de forma metódica e solitarias, como os cientistas o fazem.

“ ‘Kid A’ é o Revolver do Radiohead”.

Essa frase dita ou escrita em algum lugar no distante outubro de 2000, quando o disco foi lançado, sempre me pareceu bem intencionada, mas mal realizada. Explico: “Revolver” foi a revolução no som dos Beatles, esse passo já havia sido dado pela banda de Thom Yorke ao lançarem “Ok, Computer”.

Em “Kid A” eles conseguiram desconstruír o mito Radiohead em 10 canções, que não tocaram em canto nenhum e que não lideraram listas dos melhores dos críticos de plantão.




Ali você encontrava de tudo, assim como o “Magical Mistery Tour”, dos Beatles: banda moderna (“Everything In Its Right Place” e “Idioteque”), experimentalismo ao bom e velho estilo Kraftwerk (“Kid A” e “Treefingers”), rock com postura e balançado (“The National Athen”), músicas estranhas para se ouvir em dias de chuva (“How to Disapear Completely”, “In Limbo” e “Motion Picture Soudtrack”) - como só a banda de Yorke é capaz de fazer, viu Chris Martin? e ainda sobrou espaço para o próprio Radiohead (“Optimistic” e “Morning Bell”).

Era estranho? Sim, essa era a intenção. E genial? Claro, é Radiohead.

E “Kid A” fez algo pela banda que o já citado “Magical…” fez pelos 4 fantásticos: separou o jôio do trigo e somente, ou seja, os que realmente gostavam do Radiohead os seguiram. Nota 9,0!

Ah, mesmo mostrando que a intenção era ser anticomercial – como em certa parte de “Optimistic’ em que Yorke berra que aquilo era o anti marketing - a banda conseguiu atingir o primeiro lugar da Billboard daquele ano, mas foi apenas por uma semana.

Rodrigo Castro
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO artedamiseenscene.blogspot.com  EM 28/03/2009 POR BRENO YARED


terça-feira, setembro 15, 2009

Rádio-Ed Número 3 - Respostas

                                                                                                                 
Ed, você matou a pau! Muito bom o seu Radio-ED!
Parabéns.

Jefferson.
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Gradecido, amigo...


Que bom que você gostou...

Eu venho me divertindo fazendo.

Valeu pela força,

Um abraço.
 
ED
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Obrigado pela citação de meu nome. Mas o que interessa é: "Quando você vai parar de fumar?".


Abraços
 
Alessandro Pereira
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Amigo Ed, há um pequeno equívoco (pelo menos considerando meu humilde conhecimento) em seu texto. Até onde eu sei, o homem de Neanderthal não brigava com os


seus, e mesmo contra o Homo Sapiens só lutava se agredido (inclusive em seu espaço) para se defender. Não era da natureza do Neanderthal lutar em qualquer

hipótese que não fosse a busca por alimentos e peles, logo, contra os animais.

O Homo Sapiens foi o primeiro humano racista que se tem notícia, e o foco de seu preconceito era o homem de Neanderthal, que apesar de muito mais forte, era de menor

estatura e não tinha a mobilidade do Homo Sapiens, principalmente com os braços. Além disso, só os homens Neanderthais caçavam, para si e para suas mulheres.

Logo sucumbiram.

Há vertentes inclusive, fontes (inclusive cientistas e antropólogos) às quais não presto credulidade, que dizem que o homem de Neanderthal e o Homo Sapiens jamaisconviveram na Terra.

Nada a ver com o contexto, né. Viajada legal na mainese. Mas fica aí o relato, o importante é discordar de alguma coisa, mesmo que seja um detalhezinho escondido lá no meio do texto.

Com direito a assinatura eletrônica nova, abaixo.

ÉÉÉÉÉÉÉ CAMPEÃO!!!!


Carlos Ameba
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Agradecido pelas suas colocações amigo ameba

Acho até que publicarei no blog...
mas devo colocar algumas informações...

recentemente foram descobertos fosseis de homo sapiens mais antigos, datados da mesma época dos fosseis mais recentes dos neanderthais, parece que em algum momento histórico eles conviveram...

Se os neanderthais não brigavam entre si, não invalida o raciocinio colocado, vez que descendemos dos outros (os que, de fato brigavam entre si). E de qualquer forma apesar da herança genética de busca por espaço e de competitividade dos sapiens, foi sim no entendimento e na divisão das reponsabilidades e do espaço que aconteceram as evoluções tento tecnológicas quanto sociais do ser humano.

Ademais, quando a história é boa é assim: se os fatos a contradizem, azar dos fatos....

Grande abraço amigo.

P.S.: Parabéns pelo provável título da série C . Sábado quero levar minha irmã no independencia para ver isso.

ED
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É... Cada dia é mais difícil não ser invadido... No trabalho já é notório, todo mundo é vigiado, o e-mail vive lotado de spam (dá vontade de gritar, até promoção de aumento peniano chega, obviamente sem nenhum uso para minha anatomia), e mesmo a correspondência, mais da metade vai para o lixo. Nem ajeitar a roupa no elevador a gente pode, tem sempre uma câmera e um aviso imbecil (sorria, você está sendo filmado - a felicidade se tornou compulsória?)... Mas acho que todos tentamos nos defender do jeito que dá, e procuramos construir (em casa, no quarto, no carro, etc) um espaço, se não intransponível ( o que nem seria desejável), pelo menos agradável, confortável, onde possam estar somente aqueles que permitimos...


PS: O Oswaldo Montenegro é mesmo um chato de galochas...hehehehe... mas a letra da música é interessante .


Beijoca!
Samantha.



 

Rádio-Ed Número 3

Olá Amigos,olha eu de volta aqui. Demorei mais voltei. É que a cabeça tá a milhão e produzindo bastante, mas o tempo tem rareado. Por falar nisso, agradecimento especial ao patrão Alessandro pela dispensa do sábado (a primeira vez em mais de tres anos que eu deliberadamente pedi uma dispensa da escala), e também ao amigo, gordo e safado Gervásio pela calorosa acolhida em Santa Bárbara neste fim de semana. Daí dois novos destinatários incluído nessa lista a paritr desta edição, os amigos Cachorro Ninja e Cecília, cujos endereços passei a ter devido a essa viagem. Informo a vocês também que tive alguns retornos interessantes dos dois números anteriores e tratarei deles mais a frente, e também que o amigo Washington me deu a idéia, e diz que vai me ajudar a tentar transformar isso num podcast. Tomara que funcione, e fique bacana, apesar de que eu terei bem mais trabalho para roteirizar daí para frente. Este texto começou a ser escrito na noite da última quinta e foi finalizado na tarde da sexta, mas só agora consegui digitá-lo.




Antes de começar a discorrer sobre o assunto do dia, relatarei os fatos que motivaram o início do pensamento.



Estava lá eu hoje começando o meu primeiro intervalo para um cigarro hoje, fui para a rua e sentei no degrauzinho na porta, como faço quatro vezes por dia e acendi um cigarro. Tinha uma dona sentada lá nessa hora, e ela usava um uniforme do salão que tem a uns 50 metros lá da porta. Estava dando o segundo trago no cigarro, até olhando paa o outro lado, quando esta dona me chama - "Ei amigo" - eu olho para ela - Com Licença, viu - Levantou-se e foi na direção do salão. Em princípio eu não entendi nada, mas depois achei que ela ficou incomodada, de eu sentar ali ao lado dela e acender um cigarro. Achei aquilo chatíssimo, porque se aquele espaço real mente não é meu, também, de fato, não é dela. Fumei meu cigarro e voltei ao trabalho.



Cerca de hora e meia depois, retornei aquele espaço para o segundo cigarro do dia, e tinha outra tia lá, essa uma doidinha, cheguei sentei, e acendi o cigarro, estou olhando para a rua, ela me chama, eu olho, ela começa a conversar comigo... não entendi um terço do que ela disse, mas o que eu entendi, percebi que ela contou coisas dela que eu nao perguntei, e que ela especulou algumas coisas sobre mim (com impressionante parcela de acerto), e isso me incomodou, me senti invadido. Aí ela me acende um fumo de rolo, que cheirava horrores, me lembrei imediatamente da outra dona. Aí eu fiquei mais simpático a essa tia, terminei meu cigarro, me despedi e coltei ao trabalho.



Passarei agora a um pequeno ensaio sobre, a chatice, e o espaço:



Há centenas de milnhares de anos havia duas espécies de hominídeos sobre a Terra: Os Neanderthais e os Sapiens. Elas competiam por espaço e por comida (nessa época eram apenas caçadores e coletores). Mas havia também disputas intra-especies, pelos mesmos espaço e comida, além das fêmeas então batalhas entre membros da mesma espécie levando a muitas mortes.



Quando os Sapiens, começaram a desenvolver uma maior capacidade de comunicação, puderam desenvover uma maior estruturação social e aí diminuindo as disputas dentro da espécie. Aí veio uma maior especialização dos individuos em caçadores, coletores, e guerreiros. Foi estabelecida então uma supremacia tal dos Sapiens, que de cara levou a extinção dos Neanderthais.



Havia então apenas alguns milhares de de humanos no mundo, vivendo em uns poucos locais, e foi a mesma ânsia por espaço, que antes levava as batalhas com os Neanderthais, que agora levaram os Sapiens a colonizar o Mundo inteiro. Mas o processo de compartilhamento de responsabilidades e de espaço, estava só começando, e nunca mais foi interrompido. Veio a domesticação de plantas e animais. E novas especialidades para os homens, Produtores de Alimentos, Guerreiros, Líderes e Burocratas, que continuou cada vez mais se diversificando até chegar as milhares de profissões existentes hoje. Vieram as instituições sociais: as famílias, clãs, caravanas, aldeias, tribos, cidades, nações,estados, países e até o processo ainda incipiente da globalização.



Partimos de uns poucos milhares, para milhões, depois bilhões. Hoje somos 7 Bilhões, a uns duzentos anos éramos mais ou menos 3 bilhões.



E o tamanho do espaço não se modificou. E vamos continuar aumentando em número, mas continuaremos convivendo no mesmo espaço.



Há razões históricas, biológicas e sociológicas para demandarmos espaço, e repelirmos o diferente, é verdade.



Mas numa análise mais detida é no entendimento, na aproximação e na aceitação que se explica nosso sucesso enquanto espécie. É por isso que conscientemente povoamos, cada vez mais, as cidades, onde há falta de espaço e relacionamento compulsório com o diferente.



Daí minhas conclusões:



1 - Não há como espernear. Teremos cada vez menos espaço, e sentiremo-nos cada vez mais invadidos.



2 - Não há como evitar que encontremos chatos pelo caminho, nem de que assim sejamos considerados pelos outros. Melhor é encarar isso numa boa.



3 - Antes termos uns pequenos transtornos causados por impulsos naturais de busca pelo espaço e repulsão, do que o maléfico resultado que o atingimento do isolamento pode trazer.



Hoje, excepcionalmente duas músicas. Uma sobre o "assumimento" da chatice como normal. (Essa em especial para o amigo Coutinho bastante chato o autor e intérprete e provavelmente da mesma forma considerará a música). A outra trata é da tragédia do isolamento.



O Chato
Oswaldo Montenegro

Todos os personagens sobre os quais escrevi, hoje, são fantamas que me habitam. Que olham pra mim pensando: Eu sou você amanhã e ontem.
Como se estivem num castelo aqui. Um castelo psiquico, todos me olhando. Escrevi sempre sobre o patético humano, o nosso ridículo eterno.
Nós temos a impressão, pela igreja católica, de que temos o pecado original, mas temos mais, temos o ridículo original. Essa nossa cara de quem vai tropeçar a qualquer momento, na frente da namorada.
Escrevi sobre personagens que tem esse patético acentuado, representantes disso: A bailarina gorda; o vampiro doidão que detestava sangue, era bonzinho; o gago que queria ser locutor de corrida de cavalo; a-a-aten-tenção v-vai se-ser dada saída, eles chegavam e ainda não saia; o Rei do mau-humor; Walfrido, o paranóico; Montenegro, o desajeitado; João, o ciumento. E todos eu identifico, são pessoas que eu posso dar o nome: eu fiz para esta pessoa. Esse eu não posso denunciar pra quem fiz porque a canção se chama: O Chato.
Segundo Millor Fernandes o Chato é aquele que conta tudo tim tim por tim tim, e depois ainda entra em detalhes.
Gente é preciso perdoar o chato. O chato não tem defeito grave. Ele só confunde as coisas, ele não entende, ele tem uma ingenuidade perene.
Você fala para o chato: "Como vai?" Ele responde. Gente, como vai quer dizer: Oi. Não é pra responder. Ninguém quer saber como você vai. "Como é que vai? - Oi."
Você fala para cara: Aparece lá em casa... Ele aparece.
Derruba o copo. Na hora que ele vai paquerar a menina derruba o uísque.
Mas é preciso perdoá-lo
Lá vou eu...
....
tem que tratar bem a imprensa, po...
....
Já faz parte da performance essa introdução enorme porque não tem nada mais chato do que o cara ficar se mostrando no violão antes de cantar...
....
Aí ele quer dizer que toca pra cacete, aí faz uma careta...
....
Ah, todo chato é bonzinho
nunca nos faz nenhum mal
ah, todo chato é calminho
como se faltasse sal
Ah, todo chato te conta
aonde passou o Natal
E sempre te da um dica
de onde ir no carnaval
Ah, todo chato cutuca
pra você prestar atenção
chama cabeça de cuca
e arranha um violão
diz que inventou uma música
e toca as seiscentas que fez
e quando você abre a boca e boceja
ele toca tudinho outra vez
Ah, todo chato é gosmento
mas não há como evitar
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar

Não tem nada mais chato do que o cantor que fica repetindo o refrão pra galera pegar. Viu a música pegou de prima, repeti só 743 vezes.
Montenegro também é terapia. O momento baseando em Jung, e na teoria estética de Tonico e Tinoco. É o momento em que você vai visualizar o seu chato primordial, o seu chato fundamental. Se ele estiver sentado do seu lado, você finge que não é com ele e olha pra mim. Isso olha pra cá. É preciso não ofender o chato. Isso olha pra mim. Você vai cantar baixinho, visualizando ele, espinha ereta, respira ... vamo lá ... tu ta rido de que de adesão ou autocrítica.

eu sou um chato e meu Deus não me agüento
(baixinho)
só me tacando no mar
É engraçado quando eu olho para alguém na platéia, ele faz uma caras assim... deve ser horivel... tu é um chato mesmo... fica me enchendo o saco... é foi mal...
vamo lá
eu sou um chato
vamo lá baixinho
Respira fundo
Vamo lá, Jung previu a catarse através da liberação conta o chato.
Vamo lá...
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando (vamo lá bem baixinho)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar

Sabe porque que eu peço baixinho?
Porque n;ao tem nada mais chato, do que quando eu vou a um show de um amigo meu, e o cara fala: todo mundo comigo... e não entra ninguém... então eu já mando cantar baixinho, que amanhã tá no jornal: Tinha o público na mão.
Vamo lá, Visualiza ele, respira fundo, espinha ereta, vamo cantar baixinho, e depois vamos num cescendo numa catarse absoluta. Ele vai te cutucar não canta - eu vou cantar porra - não canta eu vou cantar porra - se comporta você tá pensando que você tá num teatrinho é?

eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(crescendo por adesão)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(alegro sem exuberância)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(Raivoso mas non tropo, pensa nele)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(adesivo se confessando)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(agora libera geral, catarse para fora)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(alegro com descompostura, vá)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(agora gritando, vai, pra fazer bem, terapia honra, agora mais, mais..)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(com a banda agora, 1,2,3,4)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(pra aliviar, vai)
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar
(a coisa mais chata que tem são os finais da musica pop, todos são assim a banda faz assim taaam e aí o cara tchum. Porque é que não inventam outro final, eu jamais faria um final assim.

....

Um Homem Chamado Alfredo
Toquinho e Vinicius de Moraes

O meu vizinho do lado
Se matou de solidão
Abriu o gás, o coitado
O último gás do bujão
Porque ninguém o queria
Ninguém lhe dava atenção
Porque ninguém mais lhe abria
As portas do coração
Levou com ele seu louro
E um gato de estimação

Há tanta gente sozinha
Que a gente mal adivinha
Gente sem vez para amar
Gente sem mão para dar
Gente que basta um olhar
Quase nada
Gente com os olhos no chão
Sempre pedindo perdão
Gente que a gente não vê
Porque é quase nada

Eu sempre o cumprimentava
Porque parecia bom
Um homem por trás dos óculos
Como diria Drummond

Num velho papel de embrulho
Deixou um bilhete seu
Dizendo que se matava
De cansado de viver
Embaixo assinado Alfredo
Mas ninguém sabe de quê

_________________________________________________________________________________________________________



É isso aí galera.... até a próxima...



segunda-feira, setembro 14, 2009

Corrupção e governabilidade

por RUBENS RICUPERO, 72, diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Fazenda (governo Itamar Franco). Escreve quinzenalmente essa coluna para a folha de São Paulo. (copiado do Blog do Luis Nassif).


No país, substituíram-se a violência e a tortura como suposta condição para ter segurança e governar

A CORRUPÇÃO passou a ser condição da governabilidade. É essa a justificativa de dirigentes de partidos do governo para sua cumplicidade no enterro dos escândalos parlamentares. A diferença com o regime militar é uma só: substituíram-se a violência e a tortura pela corrupção como suposta condição para ter segurança e governar.

Corrupção e violência, ensinava o filósofo Norberto Bobbio, são os dois tipos de câncer que destroem a democracia. No regime militar sacrificou-se a democracia em nome da segurança, elemento da governabilidade. Hoje a situação mudou e se usa o mesmo pretexto para fazer engolir o conluio ou a indulgência com a corrupção. Não sendo apanágio apenas de um governo, o vício se agrava ano a ano.

Nem a seriedade dos últimos escândalos, que comprometem instituições inteiras, conseguiu alterar a complacência dos governos, que pode não ser eterna, mas tem se revelado infinita enquanto dura.

Outro escândalo, agora de caráter intelectual, é que os politicólogos julgam o sistema de “presidencialismo de coalizão” como perfeitamente funcional, pois produziria governabilidade. Aparentam-se os nossos sábios aos fundamentalistas do mercado, que também acreditavam na neutralidade moral do mercado, que seria autorregulável, capaz de se corrigir automaticamente.

Em ambos os casos, os resultados justificariam os meios. Contudo, o derretimento do mercado financeiro mostrou que as torpezas e as falcatruas dos operadores acabam por provocar degeneração funcional, destruindo a própria instituição. A moral e a ética não são adornos para espíritos delicados, mas componentes indispensáveis ao bom funcionamento de qualquer sistema.

Isso não vale apenas para os mercados. A Primeira República italiana, que resistira ao desafio de governabilidade devido à presença do maior Partido Comunista do ocidente, se desmoronou à luz da corrupção desvendada pela Operação Mãos Limpas. A República Velha brasileira afundou no pântano da corrupção eleitoral e foram os escândalos que puseram fim à carreira e à vida de Getulio Vargas.

Não passa de autoilusão a ideia de que a economia cresce e o país se desenvolve apesar da corrupção e dos escândalos. Também na Itália, o “milagre econômico”, o dinamismo, a inovação pareciam legitimar um sistema decadente. Com o tempo, a corrupção e o fracasso na reforma das instituições produziram o inevitável: a estagnação e o desaparecimento do dinamismo. Seria diferente aqui onde os mesmos vícios tendem a produzir idênticos efeitos?

Quando foi assassinado o juiz Giovanni Falcone, Bobbio chocou a opinião pública ao declarar que sentia vergonha de ser italiano e deixaria o país se fosse mais jovem. Recompôs-se depois desse momento de abatimento moral. Neste centenário do seu nascimento, a capacidade de se indignar do velho filósofo tem sido evocada ao lado da lição do grande poeta Giacomo Leopardi.

Numa das incontáveis horas amargas da Itália, dizia o poeta: “Se queremos um dia despertar e retomar o espírito de nação, nossa primeira atitude deve ser não a soberba nem a estima das coisas presentes, mas a vergonha”.

No panorama de miséria moral de nossas instituições, deve-se escolher entre a atitude de soberba e estima das coisas presentes da propaganda complacente e a vergonha regeneradora do país futuro.


domingo, setembro 13, 2009

O dia de Rubinho

Por Antonio Sisoto publicado no Blog do Luis Nassif.


A vitória de um desacreditado na Formula 1



Nassif, um dos caras mais escrachados do Brasil sem dúvida foi o Rubens Barrichello.



Tantas vezes humilhado e desacreditado, dá a volta por cima. Com a vitória hoje em Monza, a segunda da temporada, o brasileiro tem chance de ser campeão mundial.



Poucas vezes vimos um esportista brasileiro ter tanta garra , determinação e auto-confiança. Muito bem resolvido financeiramente, o cara podia apenas curtir a vida , mas Rubens não. Uma lição de determinação que vale para todos nós. Autêntico, demonstra sentimentos, ainda chora ao pódio, fala com emoção , além de um exemplo de profissional e ser humando.



Acho que ele merece uma justa homenagem e reconhecimento , sobretudo pela sua força de vontade.



Parabéns Rubinho.


quinta-feira, setembro 10, 2009

O Caso Piquet - Briatore / Triste Retrato de Nosso Tempo

A declaração do Piquezino a FIA:

"Eu, Nelson Ângelo Piquet, nascido em 25 de julho de 1985 em Heidelberg, Alemanha, morando atualmente em Mônaco, disse o que segue:




1 - Salvo prova em contrário, os fatos e declarações contidas neste depoimento são baseadas em fatos e assuntos de meu conhecimento. Acredito que os fatos e declarações contidos neste depoimento são verdadeiros e corretos. Sempre que quaisquer fatos ou declarações não estiverem dentro de meu próprio conhecimento, eles serão verdadeiros ao melhor de meu conhecimento e crença e, se este for o caso, indico a fonte deste conhecimento e desta crença.



2 - Faço esta declaração voluntariamente à FIA, a fim de permitir que ela exerça suas funções de supervisão e regulamentação no que diz respeito ao Mundial de Fórmula-1.



3 - Estou ciente de que existe um acordo entre os participantes do Mundial de F-1 e todos os titulares tem sua superlicença para assegurar a justiça e a legitimidade do campeonato, e estou ciente das consequências caso forneça à FIA informações falsas ou enganosas.



4 - Entendo que a minha declaração completa foi gravada áudio e que uma transcrição completa será disponibilizada para mim e para a FIA. O documento constitui um resumo dos principais pontos abordados durante minha declaração verbal.



5 - Gostaria de trazer os seguintes fatos ao conhecimento da FIA.



6 - Durante o GP de Cingapura, realizado no dia 28 de setembro de 2008, fui convidado pelo Sr. Flavio Briatore, que é tanto meu 'manager' quanto diretor da equipe Renault, e pelo Sr. Pat Symonds, diretor técnico da mesma equipe, a bater deliberadamente meu carro, a fim de influenciar positivamente o desempenho da Renault no evento em questão. Concordei com esta proposta e conduzi meu carro para acertar o muro, provocando um acidente entre as voltas 13 e 14.



7 - A proposta de provocar deliberadamente um acidente me foi feita pouco antes da corrida, quando fui convocado pelo Sr. Briatore e pelo Sr. Symonds no escritório do Sr. Briatore. O Sr. Symonds, na presença do Sr. Briatore, perguntou se eu estaria disposto a sacrificar minha corrida pela equipe por um safety car. Todo piloto sabe que o safety car entra na pista quando há um acidente que a bloqueia ou joga detritos, ou quando há um carro parado onde é difícil resgatá-lo, como foi o caso.



8 - No momento da conversa, estava em um estado mental e emocional muito frágil. Este estado de espírito foi provocado pelo estresse intenso causado pelo fato de que o Sr. Briatore se recusou a informar da existência da renovação de meu contrato de piloto para 2009, como habitualmente ocorre no meio da temporada (entre julho ou agosto). Ao contrário, o Sr. Briatore repetidamente pediu-me para assinar uma "opção", o que significava que eu não estava autorizado a negociar com outras equipes no mesmo período. Ele repetidamente me colocou sob pressão para prolongar a opção que tinha assinado, e iria me chamar regularmente em seu escritório para discutir a renovação, mesmo em dia de corrida - um momento que deveria ser apenas para concentração e relaxamento. Este esforço foi acentuado pelo fato de que, durante o GP de Cingapura, tinha me classificado em 16º no grid, então estava muito inseguro sobre meu futuro na Renault. Quando me pediram para bater o carro e provocar a entrada do 'safety car' a fim de ajudar a equipe, aceitei porque esperava que pudesse melhorar minha posição na equipe neste momento crítico da temporada. Em nenhum momento fui informado por qualquer pessoa que, ao concordar em provocar um incidente, eu teria garantido a renovação de meu contrato ou qualquer outra vantagem. No entanto, no contexto, pensei que seria útil para alcançar este objetivo. Por isso, concordei em provocar o incidente.



9- Após a reunião com o Sr. Briatore e o Sr. Symonds, o Sr. Symonds me puxou para um canto tranquilo e, usando um mapa, apontou-me para a curva exata da pista onde eu deveria bater. Esta curva foi escolhida porque aquele local específico não possui guindastes que permitiriam que um carro danificado pudesse ser rapidamente removido da pista, nem possui entradas laterais, o que permitiria que um fiscal pudesse empurrar rapidamente o carro para fora dela. Assim, considerou-se que um acidente neste lugar específico seria quase certo de provocar uma obstrução da pista e que, portanto, seria necessária a entrada do safety car a fim de permitir que a pista fosse limpa e para assegurar a continuidade da corrida.



10 - O Sr. Symonds também me disse em que volta exata, eu deveria provocar o incidente, de modo a proporcionar a meu companheiro de equipe, o Sr. Fernando Alonso, uma boa estratégia, já que ele faria seu reabastecimento pouco antes da entrada do safety car, durante a 12ª volta. A chave para a estratégia reside no fato de que o conhecimento de que o safety car entraria na pista entre as voltas 13 e 14 permitiu que a equipe fizesse no carro do Sr. Alonso uma estratégia agressiva de combustível, suficiente para chegar a 12 voltas, mas não muito mais. Isso permitiria que o Sr. Alonso ultrapassasse o máximo de carros possível, sabendo que os carros teriam dificuldade em recuperar o tempo perdido depois do pit stop devido à implantação posterior do safety car. A estratégia foi bem sucedida e o Sr. Alonso venceu o GP de Cingapura de F-1 de 2008.



11 - Durante as discussões, não foi feita qualquer menção de quaisquer preocupações no que diz respeito à segurança desta estratégia para mim, para os espectadores ou para os outros pilotos. O único comentário feito neste contexto foi realizado pelo Sr. Pat Symonds, que me alertou para "ter cuidado", dizendo que não deveria me ferir.



12 - Intencionalmente causei o acidente, deixando o carro sair lateralmente pouco antes da curva. A fim de me certificar que eu provocaria o acidente durante a volta certa, perguntei para a minha equipe por diversas vezes, através do rádio, para confirmar o número da volta, algo que não faria normalmente. Não me feri no acidente, nem ninguém.



13 - Após as discussões com o Sr. Briatore e o Sr. Symonds a "estratégia do acidente" nunca foi discutida novamente. O Sr. Briatore discretamente disse "obrigado" após o final da corrida, sem falar mais nada. Não sei se alguém tinha conhecimento da estratégia no início da corrida.



14 - Após a corrida, informei ao Sr. Felipe Vargas, amigo da família, o fato de que o acidente tinha sido intencional. O Sr. Vargas ainda informou meu pai, o Sr. Nelson Piquet, algum tempo depois.



15 - Depois da corrida, vários jornalistas perguntaram sobre o acidente e me questionaram se eu havia feito de propósito, porque sentiram que era "suspeito".



16 - Na minha equipe, o engenheiro do carro questionou a natureza do incidente, porque achou incomum, e respondi que tinha perdido o controle do carro. Acredito que um engenheiro inteligente notaria que os dados de telemetria indicariam que o acidente foi causado de propósito, já que continuei acelerando, enquanto que o "normal" seria frear o mais rapidamente possível.



Declaração de Verdade



Acredito e juro que os fatos citados nesta declaração são verdadeiros.



Este depoimento foi feito na sede da FIA em Paris, no dia 30 de julho de 2009, na presença do Sr. Alan Donnelly (chefe dos comissários da FIA), Sr. Martin Smith e Sr. Jacob Marsh (ambos investigadores da empresa Quest, mantidos pela FIA para ajudar na investigação). As notas foram tomadas pela Sra. Dondnique Costesec (Sidley Austin LLP).



Assinado:



Nelson Piquet Jr."


Por tudo que está aí, e pelo que isso envolve, creio que seja tudo verdade, devo dizer que torci muito para que não fosse, mas desde que o Reginaldo Leme revelou essa história na última corrida, eu meio que sabia que era verdade.

Então vamos partir daí, por que eu torci para que não fosse verdade? Porque o Piquet (pai) é na minha opinião o melhor piloto que eu vi, e eu  transferi, para o filho, a torcida, que eu já tinha para o pai.

Mas não mais, e agora eu vou explicar as diferenças das gerações...

O Piquet Senior, teve de brigar com o seu pai para ir ser piloto, se fez por si, sabia tudo de carro, modificou a história da fórmula 1 sendo responsável pela incorporação de um monte de tecnologias. Ganhou três títulos, era competitivo, e se não era simpático, pelo  menos era homem.

O Juninho, coitado. Teve tudo na mão. Equipe do papai e tudo mais. Chegou a fórmula 1 novo e com uma carreira vitoriosa. Mas ainda moleque e imaturo.

A atitude que ele tomou, se forçado, ou não, foi extremamente infeliz e sou obrigado a concordar com o que disse o Rubinho. Na carta acima ele diz sabe das consequencias de pestar informações falsas a FIA, mas será que ele não sabia das consequencias de cometer aquela fraude que ele agora assume. O pai dele teria dado uns sopapos no chefe, se isso lhe fosse sugerido, e creio que foi meninice do Júnior não fazê-lo. Ao topar uma coisa dessa, ele só por isso já demonstra uma fraqueza de caráter tremenda, que o coloca no mesmo patamar do Briatore, que há muito é sabido é o pior caráter de circo todo.

Ele ter feito questão de deixar pistas no caminho, e de  ter usado isso para manter o emprego, demonstrou que ele pelo menos não é um tapado completo, como o próprio Briatore demonstrou ser, ao não acreditar na ameaça que foi colocada pela família Piquet de revelar tudo.

Se a carreira do Briatore se acaba aqui (graças a deus), com a imagem de um total anti-ético e covarde. A do Nelsinho também se encerra... com a imagem de anti-ético, pau-mandado e dedo-duro. Ou seja, ao contrário do pai, não honra as calças que veste.

Que coisas estranhas,acontecem na fórmula 1, sempre aconteceram, o próprio Rubinho que o diga, o Schumacher que ganhou um título em cima do Hill e tentou ganhar outro em cima do Villeneuve causando acidentes (isso quando ele trabalhava para o Briatore). O Senna e o Prost em dois anos seguidos feraram um com o outro lá no Japão... enfim.

Mas penso que a ética do empregador nesse caso é essa:... se faz, mas não se denuncia. O Piquezinho não deve ser punido, pela delação premiada, será então um portador da super-licença desempregado, por ser completamente indigno de confiança.

O Nelsão, coitado, deve ter ficado puto, quando soube dessa história, fez o que pode para evitar o mal maior, mas quando o sangue subiu resolveu ferrar com o Briatore, e não acho que fez errado.

Agora ele talvez queira ter uma equipe para empregar  Juninho, mas aí nada será resolvido, porque continuará sendo um filhinho de papai que só tem emprego porque o papai manda. E isso não é uma característica de alguém que vá marcar alguma coisa.


segunda-feira, setembro 07, 2009

Rádio-Ed Numero 2

Eu estava aqui lembrando de São Paulo, onde em março último, fui ver show do Radiohead. Aí pensei uma outra coisa, toda vez que eu fico a toa e começo a pensar na vida, penso no passado, e penso no futuro, mas raro pensar no presente... Interessante que eu sei que o presente é o ponto sobre o qual temos poder, e que é ele a pedra fundamental do futuro a construir. Mas por outro lado, o presente é sempre volátil, e nos escapa o tempo todo, diferentemente do futuro, que um sábio disse uma vez que é o tempo em que os negócios vão bem, a saúde está pefeita, a família prospera e o coração está em paz. E também do passado qu sempre que olhamos, vemos o que já realizamos, e todas as vitórias que alcançamos. De fato, o passado e o futuro serão em via de regra mais sedutores que o presente, só não o serão nos momentos de glória, mas nessa hora, não teremos tempo de pensar na vida, viveremos o momento nos esquecendo de porque ele acontece.

Mas retornando a São Paulo, foi realmente um momento de realização para mim, lembro de minhas palavras ainda durante o evento: " É o melhor momento da minha vida, passada, presente e futura". Ainda utilizarei esse espaço e qualquer outro que eu tenha par falar daquele dia, do show do perfeito show do Radiohead, do sensasional show do Kraftwerk, mas hoje eu vou falar da banda da abertura, porque foi nela que meu ensamento se fixou nesses ultimos dias. Devo dizer que sempre tive preconceito contra os Los Hermanos, muito por causa das músicas que ganharam a mídia, principalmente aquela que foi propaganda de celular e que é, de fato muito chata. Mas lá no show, vi que os caras realmente eram muito bons (digo eram porque naquele dia a banda estava se reunindo de novo mas eles já tinham se separado), suas performances, suas composições e seus aranjos são realmente diferentes, e muito bons. O uso de metais (muito bem colocados) numa banda d rock'n roll, me leva a pensar mais atrás, me lembra do Jerry Lee Lewis, quando fez rock com piano na década de 50, do rock progressivo nos 70, com o Queen o Pink Floyd e cia, trazendo o piano de volta, com flautas, violinos, e nova explosãode qualidade. Aí mesmo começam experiencias com elementos eletrônicos. Mas os metais, eu não me lembro numa banda de rock, talvez o amigo Bruno possa me ajudar a lembrar de alguma (mas ão o paralamas ou o skank, porque isso é Ska e não Rock), quem sabe a Bjork, usou um pouco,o próprio radiohead, mas ningúem me impressionou tando quanto eles, ali, naquele dia.

Enfim a música que escolhi agora é: "Todo Carnaval tem seu fim", cuja letra tem um estilo comptemporâneo, de informações aparentemente disconexas, com a comunicação se dá hoje em dia na na geração internet, mas que eu vejo dentro da letra, através do recurso das antitese,uma crítica tanto a comunicação parcial, quanto a generalização fácil. Ao mesmo tempo revela uma resignação e uma adaptabilidade para essa situação (que jeito, não é mesmo?). Enfim muita viagem minha talvez. Gosto bem dessa letra, mas atenção especial aos metais da música que eu acho sensacionais, e o agradecimento politicamente incorreto no fim também acho bacana. Eu fiquei muito feliz de ter tido a oportunidade de vê-los ao vivo, mesmo depois do fim da banda, para desfazer a impressõ errada que eu tinha. Já ouvi essa música umas quinze vezes nesse fim de semana...

Amiga Érica, quando você me procurou no gtalk eu estava dormindo, por isso não respondi, qualquer hora nossos horarios baterão e trocaremos uma idéia. E a vida em SP como vai? Seu marido como está? Próxima vez que vier a Lagoa da Prata tipo num feriado, me avisa antes, que de repente dá pra eu dar um pulo aí para ver vocês...

Abraços a todos...

Todo Carnaval Tem Seu Fim
Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo


Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
E é o fim, e é o fim

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz

Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz