domingo, janeiro 24, 2010

O sumiço dos livros


do BLOG DA DAI


Era ano novo. Uma virada na vida daquele povo. Muitos fogos. Finalmente a liberdade! O decreto saíra minutos antes da meia noite. Homens, ministros e príncipes trabalharam muito. O povo estava livre. Não haveria mais livros naquele reino. Chegava de leituras, religiões, escolas, filosofia, romances, poesias, ficção científica, ficção.
Buba subiu as escadas, meio bêbado. Estava naquela casa havia muito tempo. Sempre fora um criado esmerado. Atencioso e servil. Não entendia direito todo aquele reboliço, aquela nova lei. Entendia, isto sim, daquela dorzinha no fundo do coração.
Soluçou, de álcool e dor. Urinou um pouco nas calças, mas dera tempo de ir ao banheiro. Pegou aquele cartaz de novo: “Caiu a leitura, livros nunca mais!”
O povo, todos falavam em ditadura intelectual. Homens inteligentes – antropólogos, sociólogos, etc. – falavam em reinvenção do Novo Homem. Nova era. Nova aliança.
Buba, simpático e obediente, correu para seu armário e juntou, com muito custo, todos os seus livros. E não lera a maioria. Começara a ler havia pouco tempo. Aos poucos, via desaparecer, no fundo da caixa de papelão Machado de Assis, a Bíblia, José de Alencar, Nietzsche, Castro Alves, Platão, Tio Patinhas, Playboys…
Suspirou quase resignado. Aqueles homens deveriam saber o que estavam fazendo. Eram agora uma ilha obtusa, pensou, com parada cerebral, cercada de países confusos por todos os lados.
Um Chanceler de uma grande nação considerara perigoso tamanha ousadia, abuso de poder. Sem livros, que país sobreviveria? Entretanto, a ilha era um paizinho fechado ao mundo, auto suficiente e muito bélico. Paradoxo serem eles tão tecnologicamente armados. Tinham até a tal bomba invisível, que matava pelo ar. Um assombro.
O pobre homem deve ter passado horas com Gonçalves Dias sobre as pernas, as velas estavam por um triz. Minha terra tem palmeiras… minha terra tem palmeiras… Acariciou um Lenin, bocejando. Estava tão orgulhoso de sua humilde biblioteca. Adormeceu, ouvindo sabiás.
Acordou com os cacetetes dos guardas. Estava sendo levado ao cárcere. “Memórias do cárcere”. Graciliano Ramos. A professora, os seios arfando sobre a, b, c, d, e… tão linda. Casaria com ela pouco depois. A cabeça doía. O sangue tinha gosto de revolução. Mas era século vinte e dois. Câmeras por todo lado. Chips nos pulsos. Nova era. Sangue e Charles Bukowski. Os seios da professora moreninha. Dormiu.
A primeira visão que teve foi de seu filho chegando com a mãe. Estivera sonhando. Riu, com a boca ressequida. O garoto subiu no colo do pai, o abraçou e beijou.
Buba perguntou: Quer que eu leia uma estória? Mas o filho arregalou os olhos para o pai e gritou: Mamãe, o pai endoidou! Buba, assustado, olhou para a esposa e o filho diversas vezes. Com horror piscava os olhos, enquanto o filho ria: Esqueceu que aqui não temos livros?!


quinta-feira, janeiro 21, 2010

OS INFORMANTES DO REI

Depois de ter colocado aqui aquela história sensacional do Piteco, que brinca com o mito da caverna de Platão, me lembrei de uma outra, do Horácio, que eu tinha lido ainda criança, e que eu acho foda... e com certeza foi importante na formação do meu caráter e personalidade. Procurei achei e tá ela aqui pra vocês, direto da pagina da turma da Mônica:



























domingo, janeiro 17, 2010

Como foram os anos 00



anos2000
Via: Estadão


O Mito da Caverna de Platão

por deldebbio no www.daemon.com.br

























Bono Vox, o embaixador da bobagem

por  Paulo Germano do blog fo remix e do jornal ZERO HORA

Mal começou o ano e, pelo amor de Deus, lá vem o Bono Vox dizendo bobagem. Pudera: quem mandou o New York Times ceder para ele um espaço de opinião? As pessoas deveriam ter aprendido, ainda nos anos 1980, que pedir a opinião do Bono Vox é pedir para ouvir bobagem. Mas, enfim, o cara é vocalista do U2…
Bono Vox escreveu um artigo, publicado no domingo, achincalhando quem baixa gratuitamente músicas na internet. Até existem argumentos razoáveis para condenar essa prática, mas Bono Vox prefere sustentar suas “teses” emraciocínios estapafúrdios. Por exemplo: “Uma década de compartilhamento e roubo de arquivos comprovou que os prejudicados são os artistas. Sobretudo os jovens compositores, que não conseguem se sustentar apenas com a venda de camisetas e de ingressos para shows.”
Mentira deslavada! Nenhum jovem compositor teria a petulância de reprovar o download gratuito, como o fazem veteranos feito Bono Vox e Caetano Veloso. Simplesmente porque jovens compositores devem suas carreiras à internet, devem suas vidas à internet, devem cada centavo que ganham à internet, afinal foi a internet que deu a eles o poder de atingir milhares de pessoas sem depender da boa vontade e do questionável aval das grandes gravadoras.
E, se existe um ponto positivo no download gratuito, é exatamente este: quem escolhe os artistas de sucesso agora é o público, e não meia dúzia de cartolas. Ao contrário do que afirma Bono, os artistas que publicamente condenam essa prática são milionários como ele — modelados em outra geração, resistem à adaptação a uma nova realidade fonográfica. E o Remix entende, até concorda com alguns argumentos contrários ao download gratuito. Mas discorda dessa hipocrisia fajuta de Bono Vox, que tenta defender os próprios interesses simulando uma defesa aos fracos e oprimidos.
Bono Vox consegue piorar as coisas ainda mais em outro trecho do texto. Diz que a ofensiva dos Estados Unidos contra a pedofilia na internet revela como “é totalmente possível controlar o conteúdo” que circula na rede. Mas que barbaridade! Logo Bono, que sempre se meteu a engajado — e sempre meteu o bedelho onde não é chamado —, agora compara a exploração de uma criança com a exploração de uma musiquinha do U2.
Deveria abrir a boca só pra cantar. E olhe lá.


sexta-feira, janeiro 15, 2010

Google: gigante do bem ou gigante do mal?

por André Crespani e Guilherme Neves no Infosfera 




Na mesma semana, o Google ganhou máscara de vilão e capa de mocinho no jogo do acesso à informação. De perigoso monopólio, aos olhos da ministra da Justiça da Alemanha, a gigante da internet fez o seu cartaz ao ameaçar o abandono de suas operações na China para quebrar o jugo da censura.
       
Recapitulando: a ministra da Justiça alemã, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, se mostrou claramente preocupada com o volume de informação sobre as pessoas que o Google tem sob seu poder.
        
Sabine pediu mais “transparência” para os usos desses dados, e usou uma palavra forte ao descrever a empresa, quase um nome feio para alguns – MONOPÓLIO.
           
Entre Orkut, Gmail, Google Docs e Picasa, é realmente muita coisa pessoal nos servidores da Google.
        
O que eles fazem com toda essa informação? Quem controla esses dados? Quando tudo está nas mãos de um grupo só, estamos a perigo? O Google é uma ameaça? Estas são algumas questões nas entrelinhas do “palavrão” utilizado pela ministra.
     
Foi pintado o monstro.
        
Um dia depois, o temido monopólio rebelou-se contra um império. A Google declarou que vai parar de censurar os conteúdos buscados em sua versão chinesa, ainda que desertar um mercado com 350 milhões de internautas custe alguns milhões de dólares aos cofres da empresa. É possível até que os escritórios no país sejam fechados, dado o desagrado da Google com o assédio do governo chinês. Tudo após um ataque a contas de ativistas de direitos humanos na China no Gmail.
     
Surge o mocinho.
           
Note, porém, que as mesmas perguntas sobre o Google também poderiam ser aplicadas à postura do governo chinês com relação à internet: quem controla os dados (censurados)? Quando tudo está nas mãos de um grupo só, estamos a perigo? O governo é uma ameaça?
          
Obviamente não quero colocar Google e governo chinês no mesmo saco. Um restringe o acesso a notícias contra seus interesses (a China ou o Google?). O outro capta informações sobre usuários sem revelar seus interesses (a China ou o Google?).
           
Quando se trata de informações, todo o poder sobre elas parece mau. Cabe aos usuários, que têm essa opção (pobres chineses) decidir se querem ou não colocar suas informações lá.
          
Se é bom ou mau, prefiro dizer que é uma empresa, com bons produtos, mas que têm se preço.



domingo, janeiro 10, 2010

Disfunção Narcotizante


Antes de mais nada, quê isso?

é o blog do Lauro, o qual, convidado que fui, passo a ser um colaborador a partir desse final de semana.

começo colocando aqui, não apenas o link, que é esse: http://www.laurobhz.com/, mas também reproduzindo a integra do post de estréia do Lauro, texto que foi publicado no início da madrugada de hoje:

Antes de mais nada, quê isso?




Faça-se a Luz!


Salve, salve os salváveis dos dias atuais!


Resolvi fazer esse blog para registrar algumas idéias que, não é possível, sejam só deste aqui. Também pra dividir algumas idéias dos outros que eu vejo e, idem, muita gente também deve gostar. O caráter multi-tudo da Web fará o resto.


Disfunção narcotizante, segundo a Teoria da Comunicação, é o efeito que o excesso de informações causa sobre as "massas", tornando as pessoas menos críticas devido ao grande volume de dados a que têm contato.


Achei que essa expressão tem muito a ver com o que terá aqui. As palavras-chave do blog traduzem bem esse fenômeno hoje. A tecnologia é instrumento da comunicação, que gera facilidade de distribuição da mensagem, saturando a todos que não conseguem filtrar e criticar essas informações. 


Como a maioria das audiências hoje se divide entre os que não aprenderam a ter visão crítica e os que desaprenderam a usá-la pela superficialidade do excesso de informação, surge um prato cheio para o foco na tragédia humana que transborda na mídia em geral.


Mas a boa curiosidade vem para ser o filtro que consegue extrair o que é interessante nesse palheiro de informações misturadas que estamos mergulhados.


Da minha parte vocês devem ver por agora muita coisa de Big Brother, de novidades e coisas bacanas em tecnofilia, nostalgias oitentistas e um ou outro protesto contra o tragedismo que está me deixando muito p*to.


Valeu, Mr. Add Mundo, por me convidar como colaborador do Aberto Livre e Sem Censura. Agora faça o mesmo aqui, seu Ferranca! 


Mio amore também está aqui para escrever tudo, até mal de mim. Não sei se o post vai durar muito, mas...rs. Agora vamos ver seu uns malacabados que convidei fazem o mesmo.


O link recomendado é do Burj Khalifa, novo topo humano do mundo, um prédio em Dubai com 828 metros de altura, inaugurado segunda-feira passada. Acho ele bastante simbólico. Mostra o tanto que mudamos, mudamos e somos sempre iguais. Lembra das pirâmides de 5000 anos atrás? 


Então, nada a ver...




domingo, janeiro 03, 2010

Ranking do Campeonato Brasileiro (era dos pontos corridos)



(clique na imagem para ampliar cada mudança de cor na tabela significa uma participação a menos no campeonato)