terça-feira, fevereiro 23, 2010

A diferença entre um vestido curto e um boquete em rede nacional



Começamos a ser expostos ao mundo desde crianças. Na escola, cada palavra que dizemos é ouvida e analisada por nossos colegas que depois julgam e reprovam ou aprovam. Pelo conjunto de aprovações e reprovações que temos, os grupos nos rotulam como legais ou idiotas e como normalmente formam-se muitos grupos, escolhemos participar daquele que nos considera melhor.




Crescemos e por toda a vida a coisa continua assim, mais ou menos da mesma forma. Algumas pessoas ou grupos de pessoas acham que nosso conjunto de opiniões e atitudes são aprováveis ou reprováveis. Pessoas carismáticas conseguem mais aprovações que a média, não por terem atitudes melhores ou piores, mas simplismente porque mais pessoas as julgaram como legais.




Como já disse, a maioria de nós prefere se sentir confortável e mantém ao redor pessoas que aprovam o nosso way of life. As turmas de colégio de juntam em torno disso e as rodas de amigos perpetuam esse sentimento de conforto ao longo da nossa vida. Não estou excluindo os chatos (as vezes geniais) que preferem escrotizar a ordem e viver chocando aqueles que estão a sua volta. Eles existem, todos conhecemos vários mas eles são a excessão que confirma a regra. 




Apesar de possíveis atritos ao longo do caminho, pessoas ajustadas tendem a conseguir passar através dessas dificuldades, evitando expor-se demais. Essas pessoas - repito: aquelas ajustadas - escolhem os atos que praticam para um público mais amplo para poderem ser bem aceitas naquele meio. Isso em nada quer dizer ser falso ou hipócrita. Evitar se expor em excesso é simplesmente é um mecanismo de defesa social e não há nada de errado nisso. Você deve escolher as batalhas que quer lutar ou se torna aquele chato do outro parágrafo.




Só que a internet veio bagunçar a relação que temos com nossa vizinhança. Pessoas totalmente diferentes de você passam a interagir e julgar seus atos e opiniões. Com uma ajudinha do anonimato, as reações se tornam muitas vezes duras e mal educadas, mas infelizmente (?) isso faz parte do jogo. Gosto da analogia da internet com o de uma praça publica, onde as pessoas podem conversar umas com as outras mas mesmo você tendo um grupo fixo de ouvintes, sempre tem alguém passando que pode ouvir e se intrometer no assunto. São as regras da rua.



























Mas existe outra regra da rua que diz que se você deixar de ser "mais um" e subir em um palanque para que muitas pessoas te ouçam, tem que aguentar o tranco de muitas pessoas te julgando e decidindo se você é legal ou não. Não vai ser apenas aquele cara que caiu de paraquedas no seu blog, serão massas de pessoas que irão procurar você exatamente para te julgar e saber se você é digno da atenção que está recebendo. Antes da internet essa mega exposição só era possível para figuras realmente públicas, principalmente políticos e artistas que bem ou mal são remunerados para serem públicos. Hoje, muitas outras pessoas "normais" estão subindo em seus palanques e querendo levar a vida como se estivessem dentro de casa, na intimidade do seu lar.
















Voltando ao ponto onde eu falava sobre as ações que escolhemos para praticar para um público mais amplo de modo a continuar a ser aceito, como esperar ser um completo idiota em público e justificar que esse é apenas "o seu jeitinho" ? Se você não faz sexo em praça pública por favor, não faça sexo na frente de uma camera! Não venha justificar que fez algo "normal e saudável" porque se você não é um profissional do sexo, transar na frente de uma camera não é "normal e saudável". É tosco e de mal gosto.




















Se você aguentou até esse ponto do texto, claro que deve saber que estou falando da Twittess. Não me sinto exatamente confortável com certo nível de ataques que se gerou contra a menina MAS por outro lado, ela nunca deveria deixar isso acontecer durante um programa de TV. Repito: é tosco e de mal gosto.
















Só para encerrar, sinto vergonha quando leio pessoas inteligentes comparando o caso com o da UNIBAN. Por favor... Não saber diferenciar um vestido curto de um boquete em rede nacional é sinal claro de estupidez.















Por Eduardo Coutinho no http://meudejavu.blogspot.com















COMENTÁRIO MEU:



















caríssimo coutinho.... 

Sensacional esse texto, só acho que você talvez tenha simplificado demais, no que tange a definição das pessoas... eu por exemplo, acho que me exponho mais que a média e acabo me envolvendo em batalhas do que consigo manter... mas, não creio que eu seja aquele chato que fica só escrotizando... talvez eu seja meio crente que posso fazer alguma diferença (ou pelo menos a minha parte), como um Don Quixote, talvez, ou como você costuma dizer, talvez somente um maluco do caralho. Mas tirando talvez esse pequeno detalhe, o seu texto (a idéia, e a construção) ficou bom pra cacete... roubar-lhe-ei.




























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