quarta-feira, setembro 26, 2007

OVOS FRITOS EM 2100

O aquecimento global está aí batendo à nossa porta. Parece que veio para ficar. E o que mais me assusta nessa história toda são as atitudes dos cientistas que já não falam em evitá-lo ou fazê-lo retroceder, mas em adaptar a nossa vida ao que entendem inevitável. Há nessas ações, a meu ver, a lógica capitulacionista da irreversibilidade. Eu explico melhor a partir de uma notícia que li na internet e que transcrevo parte dela: “O Ministério da Agricultura do Japão anunciou que desenvolverá um novo tipo de arroz resistente ao calor e à falta de água, em antecipação a períodos de escassez ocasionados pelo aquecimento global. A medida faz parte de um estudo que prevê quedas na produção de arroz e perdas de florestas se os níveis de dióxido de carbono na atmosfera duplicarem e o aumento do nível de mercúrio, segundo a agência Kyodo”.A notícia tratava ainda de percentagens sobre o aumento do nível de dióxido de carbono na atmosfera até o final do século, mas a mim, leigo como a maioria dos que a leram, causou um profundo mal-estar. Não consegui aplaudir os esforços dos cientistas em tentar tirar coelhos da cartola para que a espécie humana continue sobrevivendo malgrado os estragos que causa ao planeta. Estamos mesmo com os dias contados ou vamos nos adaptar e sobreviver? Apesar de toda a inteligência, vamos perecer como os dinossauros?
São questões que alarmam a todos nós hoje, ainda é cedo para ter respostas, e alarmarão ainda muito mais nossos netos daqui a 30 ou 40 anos se em vez de providências para frear essa insanidade que é a poluição e a devastação de nosso planeta, preferirem paliativos para conviver com ela.

São questões que alarmam a todos nós hoje, ainda é cedo para ter respostas, e alarmarão ainda muito mais nossos netos daqui a 30 ou 40 anos se em vez de providências para frear essa insanidade que é a poluição e a devastação de nosso planeta, preferirem paliativos para conviver com ela.

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jjLeandro


O HOMEM INVISÍVEL

Não, não é ficção científica. Essas coisas ainda não acontecem por aqui. Mas o Deodato realmente tornou-se invisível. Todo mundo olhava para ele, mas era como se não existisse. Nada espetacular e glamourizado como o Homem Invisível daquele seriado americano da década de 1970, assim tornado pelos efeitos de um acidente radioativo. Deodato não era um cientista, mas um homem comum. Só vim saber o seu nome, e também um pouco de sua história, bem mais tarde pelos jornais, que contaram na crônica policial – com um pouco de surpresa e culpa – o seu silencioso infortúnio. Acharam em seu bolso de mendigo um bloquinho de papel, a única coisa que guardava com capricho, como se fosse um testamento – não desses para deixar pecúnia. Mas um muito mais valioso: verdadeiro patrimônio humano. Para sobreviver às intempéries, guardava-o enrolado no plástico de um saco de açúcar Cristal. Era um alerta sobre a sua história, para todos nós, onde num trecho relatava, sem egoísmos: “sei que o que estou passando outros milhões também passam em silêncio”. Ele tinha consciência de sua solidão e de sua invisibilidade: “outro dia no sinal estendi a mão em busca de um trocado e o sujeito dentro do carro, vidro fechado, evitando o fogo da tarde, fez de conta que eu não existia. Nem me olhou para dizer um não. Isso sempre é melhor do que o desconhecimento”.
É ele quem vai falar o tempo todo. Serei apenas o veículo dessa comunicação. Como foi parar nas ruas? Era uma história longa, que preenchia várias folhas com uma letra minúscula, cheia de reparos – como a querer consertar a vida disse o jornalista. Mas a mim pareceu ser vergonha de se expor irremediavelmente ao mundo todo – tinha certeza de que iriam lê-lo um dia. “Eu sou um homem do Nordeste. São Paulo foi um sonho que vi virar pesadelo. Em primeiro lugar porque nunca consegui trabalho – vivia de biscate e, muito depois, de esmolas. E depois porque, desde que casei, a mulher se deu melhor com o vizinho do que comigo. Me meteu os pés na bunda e fui parar na rua, me enchendo de pinga para esquecer tudo”.
Mesmo toda a vida sendo um homem simples e sem posses, Deodato sentiu e descreveu a chegada ao fundo do poço: “quando eu vivia de biscate e morava na favela, ainda existia para muita gente. Muitos deles me davam bom dia, conseguia um crédito na padaria da esquina. Alguns companheiros de tragos no bar me chamavam de Déo”. Na rua conheceu o verdadeiro opróbrio: “na rua as pessoas ou te olham com a cara ruim, ou te ignoram. Quase toda vez que me aproximava de uma com a mão estendida, ela virava o rosto de banda, olhando para o outro lado como se procurasse alguém; mesmo se do outro lado corressem um longo muro sujo e a calçada deserta”.
Quando chegou ao irrefutável conhecimento de quem era, mesmo no estado degradante em que se encontrava, ainda sofreu. E isso eu vi claro nas letras trêmulas com as quais escreveu a breve sentença – eu estive com o jornalista que redigiu a notícia e ele me mostrou o bloquinho: “eu não sou ninguém. Eu não existo!”. Em certo trecho do seu testamento quase fui às lágrimas. Ele escreveu, por certo, ao abrigo de alguma marquise de prédio no centro velho de São Paulo, ou ao léu em alguma praça enquanto queimava jornais e papelões para espantar o frio da noite: “para mim todo dia chove. O mundo é um borrão que vejo por trás de uma cortina de água”. Eram as lágrimas dos momentos de dor aguda. Descobri com Deodato que o homem perde tudo: bens, família, dignidade, mas nunca a capacidade de emocionar-se.
“E como souberam de sua história?” perguntei ao jornalista ainda na redação. Ele coçou o queixo, abriu a gaveta da escrivaninha do computador, depositou o bloquinho entre outros papéis – ainda envolto no saco de açúcar – e apagou o cigarro no cinzeiro antes de falar. “Foi simples. Deodato um dia deixou de ser invisível”. “Quando?”, perguntei intrigado. “Quando morreu, homem! Os cachorros foram os primeiros a descobri-lo. Depois veio a inhaca do cadáver...a vizinhança incomodada...e você sabe como são essas coisas”.
Acredito que Deodato augurou esse momento: “Um dia ainda vão me ver”. Mas o jornalista discordou de mim. Na sua versão romantizada, Deodato quis acrescentar à capacidade de se emocionar que o ser humano nunca perde, a despeito de como leva a vida, a condição de jamais abdicar de sonhar.

jjLeandroi


EDUCAÇÃO EM VISTA DE UM PENSAMENTO LIVRE

Não basta ensinar a um homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar em relação a seus próximos e a sua comunidade.



Estas reflexões essenciais, comunicadas à jovem geração graças aos contatos vivos com os professores, de forma alguma se encontram escritas nos manuais. É assim que se expressa e se forma de início toda cultura. Quando aconselho com ardor "As Humanidades", quero recomendar esta cultura viva, e não um saber fossilizado, sobretudo em história e filosofia.



Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto da eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem. Ora a sobrecarga do espírito pelo sistema de notas entrava e necessariamente transforma a pesquisa em superficialidade e falta de cultura.

O ENSINO DEVERIA SER ASSIM: QUEM O RECEBA O RECOLHA COMO UM DOM INESTIMÁVEL, MAS NUNCA COMO UMA OBRIGAÇÃO PENOSA.



Albert Einstein


Diálogos Virtuais do Ogro: Tarantino´s Mind *

Ogro diz: Oi.

Artemis diz: Tô assistindo: http://www.youtube.com/watch?v=hY4n6DPIx_4

Artemis diz: Mas o farsante do Seu Jorge não me convence!...

Ogro diz: Nem a mim... apesar de eu ter gostado do Farofa Carioca na época...

Artemis diz: ahhhhhrrrggghhh

Ogro diz: Seu Jorge, Ana Carolina, Vanessa da Mata... é produto pra classe média pseudo-antenada...

Artemis diz: Céu ....

Ogro diz: Céu se apresentou aqui ontem... Um amigo meu me chamou... Preferi vir pra casa..

Artemis diz: Eu acho que ela pelo menos é interessante musicalmente ... Mas só o fato de fazer cover do Chico Buarque já faz ela perder muuuuitos pontos ...

Ogro diz: Chico virou Deus... Mas, felizmente, ainda há ateus nesse Brasilzão!...

Artemis diz: Nem acho que o problema seja ele ... É mais essa idéia de culto ao cara, de todo mundo novo que aparece ir lá e tomar a benção dessa gente velha ...

Ogro diz: Sim... os deuses são deuses, a despeito de seus fiéis.

Artemis diz: Tem uma banda nova legal que chama ecos falsos ... É uma banda de indie rock, não tem nada de ‘brasileiro’ no som deles ... Mas eles chamaram o Tom Zé pra participar do disco ... E é o Tom Zé que chama atenção... Isso é ridículo!

Ogro diz: Tom Zé é o ícone maior dos “pseudo-antenados”... Midiaticamente falando, é claro...

(...)
(...)
(...)

Ogro diz: Será que é tudo mesmo um só filme?

Artemis diz: O quê?

Ogro diz: ...a teoria do Selton Mello.....os mesmos personagens e tal..

Artemis diz: Tem a ver .... Pode ser que sim... Só sei que o cara é inteligente o suficiente, então ...

Ogro diz: E o que acha do Selton Mello?

Artemis diz: Eu gosto do Seltinho... O cara é bom ator ... Apesar de ele estar sempre com o mesmo cabelo e a mesma barba, independente do personagem, o cara te convence ... Aliás, perto dele, o Seu Jorge fica ainda mais obviamente farsante...

Ogro diz: Hehehe.

* Publicado originalmente no Ogrolândia


segunda-feira, setembro 24, 2007

Ontem a Noiva não Foi ao Altar

Que é irrecorrível e premente a necessidade que tenho de me casar, todos que me conhecem já o sabem.



"Preciso me casar. Preciso ontem."



Diz a sabedoria popular que a grande parte, talvez a maior parte das mulheres tem como um grande objetivo de vida, um casamento bacana.



definição de casamento bacana para uma mulher segundo o meu próprio pensamento:



"Um casamento com um rapaz bonito simpático bem resolvido com atributos sexuais interessantes situação financeira estável, nível cultural pelo menos mínima mente elevado, que seja fiel, ou aumenos leal, agradável, sociável de temperamento compatível, que ame esta pretensa esposa e que seja capaz de despertar a mão dupla deste sentimento na mulher"


ESTANDO POSTA AÍ A TEORIA, FICA CLARO QUE TIRANDO O ÚLTIMO REQUISITO DAQUELA LISTA, SERIA EU, UM OBJETIVO PARA PELO MENOS 20% DAS MOÇAS DO MUNDO, NÃO DEVERIA POIS, EU, TER DIFICULDADES EM MUDAR MEU ESTADO CIVIL.



- Certo?

-ERRADO!!!


Errado pois assim é observado experimentalmente.

Mas como? Um rapaz bonito, sem frescura, um atleta sexual, com emprego garantido pro resto da vida, um salário razoável e boa perspectiva de crescimento. Com casa e carro próprios, da estatura cultural dos boêmios cariocas que criaram a bossa nova, exemplo de lealdade e fidelidade, de prosa boa, presença que é sempre bem-vinda em todos os ambientes que frequente, que se adapta muito bem aos ambientes em que esteja inserido, e as pessoas com quem se relaciona e com uma tendência quase patológica a amar apaixonadamente as moças que julgue interessantes tem dificuldades em conquistar uma noiva? Ainda mais declaradamente procurando?

Como, eu não sei, só sei que é assim.
Posso apenas teorizar sobre o que causaria esta dificuldade, e isto eu faço. Tenho uma teoria que considero bastante plausível, e que pode explicar. Dividí-la-ei com vocês e depois me digam se pode ser por aí, se os motivos são outros... sei lá, mas se possível me tragam também antídotos por que eu já estou atrasado.
O que eu penso é que a culpa é da revolução sexual ocorrida em meados do século XX.
Antes que me critiquem, não eu não gostaria de viver na sociedade totalmente travada e cheia de tabus, de antes da citada revolução, Mas acredito que a forma como ela se deu e as posteriores consequências foi o que modificou o pensamento geral em meu prejuízo.
Aquele homem objetivo descrito lá em cima, o sonho de consumo das mulheres desde uma outra revolução (a burguesa), e se manterá sendo este assim descrito até que haja outra grande modificação da estrutura social mundial que eu não sou nem capaz de vislumbrar e creio eu não chegarei a ver. Mas se esse homem (ou seja eu) ainda é o que as mulheres querem, porque a mim elas não quereriam.
Voltemos a revolução sexual, naquele ponto as mulheres quiseram mudar as regras que então imperavam, costumes foram modificados, o pensamento dos pais foi posto de lado na definição dos parceiros, a opinião de familiares amigos e vizinhos perdeu totalmente a importância. Rompendo com todas as forças que até então eram importantes definidores do futuro sexual e conjugal de uma moça, foi neste apenas o pensamento, o sentimento e o impulso individual da mulher, que agora determinava suas escolhas. O preço pago por isso era muitas vezes alto na família e entre os amigos, mas elas pagaram.
Só que não havia cursos para como tomar as decisões corretamente. Nem os pais, nem as mães, nem irmãos ou irmãs, nem amigos, nem conhecidos, praticamente ninguém, tinha como passar para as moças, os sinais que poderiam auxiliá-las a tomar boas decisões na hora de escolher um marido. Elas sabiam que não queriam ser mulheres como as suas mães, submissas e relegadas a segundo plano na vida do marido. Sabiam que queriam aquele homem lá de cima (que aliás era o homem que as mães delas também queriam), só que este homem era extremamente raro e os que existiam não vinham com a etiqueta 'ESTE É UM HOMEM IDEAL'. Resultado grande maioria delas viu que não adiantou muito romper com a estrutura antes estabelecida, pois a sua vida familiar era tão desagradável ou as vezes até mais desagradável que a de suas mães (não é por acaso que é neste momento histórico que acontece o boom das separações, desquites e divórcios).
Mas a vida anda é para frente e essas mulheres não desistiram, nem deram mão a palmatória (onde elas estiveram cobertas de razão). Cuidaram de suas vidas e preparam a vingança.... (é bem verdade que não foi intencionalmente). Elas criaram as suas filhas para saber lidar com este tipo de homem que as decepcionaram desde o início, e elas aprenderam, graças as suas mães, as moças de hoje não costumam se enganar com rapazes que pareçam bons maridos, e seus olhos estão bem treinados para reconhecer traços de personalidade que possam ser lincados aos defeitos que chatearam suas mães e que com certeza as chateariam também. Dessa forma elas mais vacinadas que suas progenitoras se protegem mais e se envolvem menos.
Porém as mulheres que fizeram a revolução sexual, não tiveram apenas filhas tiveram filhos também. E o que elas fizeram com eles? Eles também foram criados de forma diferente.... essas mulheres criaram seus filhos homens tentando incutir neles as características que elas desejavam que seus parceiros tivessem.
O paradoxo que se estabelece é que hoje o homem ideal para um casamento bacana é muito mais comum que em qualquer momento da história da sociedade burguesa, e neste momento as moças não acreditam que este tipo de homem exista, e mesmo que elas possam ser convencida da existência deles, na hora em que elas se vêem frente a frente com um elas não sabem o que fazer, não estão preparadas....
E é por isso que ontem a noiva mais admirável que verei em toda minha vida (a minha), não foi ao altar. E tem sido assim diariamente, desde que eu resolvi que minha hora de casar já chegou dia após dia a noiva não tem vindo, e já tem mais de ano....
Parece viagem? Pode ser... mas é uma teoria.... Eu pelo menos durmo melhor acreditando nisso.
Se você pensa que eu estou errado. diga o que você pensa... publique aqui... escreva para blogdoed@gmail.com.
Agora se você além de discordar de mim é uma gatinha solteira e interessada em encontrar aquele rapaz descrito lá em cima com vistas ao um relacionamento sério objetivando o casamento.. escreva também e diga onde é que eu te encontro.
ED







ELES NÃO ME ENGANAM

Eu quase não acompanho política. Sei de umas pessoas legais que acompanham. Respeito-as, e em alguns dias de depressão até as invejo. Mas a inveja não é suficiente para que eu me interesse, não mesmo. Não tenho vergonha de admitir isso. É que neste momento de minha vida tenho outras prioridades. Acho que o lance é por aí.

No entanto, o meu desinteresse não me impede de tecer dóceis comentários sobre alguns personagens. E nem sei se esses caras tão em voga. É que são deles que me lembrei agora. Vamos lá:

  1. Aécio Neves: Evidentemente trata-se de um canalha. E para tristeza do meio homossexual, o qual respeito bastante, trata-se de uma bibinha enrustida e insegura;
  2. Geraldo Alckmin: Tá na cara que é ditador, maluco, doidão ortodoxo. Tenho certeza de que ele pratica penitência todo santo dia: pega um chicote e pelado no banheiro açoita-se vinte vezes para cada reza;
  3. Newton Cardoso: Coronelzão tapado e broxa. Não preciso dizer nada, é só lembrar que ele disse, há não sei quanto tempo, que as professoras de Minas não ganhavam pouco, eram mal amadas. Um caso notório de projeção de um pinto mole;
  4. José Serra: Eu até vou com a careca dele. Me parece um bom sujeito, mas tem um defeito fundamental: leva chifre da senhora sua mulher, e nem sabe disso. É o corno desinformado. E mais, também leva chifre dos colegas de partido, que no fundo detestam ele;
  5. Tasso Jereissati: Ricão com cara de menino molestado. Quem acredita num sujeito desse para governar um Estado ou para presidir um país? Um sujeito que era amigo particular do ACM. Tá, tá, tá, beleza, o fato de ser amigo do falecido não quer dizer que sujeito seja isso ou aquilo...mas é que nessa amizade rolou algo mais....sei lá, repetição do trauma infantil, algo assim;
  6. José Alencar: outro com o qual mais ou menos me simpatizo. O cabelinho branco, a voz empostada, o jeito de avô...Mas, sei não, não confio nele. Acho que, apesar de evangélico (e nem sei se é), ele é chegado num traveco. Rararará!
  7. Lula: Finalmente, o pai-lula, o tiozão bonachão e de discurso pronto. Lula é o tipo do cara ideal para fazer propaganda de veneno de rato... Não vou mentir que até votei nele e tal. Mas o que tenho na cabeça é que ele é cuzão. E foi assim, lançando mão do big cu, que ele chegou à presidência. Porra, o cara era chegadão daquele satanás que é o Dirceu, e também daquele falso que é o Genuíno....De novo, não é querendo caracterizar o fulano com base nos amigos e tal, mas é que é difícil de engolir que as pessoas não tenham um mínimo em comum com os chegados.
É isso aí.



segunda-feira, setembro 17, 2007

NATÁLIA


Como dedicatória, em cada livro estava escrito: " Sou um cara bonito, bacana, inteligente, e só lhe ofereço este presente porque quero me casar com você, ou ao menos lhe comer". Não sei de onde lhe veio a certeza de que as mulheres não resistiriam a uma proposta tão direta, à uma frase tão incomum e "espirituosa". Mas o fato é que algumas realmente iam na dele e realizavam parte de seu desejo. Com a Ana, com a Mônica, com a Angélica, por exemplo, aconteceu assim. Elas adoraram o tom da dedicatória, e levando em conta um certo charme do rapaz, despiram-se e foram penetradas sob agradáveis noites em carro, motéis ou na rua. Contudo, nenhuma delas quis ir além, nenhuma entendeu seu principal objetivo, donde concluiu que talvez todas fossem iguais, e que jamais lhe seria concedida a graça do matrimônio. Ele andava triste por conta disso. Lamentava-se em botecos, no trabalho, e às vezes até chorava no colo da mãe. Sua esperança agonizava. Chegou até a pensar em suicídio. Nada sério, porém. Depois de analisar direito e constatar que o mundo era muito maior do que as desilusões experimentadas, decidiu tentar novamente. Formou a idéia de que melhor seria continuar vivo do que lançar-se prédio abaixo ou afogar-se com pedras amarradas nos calcanhares.

Certa noite, num bar do centro da cidade, enquanto discorria veementemente sobre sua precisão matrimonial, uma mulher, aparentemente vinda de lugar nenhum, aproximou-se e o cumprimentou com um irresistível piscar de olhos e com um sutil porém excitante mover de língua nos lábios. A moça era extremamente bela e parecia conter em si características de distintas mulheres: pele morena e seios fartos qual uma espanhola, olhos pretos e amaneirados como uma mineira, plena sinceridade e sorriso solto de uma baiana...O rapaz, que não era do tipo desprevenido, imediatamente sacou um dos livros que levara consigo: A noite na Taverna, do Álvares de Azevêdo. Não era de se estranhar que a escolha recaísse sobre tão obscura novela. Há três anos, por exemplo, dera de presente a uma secretária o Eu, poemas do Augusto dos Anjos; noutra feita, concedera a uma médica o Breviário de Decomposição, do Cioran; mês passado fora o Anticristo, do Nietzsche. Tanto seus presentes como sua dedicatória eram uma extensão de sua peculiar personalidade, de sua singular forma de tratar as mulheres e as pessoas em geral.

Depois de a moça receber o livro e olhar nos olhos do rapaz, comentou com sarcasmo: "Em primeiro lugar, meu verdadeiro nome é Natália. Não dou qualquer importância ao casamento. E se de vez em quando pratico a luxúria, é apenas para gozar no meu corpo, e rir da cara de homens como você". Ela não hesitou em rasgar as páginas do livro na frente dele, no compasso de um estridente e demoníaco sorriso. Diante dessas palavras e ações inusitadas, algo de fundamental aconteceu ao rapaz, e ele sentiu um extraordinário arrepio em todo o corpo; o coração dava cambalhotas e ao mesmo tempo chorava dentro de seu peito. Havia encontrado o que tanto procurara. Enfim sua busca tinha chegado ao termo, e seus sonhos, ao paraíso. Ele apaixonava-se terrível e mortalmente à medida que a Natália prosseguia: "Eu sei como você é. Sei como se comporta a espécie de homens da qual você faz parte. Preste atenção, moço: Eu não me enquadro em nenhuma casta de mulher. Eu sou a mulher, compreende? Eu sou todas as mulheres, tenho tudo que preciso, tudo que outras mulheres querem, tudo o que os homens procuram. Eu sou a Natália. Não tenho medo de nada. Posso fazer de qualquer homem um rei, um facínora ou um mendigo. Sei de tudo. Mas quanto a você, ainda não decidi o que fazer".

Nesse momento o rapaz já não sabia de si. Não tinha mais nada que lhe chamasse a atenção. Somente a mulher, somente ela. E ele se ajoelhou, como um miserável pecador, e com as mãos erguidas suplicou à Natália que fizesse qualquer coisa, qualquer uma, pois não havia mais escolha, ele já lhe pertencia para sempre. Todo a gente do bar parou para olhar aquela cena tão exótica. Mas ele não se importava. Depois de tanto tempo e de tantas tentativas, havia chegado o dia, o seu dia, o dia do seu encontro. Natália continuava sorrindo. No entanto, na sua face morena, um traço de carinho demonstrou que ela havia decidido o que fazer: "Começo a gostar de você. É lindo vê-lo dessa forma, tão inocente e perdido. Minha compaixão faz com que eu lhe conceda uma ajuda. Vou lhe ajudar, menino carente, vou lhe dar tudo o que sempre sonhou, e sua tortura acabará, você será intensa e inimaginavelmente feliz durante um tempo. Não obstante, devo-lhe lembrar que somente por uma noite é que serei sua. O conforto que lhe darei será a minha imortalidade em seu sono". O moço estava trêmulo. Não conseguia dizer absolutamente nada. Fora por ela, fora por esta mulher que percorrera todos os corpos possíveis. E eis que num bar qualquer, diante de bêbados e boêmios sem lar, ele sente a cruel paixão da vida; vê com os próprios olhos a síntese do feminino, a mãe, da mãe, da mãe, de sua mãe, a fêmea primeira e fundamental.

Foi a mulher quem o chamou para saírem daquele lugar. Ao que ele simplesmente obedeceu. Todo o bar observou enquanto os dois caminharam abraçados pela rua. No dia seguinte, o assunto do botequim foi a impressão que tiveram quanto ao abraço: era como se a moça tivesse tomado completamente o rapaz, e o envolvesse de tal modo, que nenhuma outra coisa existiu no mundo além daquilo.

Pararam num lugar não muito distante. Entraram num prédio velho e sem elevador. Subiram três pedaços de escada e enfim chegaram, chegaram à casa de Natália. Havia pouca coisa naquele pequeno apartamento de sala, cozinha e quarto. A mobília era constituída de uma cadeira de balanço (daquelas bem antigas), três quadros abstratos na parede, e de uma bonita cama de casal com lençóis vermelhos. No entanto, o moço não prestou atenção em quase nada. Do objeto em cima da cadeira, seus olhos passaram longe. Ele apenas seguiu a mulher na direção do quarto. Ela lhe disse para se deitar, enquanto retirava toda a roupa; realmente era como uma linda espanhola; verdadeiramente parecia que todas as mulheres moravam ali naquele corpo, especialmente as mais bonitas e sensuais. O rapaz permaneceu deitado, enquanto ela fez todo o trabalho noite adentro: foram gemidos bestiais, gozos descontrolados, sensações divinas e infernais; por mais de três horas ele sentiu todo o mundo num canto só; sua alma parecia dizer que o destino estava cumprido, que tudo o que tinha de ser feito aconteceu. Ao final do amor, de cansado ele adormeceu, sonhou, gozou de novo envolvto em imagens e gemidos, e foi despertado com uma doce voz dizendo-lhe ao ouvido: "É chegada a hora, meu homem".

Ele abriu os olhos, e preguiçosamente atendeu à moça, que lhe disse para ir para a sala. O rapaz estava nu, e ainda não havia acordado por completo. A mulher vestia uma camisola da cor da pele, o que dava a impressão de também estar nua. Ele olhou com todo o seu coração para aquele negro cabelo e para aqueles grandes lábios vermelhos, que lentamente balbuciaram uma frase...O rapaz pensou em desistir, mas logo se lembrou da sentença: "apenas por uma noite e para sempre no seu sono". Um outro arrepio, agora muito mais sombrio e violento, lhe assaltou o coração. Era a sua despedida. Mansamente, como um cão obediente, que abocanha um pedaço de carne podre, ele caminhou até a cadeira, abaixou-se e catou o objeto, conforme a ordem que recebera. Uma lágrima lhe feriu o rosto. Ele fechou os olhos e respirou profundamente. O revólver caiu no chão no mesmo momento em que a moça passava o batom vermelho na boca, arrumando-se para ir embora. Segundos depois, ela passou sem olhar para baixo, deixou a porta aberta, desceu as escadas e desapareceu na rua.




sexta-feira, setembro 14, 2007

Olá de novo. Desculpas. Homenagem e Despedida

Olá de novo caros Leitores, depois de longo e tenebroso inverno, estou de volta a este espaço da filosofia pura, ciência, comunicação, esporte, sentimento e orgulho da nata da elite pensante e vivente dos confins do universo. Que eu seja bem vindo.

Devo antes de tudo pedir humildemente desculpas a todos vocês, os trilhões e trilhões de átomos que compõe os corpos das duas ou três pessoas que visitam este espaço buscando compartilhar as nossas brilhantes visões do mundo. Tentarei não deixá-los na mão doravante, e tomará que enfim essa idéia toda deslanche.

Eu estava com algumas idéias de artigos para escrever aqui, mas fui surpreendido hoje com uma triste notícia que me faz antes de mais nada usar este espaço para homenagear mais um grande brasileiro que se foi.

Figura importante para todas as pessoas d minha geração, o magnífico Pedro Ferreira dos Santos, o PEDRO DE LARA. Este homem é com certeza uma das cinco ou seis mas lendárias figuras da história dos programas de auditório no brasil, e dentre eles o único que não era um protagonista desses programas. Enquanto participante dos programas do Chacrinha e do Sílvio Santos, era a figura que dominava o espaço nos momentos mais marcantes e divertidos dos programas. Um dos personagens mais bacanas dos programas infantis que já existiram na historia da TV, o SALCI FUFU (quem não se lembra?), era também por ele performizado. Que poderia eu dizer então da magnitude de suas participações fantásticas na fase mais divertida do cinema brasileiro, entre as décadas de 60 e 80, é simplesmente inexprimível de tão sensacional. Gostaria eu ter acesso a toda a filmgrafia dele, não só para divulgá-la aqui como para também procurar assistir o desempenho daqueles personagens que pareciam ser sempre os mesmos mas nunvca eram cansativos. Pedro de Lara era ainda além de grande performer, ator, jurado incmparável, um escritor, radialista e cantor , que seguia contra as corentezas dos modismos e construiu seu espaço que apesar de grande era ainda menor do que merecia este fantástico artista. Vá em paz Pedro. Ficamos nós com sua maravilhosa obra... como essas frases :


"A vida é cheia de fases, a pior fase é quando não fazes mais nada."
"Quanto mais dízimos, mais igrejas. Quanto mais igrejas, menos fé."
"Na vida tem que ter estilo, quem não tem não é isso nem aquilo."
"É melhor doer na carne do que arder na consciência."
"A mulher na maciota faz de um sábio um idiota."
"No mercado da vida o homem é sempre um produto de oferta."
"Tapar a velhice com plástica é esquecer que a natureza é drástica."
"O filho quando não presta é espermatozóide estragado."
"Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro".
"Corrigir o incorrigível é buscar o impossível."
"A mulher quando é direita nem canhota perde a linha."
"O cinema ensina matar, a tevê ensina depravar, a droga ensina viciar e a JUSTIÇA ensina deixar pra lá."
"Casar só pra casar é prato feito pra outro usar."
"E você milionário? Lembre-se lá no céu não tem banco."
"A vida é cheia de fases, a pior fase é quando não fazes mais nada."
"Quem dá com amor, dá melhor, mas cuidado, não dê demais."
"Homem sem mulher é largatixa sem parede, morre de fome e de sede."
"O fim de tudo é o máximo do nada"

"O forte enfrenta a morte, o fraco vive correndo dela."
farás falta, meu nobre...

ED

Veja mais do Pedro de Lara: