sexta-feira, fevereiro 29, 2008

OK RADIOHEAD

Radiohead é a melhor banda do mundo. E não venham me falar de Strokes e de qualquer coisa do tipo. O Radio, com o Ian curtis, opa, digo, com o Thom Yorke, tá indo cada vez mais longe...tá indo longe demais! E é bom que assim seja, porque o lance é esse mesmo, fazer a voz e todos os instrumentos gemerem até o final, para que venha tudo o que há, tudo que se move no invisível e no indizível. Essa semana ouvi bastante a música Creep, que é antiga, de 1993. Nessa época quase ninguém imaginava que o Radio faria algo tão absurdamente legal como o Ok Computer(1997). Porém, se ouvirmos Creep com bastante cuidado, será possível intuir o embrião que ela guarda; será possível enxergar que a banda iria muito longe, iria mexer com cabeças e corações já desiludidos com as perspectivas do rock do final do século. Radiohead explodiu, mostrou muita coisa - aconselho a todos ouvir com muita atenção os álbuns Ok Computer e The Bends (1995). Ocorre que o Radiohead parece que jamais se contentará com o que já fez de bacana, minha impressão é de que chegará num ponto em que não fará música... inventará uma nova arte, algo divino que sintetizará num só canto a tristeza e o amor, a poesia e a triste melodia. Estou ouvindo o In Rainbows (2007) e posso comprovar isso que acabei de dizer. A sensação é de que essas músicas acompanham minha vida, movimentam-se numa dança em comum, fazem mais do que se propõem, vão para além do bem e do mal.Não sou um profundo conhecedor do Radiohead. Conheço-a apenas do Ok Computer e do The Bends e, a partir de hoje, do In Rainbows. Mas tenho me interessado muito, e confesso que desde a primeira vez que vi a cara do Thom Yorke, já sabia que um dia iria me tornar fã. Na época em que o Ok esteve aqui em casa (em maio e junho do ano passado), eu não me encontrava nada bem, minha capacidade de avaliação estava meio comprometida; mesmo assim pude sentir toda magia e insensatez da banda, pude vislumbrar que mais cedo ou mais tarde iria me sentar e ouvir com prazer aqueles estranhos, dóceis e insanos sons. Como disse, estou ouvindo o Rainbows, e posso dizer, sem medo, que estou diante das músicas que mais refletem como as coisas, depois das várias transformações ao longo dos anos, se tornaram... Sinto tristeza na voz do Thom e em toda a melodia do CD; contudo essa tristeza não me faz mal; ao contrário, provoca-me algo de bom, pois revela sobre mim, sobre como vejo e sinto o mundo.

MOISÉS

PUBLICAÇÃO ORIGINAL: ABRIGO MADRUGADA
http://abrigomadrugada.blogspot.com



Um comentário:

Moisés disse...

Grande, Edão...Eu realmente gostei do negócio.
Abração!