segunda-feira, março 29, 2010

Armando Nogueira (1927-2010)


Morreu o jornalista brasileiro Armando Nogueira. Pioneiro do jornalismo televisivo no Brasil,criador do "Jornal Nacional" e antigo director da Central Globo de Jornalismo da Rede Globo de Televisão, tinha 83 anos. (Veja vídeos colocados no YouTube no final do texto)


Armando Nogueira foi pioneiro do jornalismo televisivo no Brasil



Armando Nogueira foi pioneiro do jornalismo televisivo no Brasil






Tinha 60 anos de carreira e o seu primeiro emprego como jornalista foi em 1950 na editoria de desporto do "Diário Carioca", onde trabalhou ao longo de 13 anos. Como repórter, fez a cobertura de todos os Mundiais de Futebol a partir de 1954 e de todo os Jogos Olímpicos desde 1980.
Jornalista e comentarista desportivo, Armando Nogueira escreveu parte da história da televisão brasileira, onde deixa uma grande lacuna.

Criador do "Jornal Nacional" e "Globo Repórter"





No jornalismo televisivo, onde começou em 1959 na antiga TV-Rio , deixou marcas e fez escola. Foi director da Central Globo de Jornalismo da Rede Globo de Televisão , onde dirigia também a Divisão de Desporto.
Na Globo, foi responsável pela implantação dos programas jornalísticos em rede nacional e pela criação dos programas "Jornal Nacional" e "Globo Repórter".
Trabalhou, ainda, na TV-Bandeirantes , no SportTV e na rádio CBN .
Foi redactor-principal da revista "Manchete" e fotojornalista da revista "O Cruzeiro" , publicações já extintas.
Em 1959, entrou para o "Jornal do Brasil", onde foi redactor, tendo, de 1961 a 1973, assinado a coluna diária "Na Grande Área".
Autor de textos memoráveis, "falava de futebol com simplicidade" e "fazia os assuntos mais complicados parecerem o mais simples possível". Foi repórter, redator e colunista.
Era, também, piloto e poeta.
Armando Nogueira faleceu hoje, na sua casa no Rio de Janeiro, de cancro. O funeral está a decorrer na Tribuna de Honra do Estádio do Maracanã. O funeral realizar-se-á amanhã, no Cemitério S.João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro




O filho de Armando Nogueira foi um dos poucos familiares a conceder entrevista durante o velório do jornalista, que morreu vítima de câncer no cérebro nesta manhã de segunda-feira. Diante dos dizeres "O Rio de Janeiro está de luto" estampados nos dois placares eletrônicos do Maracanã, onde o corpo está sendo velado, Armando Augusto Nogueira lembrou o início de sua carreira na imprensa e fez metáforas sobre a morte do pai.
"Como profissional, ele primou pela lisura ética e tinha uma grande responsabilidade com a sociedade. Era uma pessoa simples e elegante", disse Armando Augusto Nogueira, também jornalista. "Minha relação com ele foi de amigo e chefe. Foi meu guru e despertou meu interesse pelo jornalismo. O destino aprontou conosco: ele foi meu chefe e eu também fui chefe dele por duas vezes", acrescentou.
A família de Armando Nogueira pediu para que a imprensa não abordasse os familiares no velório e solicitou que as imagens fossem feitas à distância. Wilson Nogueira, irmão mais velho do jornalista, chegou emocionado ao Maracanã, abraçou Armando Augusto e não quis falar com os repórteres presentes no estádio. Personalidades como o ator e diretor Daniel Filho e Luís Erlanges, diretor de comunicação da Rede Globo, também marcaram presença no velório.
Armando Nogueira, que morreu aos 83 anos, também era apaixonado pela aviação. O hobby do jornalista foi lembrado por Armando Augusto, que metaforizou a morte do pai. "Ele pediu autorização para da torre para decolar e será um pouso de manteiga. O voo dele foi sem turbulência em um céu de brigadeiro", disse.
Presidente do Fluminense, Roberto Horcades também teceu elogios a Armando Nogueira. Parceiro do jornalista nas idas ao clube de aviação em Jacarepaguá, o dirigente comentou que o amigo "foi um marco" e que "o jornalismo está dividido entre antes e depois de Armando".
  Foto: Júlia Ribeiro/Especial para Terra
Placares do Maracanã homenageiam Armando Nogueira
Foto: Júlia Ribeiro/Especial para Terra






Nenhum comentário: