- No meu entendimento, levamos (para Copenhague) um discurso sem base de sustentação. Lamentavelmente não tínhamos ali uma pessoa experiente -- que eu sei comprometida, não estou aqui questionando o compromisso de ninguém - como o embaixador Celso Amorim - disse Marina durante discurso na convenção nacional do Partido Verde, na manhã deste sábado, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Marina Silva citou a posição de Dilma durante as negociações de "não assumir compromisso com recursos" do país para o fundo de ajuda aos países mais ameaçados pelo aquecimento global.
- Quando vi a posição da ministra, pensei: tomara que o presidente Lula venha aqui para colocar as coisas no seu devido eixo. Porque isso (a posição de Dilma) é uma contradição com tudo que tem sido feito no governo do presidente Lula, de que há solidariedade com os países da África e com os segmentos mais pobres da sociedade -- disse.
Segundo a ex-ministra, a decisão política de se lançar candidata à Presidência pelo PV já está tomada.
- Essa decisão política já existe, agora o processo legal, formal, se dará no ano que vem. Estamos na fase chamada de pré-campanha, até que haja a homologação (pelo partido) - afirmou ela, que disse já ter superado a fase dolorosa da saída do PT e também a fase prazerosa de chegar ao PV.
- Agora estamos na fase laboriosa de construir uma candidatura, com projeto nacional que busca uma alternativa econômica, social, política e ética para o Brasil.
Marina Silva defendeu um sistema de arrecadação de campanha transparente para sua candidatura, e atacou o modo como os partidos tratam da arrecadação de recursos e a corrupção em que tal prática desemboca.
- Precisamos cada vez mais estarmos comprometidos com uma visão ética, que deixe o discurso moralista pelo discurso moralista, e comece a liderar pelo exemplo. Se criarmos um sistema mais transparente de financiamento de campanha, se tivermos a ousadia de fazer isso, nós faremos a diferença - disse ela, para atacar em seguida os envolvidos no escândalo que envolve o governo do Distrito Federal.
- Temos que acabar de uma vez por toda com essa história de que sobra de campanha vira meio para comprar panetone, envergonhando a ceia de Natal como fizeram lá em Brasília - disse.
Perguntada sobre a desistência do governador tucano Aécio Neves (MG) de concorrer à Presidência, Marina Silva disse não ter se surpreendido.
- Sabíamos que mais hora, menos hora, isso ia acontecer - disse.
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